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— Meu bem, o que você tá trazendo nessa mala aqui? — Ele faz uma careta engraçada, apontando pra mala vermelha. — Tá pesada pra caramba! Por acaso você trouxe a cama box junto?

Eu dei uma gargalhada. Pra quem não sabe, estamos levando as minhas coisas para o meu antigo quarto de quando eu era pequena, mas agora reformado.

Graças a Deus, né?

— São meus livros, pai! — Digo, rindo um pouco.

Ele fez uma careta quando ouviu a palavra “livros”.

— Você é nerd! — Ele disse, sorrindo.

— Não sou nerd, pai! — Digo, rindo.

Ele fica rindo e depois colocamos as malas em cima da cama.

Eu reparei no quarto; ainda estava na cor branca, mas o papel de parede de nuvens rosinhas foi retirado. No lugar da cômoda, agora havia um guarda-roupa e, na outra parede, uma mesa com algumas gavetas.

Na parede também tinha uma estante que antigamente tinha porta-retratos.

Ótimo lugar para meus livros! Amei.

— E aí, você gostou? — Disse ele, indo abrir a janela pra entrar um ventinho.

Era mais fácil deixar fechada, porque parece que aqui virou um forno a lenha.

Mas eu gosto do calor daqui; é reconfortante.

— Eu amei, pai! O senhor é um bom decorador, hein? — Digo, sorrindo.

— Eu bem que não fiz isso sozinho, sabe... — Ele coçou a nuca, meio envergonhado. — A filha do dono do bar da praia ajudou. A Sarah; ela é uma menina bem legal. Vocês seriam boas amigas.

Eu dou um sorrisinho.

— Não sei, pai... vou ver.

— “Não sei, pai... vou ver.” — Ele me imitou com uma voz engraçada, me fazendo rir.

— Vou deixar você arrumar suas coisas, está bem? Quando acabar, desce pra irmos comer.

Fiz um joinha com a mão sorrindo; ele retribuiu o sorriso e desceu me deixando lá para arrumar as minhas coisas.

O Nosso Verão Onde histórias criam vida. Descubra agora