Sasuke se remexia na cadeira da sala da direção, com os olhos fixos no chão, tentando disfarçar a inquietação que sentia. Ao seu lado, Neji mantinha uma postura rígida, mas o leve tremor em suas mãos traía seu nervosismo. Ambos sabiam que estavam em sérios problemas. O plano que haviam armado para incriminar Sakura havia falhado, e agora estavam presos naquela sala, aguardando o veredito. Sakura, no entanto, não estava ali. Ela já havia provado sua inocência com a ajuda do Inspetor Genma, que confirmara seu álibi no horário do suposto roubo.
Hiruzen, o diretor da escola, estava sentado atrás de sua mesa, com os dedos entrelaçados sobre o tampo de madeira. Seu olhar cansado, mas firme, recaía sobre os dois jovens. Ele já havia chamado os pais, e o primeiro a chegar foi Fugaku Uchiha, pai de Sasuke, um político influente e temido. A atmosfera na sala parecia ter ficado mais pesada no momento em que Fugaku entrou.
A porta se abriu suavemente, revelando a figura imponente de Fugaku. Seu terno escuro, perfeitamente alinhado, contrastava com a expressão de desaprovação evidente em seu rosto. Ele lançou um olhar severo para Sasuke, que não ousou levantar a cabeça. Fugaku sempre fora um pai rígido, alguém que esperava perfeição de seus filhos. E, uma vez mais, Sasuke havia falhado.
– Diretor Hiruzen, – disse Fugaku, com uma voz grave e controlada, enquanto se aproximava da mesa do diretor. – Recebi a chamada e vim imediatamente. Não preciso dizer que estou profundamente desapontado.
Hiruzen assentiu, mas manteve sua expressão neutra. Ele já estava acostumado com a formalidade de Fugaku e sabia que aquele tipo de situação era extremamente embaraçosa para alguém com a reputação do Uchiha. Fugaku não tolerava erros, especialmente de seus filhos.
Sasuke, por outro lado, tentava esconder o medo que sentia. Ele sabia que não havia saída fácil dessa vez. Fugaku já o havia repreendido inúmeras vezes por sua imaturidade, mas desta vez ele sentia que as consequências seriam mais sérias. Ao contrário de Itachi, seu irmão mais velho e o orgulho da família, Sasuke parecia incapaz de fazer algo certo aos olhos do pai.
– Sasuke, – começou Fugaku, a voz fria. – Explique-se.
Sasuke engoliu em seco, as palavras presas na garganta. Ele sabia que qualquer desculpa que desse não seria suficiente. Fugaku esperava perfeição, e Sasuke sabia que havia falhado de forma desastrosa. Ele havia orquestrado um plano com Neji para incriminar Sakura, plantando provas falsas e espalhando rumores para garantir sua expulsão. Porém, com a intervenção do Inspetor Genma, tudo desmoronou. Sakura não estava presente naquele horário; ela tinha um álibi impecável. E agora, ele e Neji estavam expostos.
Neji, ao lado, mantinha uma postura de neutralidade, mas estava claro que ele também sentia a pressão. Embora tivesse participado do plano, era Sasuke quem estava sob o olhar fulminante de seu pai. Fugaku não era o tipo de homem que aceitava falhas, e ambos sabiam disso.
– O que você e o Hyuga estavam pensando? – Fugaku perguntou, o tom de voz baixo, mas carregado de reprovação. – Armar para uma colega de classe? Isso é o comportamento de um Uchiha?
O silêncio caiu pesado na sala. Sasuke queria se defender, mas não havia justificativa. Ele não sabia o que o havia levado a agir de maneira tão impensada, talvez fosse a pressão constante de se destacar, de sair da sombra de Itachi. Mas agora, nada disso importava.
Hiruzen interveio, sua voz calma, mas firme.
– Fugaku-san, a senhorita Haruno já foi inocentada. O inspetor Genma confirmou que ela não poderia estar envolvida no incidente. No entanto, as ações de seu filho e do jovem Neji colocaram ambos em uma posição muito delicada. Isso é algo que a escola não pode ignorar.
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REBELDE - Naruto
FanfictionKonoha Academic School, um internato, ambiente elitista, onde o poder e os bens materiais predominam, adolescentes abrem seus olhos para a realidade do mundo. Lutar pelo direito de amar, independente sexo, religião e status financeiro. Rompendo bar...