um passo de cada vez (5)

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Os dias seguintes foram uma mistura de calma e tensão para Haerin. Apesar das conversas sinceras e dos planos traçados com Minji, uma sensação de inquietação pairava sobre ela. Algo em seu coração dizia que a calmaria era apenas temporária, e que uma tempestade estava prestes a chegar. Ela tentou afastar esse sentimento, concentrando-se em apoiar suas amigas e a si mesma. Mas, às vezes, a vida nos surpreende quando menos esperamos.

Naquela manhã, o telefone tocou cedo demais. Haerin ainda estava na cama, os raios do sol apenas começando a iluminar o quarto. Ela se espreguiçou e alcançou o celular na mesinha de cabeceira, sem saber que a ligação que atenderia mudaria o curso de seu dia — e, talvez, de sua vida.

— Alô? — Haerin disse, a voz ainda rouca de sono.

Do outro lado da linha, a voz de seu pai estava tensa e cheia de urgência. — Haerin, você precisa vir para o hospital. Agora.

O coração de Haerin disparou. Ela se levantou de um salto, já sentindo o pânico começar a tomar conta. — O que aconteceu? É a mamãe?

— Sim. Ela teve uma recaída... uma grande recaída. — A voz do pai dela tremia, algo que Haerin nunca tinha ouvido antes. — Eles estão fazendo o possível, mas... você precisa estar aqui.

O mundo de Haerin pareceu se fechar em torno dela enquanto as palavras ecoavam em sua mente. Recaída. Hospital. Possível. Ela vestiu a primeira roupa que encontrou, com os dedos trêmulos tentando segurar as lágrimas que ameaçavam cair. Seu cérebro estava a mil, mas seu corpo agia no piloto automático.

Danielle, que estava na cozinha, percebeu o desespero de Haerin ao vê-la sair correndo do quarto, com o celular ainda em mãos.

— Rin, o que aconteceu? — perguntou Danielle, alarmada ao ver o rosto pálido da amiga.

— Minha mãe... hospital... recaída... — As palavras saíram fragmentadas, mal conseguindo explicar o que estava acontecendo. — Preciso ir. Agora.

Sem hesitar, Danielle pegou suas chaves e seguiu Haerin até a porta. — Vou com você. Não vou te deixar sozinha.

As duas chegaram ao hospital em tempo recorde. Haerin não se lembrava do caminho até lá, nem das palavras de Danielle para acalmá-la. Tudo o que ela conseguia pensar era em sua mãe, naquele leito de hospital, lutando pela vida mais uma vez. Quando chegaram, foram recebidas por seu pai, cujo rosto parecia ter envelhecido anos em apenas algumas horas.

— Ela está na UTI. — foram as primeiras palavras dele, seu tom sombrio. — Eles estão estabilizando o quadro, mas... é grave, Haerin. Muito grave.

Haerin sentiu as pernas fraquejarem, mas Danielle estava ao seu lado, segurando sua mão, dando-lhe a força que ela não sabia que ainda tinha.

— Posso vê-la? — Haerin perguntou, sua voz pouco mais que um sussurro.

— Ainda não. — Seu pai balançou a cabeça, os olhos brilhando com lágrimas que ele não deixava cair. — Eles estão fazendo o que podem. Mas é difícil. Ela está muito fraca.

Haerin sentiu como se estivesse vivendo um pesadelo. Cada palavra parecia uma facada em seu peito. Ela queria gritar, chorar, fazer qualquer coisa para aliviar a dor que a consumia. Mas, em vez disso, sentou-se em uma das cadeiras da sala de espera, segurando a mão de Danielle como se sua vida dependesse disso.

Os minutos se arrastavam. O som dos passos dos médicos e enfermeiras no corredor parecia amplificado, cada som aumentando a angústia de Haerin. Seu pai andava de um lado para o outro, as mãos nervosamente esfregando o rosto. Danielle estava em silêncio ao lado dela, mas sua presença era um conforto imenso.

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