PRÓLOGO

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Rio de Janeiro, 02 de fevereiro de 2013.

A noite no Rio tava cheia de tensão no ar. Aquele clima pesado, de que algo grande tava pra acontecer. Falcão conhecido e considerado pelo seu poder dentro do crime estava prestes a cometer o maior golpe de sua vida: o assalto ao Banco Central. A ideia era simples, mas o risco era grande. A grana que ia rolar ia fazer o vulgo dele ganhar ainda mais respeito. A máscara já estava na cara, a identidade bem escondida.

— Tamo no tempo, né? - Nilton pergunta, com a voz meio tremida pela adrenalina.

— Tá tudo no esquema, relaxa - Falcão responde, sem tirar os olhos da porta do cofre. A cabeça só pensa em pegar aquela grana e sumir por um tempo, se desse certo aumentaria ainda mais seu nome na boca da favela.

Falcão observa os homens ao seu redor. Eles tão prontos pra tudo, até pra morrer por ele se precisar. Cada um no seu lugar, só esperando seu sinal pra correr pro morro com o dinheiro. Grana alta que ia proporcionar luxos e lazer para todos.

Mas aí, o que devia ser o plano perfeito começa a desandar. Alguém de dentro da quadrilha deu a fita pra polícia. O barulho das sirenes corta o silêncio da noite.

— Fudeu, porra! A casa caiu! - Um dos crias grita, o pânico na voz dele é nítido.

— Caralho! - Falcão murmura, tentando manter a calma. — Bora vazar, porra!

— Chefe, tamo na merda! - O cara ao seu lado fala, tentando segurar o nervosismo. — Cercaram a porra toda, não tem saída.

— Pô, mano, eu tenho filha pra criar! - Nilton diz, o desespero estampado na cara.

— Cala a porra dessa boca mermão! - Falcão rebate, sentindo a adrenalina tomar conta. O coração batendo forte, mas a mente focada.

As luzes piscam sem parar, e a voz do oficial ecoa no alto-falante.

— PERDERAM, SEUS FILHOS DA PUTA! A CASA CAIU!

Falcão olha ao redor, tentando achar uma saída. Mas já era. Estão cercados, um dos seus entregou o esquema todo.

Condenado a mais de dez anos de cadeia, Falcão percebe que seu futuro virou fumaça. O poder que tinha no morro agora não passa de uma lembrança distante, uma sombra do que já foi.

Quando os portões da prisão se fecham atrás dele, Rodrigo, vulgo Falcão, sabe que a traição daquela noite vai marcar sua vida pra sempre.

Em Suas Mãos (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora