Capítulo 5: O Encontro com o Capitão

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EVELYN

O sol começava a despontar no horizonte, lançando um brilho suave sobre o mar e refletindo em pequenas ondulações que balançavam o barco. Eu e Amara, agora chamadas Eva e Emme, sentimos o frio da manhã misturado com a excitação da nova jornada. A noite anterior, marcada pela ansiedade e pelos preparativos, deu lugar a uma manhã de incerteza e expectativa.

À medida que caminhávamos em direção ao convés principal, o som das ondas quebrando e o murmúrio da tripulação se misturavam, criando uma sinfonia que preenchia o ar com uma energia vibrante. O barco, uma estrutura imponente que parecia se fundir com o próprio mar, era um cenário totalmente novo em comparação com o castelo silencioso que havíamos deixado para trás.

Quando chegamos à proa, o Capitão estava ocupado ajustando as velas. Sua figura era imponente, com um porte que exalava autoridade. Ele usava roupas pretas, contrastando com o cenário marinho, e seus olhos violetas, intensos e penetrantes, observavam cada movimento com uma precisão inquietante. Era evidente que ele possuía um controle absoluto sobre o barco e sua tripulação.

— Bom dia — saudou-nos o capitão com um tom neutro e uma voz grave, quase sem emoção. — Eu sou o Capitão Dorian Blackthorne.

Amara e eu trocamos um olhar nervoso, a tensão palpável. Precisávamos manter a compostura e responder de forma digna, mesmo com a sensação de desconforto.

— Bom dia, Capitão — respondi, esforçando-me para manter minha voz firme. — Agradecemos por nos permitir embarcar.

O capitão não ofereceu um sorriso ou um gesto amigável; sua expressão era impassível. Ele fez um breve aceno com a cabeça, como se a formalidade fosse apenas uma questão de protocolo.

— Não costumo aceitar passageiros sem uma boa razão — observou ele. — Presumo que vocês tenham suas razões para estarem aqui.

— Sim, senhor — confirmou Amara, agora chamada Emme. — Estamos gratas por esta oportunidade.

O capitão fez um gesto para nos aproximarmos ainda mais. À medida que nos movíamos em sua direção, dois rapazes se aproximaram, completando o grupo. O primeiro tinha cabelo loiro desarrumado e olhos azuis claros, e usava uma camisa de linho azul, que parecia ao mesmo tempo relaxada e prática.

— Olá, sou Finn — disse ele, com um sorriso ligeiramente descontraído que contrastava com a seriedade do capitão. — Se precisarem de qualquer coisa, podem contar comigo.

O segundo rapaz era um pouco mais alto, com cabelo castanho escuro e olhos castanhos profundos. Ele usava uma camisa branca com um colete de couro escuro, sua aparência era mais séria, e seu olhar era atento.

— Gideon — disse ele, com um tom de voz que exalava profissionalismo. — Estamos aqui para ajudar com o que for necessário.

O capitão então se dirigiu a Finn e Gideon. — Expliquem as regras básicas a bordo. Lembrem-se de que o barco deve manter um perfil discreto. Não queremos problemas.

Finn fez um gesto para que o seguíssemos. O ambiente do barco era uma mistura de desconforto e expectativa. O balanço leve do barco e o som constante do mar eram um lembrete constante de que estávamos em um território novo e desconhecido.

Gideon, que havia acompanhado Finn, começou um rápido inventário dos itens e fez uma breve introdução sobre as regras a bordo. O barco tinha uma rotina rígida, e havia uma clara expectativa de que nos adaptássemos rapidamente ao novo ambiente.

— Fiquem atentas às instruções e sigam as regras — disse Gideon, com uma expressão firme que não deixava espaço para dúvidas. — A organização e a segurança são primordiais aqui.

Após o breve tour e as instruções, Finn e Gideon nos deixaram sozinhas. A sensação de estar longe do castelo e em meio ao oceano era surreal, uma mistura de ansiedade e esperança.

— O que acha? — perguntei a Amara, enquanto olhava pela janela e via o mar se estender diante de nós.

— É estranho, mas emocionante — respondeu Amara, sua voz refletindo uma mistura de nervosismo e entusiasmo. — Estamos longe de tudo o que conhecemos, e isso é assustador, mas também libertador. Agora, só precisamos ver o que o futuro nos reserva.

Eu concordei, sentindo o peso da decisão e a liberdade que vinha com ela. A incerteza sobre o tempo que passaríamos a bordo e o que nos esperava no caminho à frente ainda pairava no ar, mas o sentimento predominante era de alívio. Estávamos a bordo e longe do que queríamos deixar para trás.

À medida que o barco navegava para longe do porto e o céu começava a escurecer, eu me permiti um momento de reflexão. Estávamos começando um novo capítulo em nossas vidas. Embora o futuro fosse incerto, a liberdade que buscávamos estava finalmente ao nosso alcance. O som das ondas quebrando contra o casco do barco era uma melodia constante, acompanhando nossa jornada. A noite caía sobre o mar, e com cada minuto que passava, a excitação de um novo começo começava a se desenrolar.

Amor nas Ondas do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora