3. Cultivar

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AVISO

Nesse capítulo há uma cena de violência doméstica, estejam avisados quanto a gatilhos!

Ps: Tenho como headcanon pessoal que a protagonista anotou muitas músicas brasileiras para o Izana aprender a tocar, a desse capítulo recomendo "Metamorfose Ambulante" do Raul Seixas.

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   VOCÊ ESPIRROU PELO O QUE PARECERIA a enessima vez só naquela manhã. A poeira acumulada no sótão da casa de Miki e Kenji era tanta que nem a máscara hospitalar usada parecia o suficiente para impedir sua crise alérgica. Seu nariz parecia arder tal qual os olhos, que lagrimejavam incessantemente, como um aviso de que você deveria sair dali imediatamente.

Não existia essa possibilidade, porém. O acordo com Kenji para te dar o violão velho baseava-se na sua mão de obra para ajudá-lo a limpar o cômodo superior e livrá-lo dos gritos da mãe que pedia aquele serviço há semanas. 

— [Nome], seu nariz vai acabar caindo desse jeito! — avisou Miki parando a poucos passos de você com Rokuro no colo.

— Queee? — o garotinho choramingau desviando a atenção de você para a outra garota — Não vai mesmo, né? A mana não pode ficar sem nariz! 

— É só brincadeira, Roku. — você o tranquiliza, aproveitando os poucos minutos de pausa para abaixar a máscara e usar um lenço que retirou do bolso para assoar o nariz, cheio de muco por causa da sua alergia. 

Encontravam-se do lado de fora da casa, no quintal traseiro onde as diversas caixas, decorações festivas e objetos aleatórios que antes foram guardados no sótão espalhavam-se pela grama e entre os vasos de plantas da mãe de Miki e Kenji, iam de samabaias a suculentas e algumas flores. Isso porque iniciaram a faxina esvaziando o espaço para que ele pudesse ser adequadamente lavado, enquanto Kenji cuidava dessa parte você tirava a poeira e reorganizava aqueles objetos. 

— Ei, [Nome]! — Kenji despontou da janela do sótão, a mais ou menos dois andares de onde vocês estavam — Tem mais uma caixa. Não tem nada quebravel aqui dentro, vou jogar e você pega. 

— Não, Kenji! Espera! — Não houve tempo para dizer que era uma péssima ideia, só de correr para inutilmente aparar o codimento que foi jogado descuidadamente.

Como esperado, você não conseguiu pegá-lo e como resultado a caixa recheada de trabolhos caiu certeira em cima de um dos vazos da senhora da casa, quebrando a cerâmica em um trincar alto que espalhando o pobre ramo de crisântemos ao relento. 

Kenji, Miki e você ficaram completamente mudos, Rokuro pôs as duas mãos sobre a boquinha e abriu os olhos chocado. Os passos irritados da mãe dos irmãos ecoaram altos como os de um elefante africano quando ela atravessou a cozinha até o quintal, batendo a porta contra a parede o suficiente para fazer as samambaias penduradas tremerem. A mulher parou abruptamente diante da planta atingida, movendo as orbes pela caixa amassada e depois para o filho no alto da janela que abaixou-se no mesmo momento. 

— INUKAYA KENJI! — ela berrou finalmente — VOCÊ VAI AGORA MESMO COMPRAR UM VASO NOVO! E COM O DINHEIRO QUE ERA PRA SUA MESADA! 

Felizmente ela parecia ciente que mais ninguém era culpado além do próprio filho, e não dirigiu as ofensas a você, as desferindo conforme recolhia com cuidado a planta para colocá-la em um lugar temporário até que o filho trouxesse o vaso novo. Kenji desceu as escadas encolhido, desviando da mãe em uma larga volta para colocar-se diante de você. 

— Vamos comigo à floricultura? — pediu, tão envergonhado que a voz saiu em diferentes timbres. 

Primeiro voltou-se para Rokuro ainda no colo de Miki que imitou o joinha que ela fez com a mão, indicando que ficaria de olho nele. Você concordou em uma bafora de ar, retirando a máscara ponderando que seria ótimo respirar longe daquelas partículas de poeira e que a floricultura não era muito longe. 

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⏰ Última atualização: Oct 09 ⏰

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FLORESCER - Imagine Izana Kurokawa Onde histórias criam vida. Descubra agora