Dor e dor!

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CAMILA

Eu estava feliz, como há muito tempo não me sentia.. Lauren tem demonstrado muito carinho e respeito por mim. Tudo tem sido perfeito.
Me sinto flutuando, nas nuvens. Ainda posso sentir o gosto dos beijos do meu amor, e acredito fielmente que tudo dará certo, mesmo com  Emma na cola de Lauren. Além do mais Lauren prometeu que terminaria tudo com Emma, o que confesso me deixava um pouco nervosa, mas com um sentimento mesquinho de vitória.

Apesar da felicidade, tive uma sensação ruim, me fazendo arrepiar o corpo. Lembrei do pesadelo que tive a semana inteira com mesmo homem estranho dizendo coisas assustadoras. O que aquele sonho queria dizer sobre o envelope amarelo? O que havia nele que me faria sofrer?...

O telefone tocou. O telefone tocou.

Camila: Presidência da Conceitos? Ah, Lauren?

Lauren: Camz, tá me ouvindo?

Camila: Sim, estou te ouvindo. Claro, eu pego, não tem problema. Sim, um envelope amarelo na sua pasta? Certo, eu levo para você na sala do Louis. Até mais.

Sai da minha sala indo direto a mesa de Lauren e, ao abrir a pasta, encontrei dois envelopes amarelos. Congelei. Um suor frio desceu pelas minhas costas, perdi o foco por alguns segundos, e meu coração disparou. Mas o pior era a dúvida... Será que um daqueles envelopes era o tal que poderia destruir minha felicidade?

Em meio àquela agonia que durou alguns segundos, uma infinidade de pensamentos turvaram em minha mente. A dúvida se dissolveu na certeza da realidade que tinha em minhas mãos... Sim, eu tinha que abrir. Se não abrisse, nunca teria paz. Sempre carregaria a sombra da dúvida. E, então, decidi abrir. Como se fosse o destino, escolhi o que carregava minha sentença de morte, a condenação ao inferno, a verdade nua e crua de uma ilusão... E dos meus olhos incrédulos rolaram as primeiras lágrimas de desespero, enquanto tentava segurar o grito de dor... Ali, atrás da mesa da presidência da Conceitos, cai de joelhos, dobrada em agonia, segurando a carta reveladora que Austin Mahone havia deixado para Lauren.

Eu não sei quanto tempo fiquei ali, na agonia do desespero, lendo e relendo aquela barbaridade. Ainda ajoelhada, ouvi um ruído da porta, mas sequer tive coragem de me levantar. Continuei na mesma posição, me balançando para frente e para trás, tentando, de alguma forma, fazer a dor desaparecer ou acordar desse pesadelo.

Nesse momento percebi que era Lauren que entrou na sala. Ela me viu ali no chão, agachada, chorando em desespero. Assustada, ela correu e se ajoelhou ao meu lado, jogando sua cadeira longe.

Lauren:  Camz, meu amor, o que houve?

Ao sentir suas mãos e sua voz em meu ouvido, levantei como uma mola e a empurrei para longe.

Camila: Não me toque, não me toque nunca mais! Não é só você que tem nojo de mim, porque agora, Lauren, pode ter certeza de que eu estou com muito mais nojo de você do que você jamais sentiu pelos meus beijos e carícias...

Vi Lauren congelar. Me olhar estarrecida, transtornada. Parecia não entender nada. Vi seus olhos parar em minhas mãos, que seguravam o maldito papel com envelope. Desesperada, ela olhou pra mim, como se tivesse doendo nela também. Mas não podia ser, era ela quem provocou aquilo tudo.

Lauren: Camz, meu amor, deixa eu te explicar... Não é isso, você entendeu errado, isso foi uma brincadeira estúpida do Austin... Calma... Eu nunca senti nojo de você, porque eu te amo...

Camila: É mentira, Lauren! Agora posso ver nos seus olhos. Agora entendo muitas atitudes que, antes, cega de amor, eu não queria enxergar... Eu vejo tudo com clareza agora. Mas só não entendo como você pôde pensar que eu tiraria sua empresa... —disse com a voz baixa chorando.

A Feia Mais Bela - (Camren) - G!POnde histórias criam vida. Descubra agora