"O mito de um lar"

28 3 2
                                    

Essa fic não é de minha autoria, eu apenas traduzi ela.

perfil do autor(a) no AO3: Mustyvanillaa




Não era para ser fácil, Geto sabia disso desde o começo. Relacionamentos não eram fáceis, era o ápice disso, era algo que você tinha que colocar em prática, algo que você tinha que construir para que durasse.

De qualquer forma, os relacionamentos não eram fáceis, mas resolvê-los era o fundamental quando você chegava ao casamento, a base que lhe permitia moldar e criar um lar.

Geto teve que aceitar o fato de que tentou, e falhou. Era difícil admitir, e doloroso até mesmo pensar, mas ultimamente, era a única coisa em sua mente.

Quatro anos de casados, e ele não tinha orgulho em dizer que cada ano adicionado parecia uma pedra em uma pilha, e ele estava sob todo aquele peso. Ele não conseguia se fazer dizer isso em voz alta, ele não conseguia se fazer dizer isso na frente de seu marido, Gojo. Nesse ponto, Suguru se odiava por deixar isso se arrastar por tanto tempo.

A lembrança distante de estar felizmente casado parecia inventada, ele não conseguia nem lembrar do sentimento, ele não conseguia nem fingir, Geto se odiava por isso. Ele havia perdido toda a motivação para tentar salvar o irrecuperável.

Eles podiam passar dias sem se falar, desde que Geto deixou seu emprego na academia, ele tentava ao máximo não estar em casa quando Gojo estava, e fazia de tudo para não estar perto dele quando o homem chegava do trabalho.

A culpa o devorava vivo, e as infinitas possibilidades que sua mente apresentava diante dele, cenários alternativos onde se ele tivesse feito algo diferente, não teria chegado a esse ponto.

Mas realmente existiu um universo onde ele não acabou se apaixonando por Gojo?

Apaixonar-se por Satoru o levou a isso. Mas como alguém poderia estar lado a lado com aquele homem e simplesmente não adorá-lo? Parecia impossível.

Às vezes ele voltava para suas memórias, e se torturava com o quão cheias de ilusões elas eram. Tantas coisas para fazer e tentar, agora a carícia mais divina parecia uma maldição, o que antes parecia renda branca agora eram correntes em volta de seus tornozelos. Apaixonar-se deslizou por todo lugar tão facilmente, evoluindo tão suavemente os dois em seus anos mais jovens, como uma tarde de verão, sem esforço, ali sem perceber, ainda assim, desapaixonar-se o atingiu forte, mas lentamente, algo que ele não conseguia engolir e estava preso em sua garganta, rouco, doloroso, sem fim, perfurando sua pele de dentro na frieza mais vazia da alma. Houve momentos em que ele pensou em se matar para não ter que romper seu casamento, para não ter que tomar uma decisão, que talvez sua morte fosse melhor do que isso. Mas a dor que causaria a Satoru seria para sempre duradoura, e seu marido nem teria a chance de continuar com sua vida. Estaria acabado para ambos.

Ele costumava ser tão bom em confrontos e agora estava se escondendo como um covarde, e já fazia muito tempo, mas o que não era dito tomou conta dele, transformando-se em noites sem dormir, sem comer, nem mesmo chorar. Ele tinha suportado e arrastado isso por tanto tempo porque costumava ter fé de que um dia acordaria e se sentiria melhor, um dia acordaria e amaria Satoru do mesmo jeito que costumava amar.

Esse dia nunca chegou.

Suguru rezou para que houvesse pelo menos um universo onde ele não partisse o coração de Gojo.

Satosugu - One Shots (Tradução)Onde histórias criam vida. Descubra agora