One last dance

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Ford acorda sentado em um sofá em uma luxuosa sala no alto da pirâmide de Bill, correntes azuis prendiam seu pescoço, pulsos e tornozelos. Stanford piscou os olhos algumas vezes para entender o que estava acontecendo e logo um círculo se abriu no chão, podendo-se escutar a música "Well Meet Again" sendo tocada enquanto lentamente um piano preto subia para o espaço, juntamente de Bill que tocava o instrumento enquanto cantarolava a mesma música, o círculo se transformou em chão novamente e Bill o olhou.

- Fordinho, vejo que finalmente acordou! O que achou da cobertura da minha pirâmide? Ei, sabia que esse sofá é feito com partes de humanos?

Ford faz uma careta de nojo, tentando se soltar das correntes azuladas.

- Para que tanta pressa Fordsy? Temos todo o tempo do mundo aqui, só nós dois - Bill diz enquanto flutuava para longe do piano, se aproximando de Ford - não precisa resistir tanto assim

- Bill, seu desgraçado! Me tire daqui, não vai conseguir nada meu, já não basta tudo que fez?!

- Acalme-se querido, eu quero algo bem simples! Apenas preciso que você me diga como fazer com que a barreira em volta dessa cidade se quebre para que eu possa espalhar essa diversão para toda a sua triste dimensão!

- Então você pendeu seu tempo! Eu nunca contaria para você

Bill segura o rosto de Ford, aproximando mais seu corpo triangular do cientista.

- Oh Fordinho, não seja tão impulsivo, você é tão inteligente, sabe que vou achar essa resposta de um jeito ou de outro, então para que insistir no jeito difícil?

Ford torce o nariz e tenta afastar seu rosto do demônio amarelo, mas essa ação é em vão.

- Você pode fazer o que quiser comigo Bill, eu nunca contarei para você!

- Então eu deveria entrar na sua mente, não é mesmo Fordsy?

- Se esqueceu das regras? Você só pode entrar em minha mente se eu fizer um trato e apertar sua mão.

Bill se afasta do homem, logo as correntes que prendem o mesmo desaparecem e Ford passa a mão em seu pescoço, sentindo um pouco de dor.

- Sabe Ford, eu vou te fazer falar, de um jeito ou de outro.

- Disso eu duvido.

- Ah, é?

Bill desaparece e Ford fica na cobertura, tentando achar uma maneira de sair, mas sem sucesso.

(...)

Horas tinham se passado e Ford continuava ali, Bill não tinha voltado, mas um tempo se passa até o cientista ouvir a voz de Bill e logo o demônio aparece.

- Voltei Fordsy, sentiu minha falta? Admira, você sentiu minha falta!

- Finalmente decidiu que vai me tirar daqui? - a voz de Ford era uma voz cansada e seus olhos denunciavam sua exaustão.

- Calma aí querido, você logo sairá daqui, mas antes, quero lhe propor algo.

- Algo vindo de você? Não precisa nem falar, eu recuso sua oferta.

- Mas você nem me deixou falar!

- Oferta recusada

- Você é sempre tão difícil Fordsy, mas no fundo, acho que é isso que gosto em você - Bill dá uma volta em seu próprio eixo e continua - enfim, o que eu quero lhe propor é uma dança! Uma última dança nossa, para eternizar nós dois!

- Eternizar o que? Não somos mais nada! Você não significa nada para mim.

- Ah, não? - Bill se aproxima dele novamente, segurando seu rosto - tem certeza? Então acho que posso te deixar morrer aqui, do que será que você vai morrer primeiro? Fome, exaustão, são tantas possibilidades! E eu adoraria saborear cada uma delas!

- Argh.. Tudo bem, uma dança, apenas uma e você me deixa sair, ok?

- Claro! - Bill estende sua mão para Ford, a mesma estava envolvida por chamar azuis - e então? O que me diz? Temos um trato?

- Temos um.. - Ford fala com desgosto, mas logo aperta a mão de Bill - trato..

Bill riu, e logo envolveu seus braços nos ombros de Ford, ainda em sua forma triangular, o demônio fez com que o instrumental da música "Tonight You Belong to Me" começasse a tocar, conduzindo Ford em uma dança lenta.

- Eu senti sua falta, sabia Fordsy?

- Pois saiba que eu não senti nem um pouco a sua.

- Eu sei que não - um tom irônico era possível de se perceber na frase de Bill.

Quando a música por fim acabou, Bill se distanciou de Ford e começou a rir.

- Do que está indo? Eu te dei o que você queria.

- Oh! Querido, você acabou de fazer um trato comigo, apertou minha mão e agora sua mente me pertence.

- Ah, maldição! Bill, não se atreva, não!

Tudo ficou escuro para Ford nas próximas horas, às vezes era possível ouvir gritos e algumas vozes chamando o nome do cientista, mas tudo era tão abafado e baixo que pareciam só coisa da mente do homem.
Foi então que Ford finalmente acordou na beira da pirâmide, de frente à um lugar que um dia conhecerá como Gravity Falls, o homem entrou em desespero e logo pode ouvir uma risada atrás dele, uma risada familiar, Bill..

(...)

Essa vai ser minha primeira história que escrevo com personagens que não foram criados por mim, então espero que fique bom e que vocês gostem! Meu intuito é mostrar como eu acho que seria a dinâmica desses dois, sem romantizar a relação tóxica e sim dando ênfase nisso!

É isso, bjs do autor

I need a human's touch~ BillFordOnde histórias criam vida. Descubra agora