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Camila olhou para Samuel e, por um momento, o mundo ao redor ficou em segundo plano. Os risos de Júlio e Sérgio e os comentários brincalhões de Bento e Dinho eram apenas um fundo distante. O jeito como Samuel a olhava, a preocupação sincera em seus olhos, a fazia sentir que havia algo mais ali, algo que ambos ainda não haviam dito em voz alta.

— Eu sei — respondeu ela, tentando controlar o nervosismo que começava a subir. — É bom saber que tenho amigos como você.

Samuel deu um sorriso suave, mas ela percebeu que ele queria dizer mais. Antes que pudesse falar algo, Dinho se aproximou, interrompendo o momento.

— E aí, galera, que tal a gente deixar a doente descansar? — disse ele, piscando para Camila. — A gente pode sair daqui a pouco e deixar ela quieta.

Júlio, sempre animado, se levantou num salto.

— Isso aí! Acho que a gente já bagunçou o suficiente por hoje — disse ele, pegando sua mochila. — Melhoras, Camila. Da próxima vez, a gente traz pizza!

Sérgio e Bento concordaram, dando um último tchau para Camila antes de seguirem Júlio para fora do quarto. Mas Samuel permaneceu ali, hesitante. Dinho olhou para ele com uma sobrancelha arqueada, percebendo que Samuel parecia querer ficar.

— Vai lá, Samuel. Eu cuido dela — disse Dinho, um pouco provocativo.

Samuel se levantou, mas antes de sair, ele se virou para Camila e disse, em um tom suave e discreto:

— Se cuida, ok? Eu volto pra ver como você tá.

Camila assentiu, sentindo o coração acelerar de novo. Quando ele saiu, o quarto ficou mais silencioso. Dinho, que não era de perder uma oportunidade, se jogou na cama dela, soltando um suspiro dramático.

— Nossa, mana... Ele tá na sua, e você aí, fingindo que nada tá acontecendo! - Ele sorriu.

Camila suspirou, ainda sentindo a presença de Samuel no ar.

— Você acha? — perguntou, com um sorriso tímido.

— Acha? — Dinho riu. — Tá mais do que óbvio! O cara mal conseguiu sair do quarto. Se isso não for gostar, eu não sei o que é.

Camila riu baixinho, mas agora não havia mais como negar o que sentia. O jeito que Samuel cuidava dela, o que ele dizia, o olhar intenso que a fazia esquecer tudo ao redor... Dinho tinha razão. Talvez estivesse na hora de parar de fugir dos próprios sentimentos.

— Eu vou pensar nisso, Dinho — respondeu ela, com uma nova determinação.

Dinho se levantou, satisfeito com a resposta, e deu um tapinha leve na cabeça dela.

— Isso aí, pensa mesmo. Porque eu acho que ele já decidiu.

Camila ficou sozinha no quarto, olhando para o teto, mas dessa vez, sua dor de cabeça parecia mais leve. Tudo que conseguia pensar era em Samuel, nas coisas que ele havia dito e no que ele não havia dito, mas que ficou subentendido. Talvez, muito em breve, ela e Samuel teriam que ter uma conversa mais sincera... sobre eles dois.

𖦹 - Entre sombras e luz ..Onde histórias criam vida. Descubra agora