Os moradores da vila de Honshu, aterrorizados pela crueldade de Sukuna Ryomen, o temido rei das maldições, oferecem uma jovem mulher como sacrifício para apaziguar sua fúria. Magra, maltrapilha e cega, ela parece destinada a um fim trágico. No entan...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Eu estava feliz, quase aliviada, por Sukuna ter aceitado ajudar a encontrar minha irmã. Ela era o único elo que me restava com uma vida que, de tão distante, já parecia um sonho. Minha única amiga, e os deuses sabiam o que ela estava enfrentando agora.
Dois anos atrás, quando minha mãe morreu, minha irmã foi vendida para um soldado da capital. Desde então, nunca mais tive notícias. Eu só queria poder abraçá-la novamente, sentir que ela estava segura.
Agora, sei que devo minha vida ao Rei das Maldições. E, de certa forma, não tinha mais nada a perder. Pelo menos eu não virei o prato principal dele... por enquanto.
Ontem, olhando-o de perto, vi traços do homem que me assombrava em pesadelos. As lendas diziam que ele era uma criatura repulsiva, que ninguém ousava olhar em seus olhos. Mas, ao contrário das histórias, Sukuna era... belo, de uma maneira grotesca. Com sua máscara de madeira, os quatro olhos, e a altura imponente de mais de três metros. Ele era aterrorizante, sim, mas não da forma que eu imaginava.
Perdida nesses pensamentos, não notei a mulher de cabelos brancos entrar na sala do trono onde eu estava limpando. Ela não estava sozinha — outras três mulheres, belamente vestidas, a acompanhavam.
Ela me lançou um olhar frio, como se eu fosse um inseto.
— Quem é você, criatura insignificante? — uma das mulheres disse, com desdém evidente.
— Eu sou Ren Hayashi. Estou servindo Sua Majestade — respondi, tentando manter a voz firme.
— Ah, então ela serve mesmo... para limpar o chão. Que coisinha mais feia. — Outra sussurrou, e as três riram de mim.
Eu não me olhava no espelho desde que perdi a visão, mas sabia das cicatrizes que marcavam meu rosto e corpo. Minhas roupas, sempre velhas e sujas, escondiam um corpo frágil. Elas me faziam sentir inveja. Não pela beleza, mas por tudo que elas pareciam ter.
— Calem a boca, vocês três. Se ela serve ao rei, deve ter alguma importância — a mulher de cabelos brancos cortou. — Agora, vão achar seus aposentos. Depois, falarei com o rei sobre qual de vocês o ajudará hoje no banho.
As outras mulheres concordaram, mas não sem murmurar mais piadas enquanto saíam. Vadias. Eu suspeitava que dormiam com Sukuna. Quem diria que o rei das maldições teria concubinas.
— Seu nome é Ren, certo? — a mulher de cabelos brancos perguntou.
— Sim.
— Levante-se e venha me ajudar com as refeições. Depois, você limpará a cozinha.
Assenti, resignada, e a segui. Eles estavam cobrando minha alma aqui, de fato. Deixei uma vida miserável para acabar em outra.
Horas se passaram enquanto eu ajudava na cozinha. Depois, fui designada para limpar o onsen onde Sukuna tomaria banho. O lugar era enorme, antes habitado por muitos homens, um templo vasto que hoje parecia deserto.
