Epilogo

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Os primeiros cinco anos de Danielle e Haerin como casal foram uma mistura de desafios e conquistas, de momentos doces e superações inesperadas. Juntas, elas viveram uma jornada que as fortaleceu, moldando o amor que compartilhavam de maneiras que, no início, jamais poderiam prever.

O começo foi um mar de descobertas. Viverem juntas trouxe a cumplicidade que ambas sempre almejaram, mas também revelou as pequenas diferenças que precisariam aprender a lidar. Uma memória sempre vívida era a primeira briga séria, algo que envolvia algo trivial — a arrumação da casa. Danielle, meticulosa, e Haerin, mais relaxada, acabaram discutindo. A princípio, o silêncio tomou conta da casa, mas ao final da noite, entre desculpas e risadas tímidas, elas se reconciliaram. Foi ali que perceberam que amar também era aprender a ajustar os compassos do coração, a encontrar o ritmo certo.

Porém, o que marcou verdadeiramente esse início foi a reação da família de Danielle. A homofobia de seus pais caiu sobre o casal como uma tempestade, com palavras duras e o distanciamento forçado. Danielle sofreu profundamente, mas Haerin nunca se afastou, segurando sua mão com firmeza em cada encontro difícil, em cada ligação que terminava em lágrimas. "Nós somos nossa própria família agora", dizia Haerin, com a voz baixa e cheia de amor, e essa frase se tornou um mantra para as duas. O apoio incondicional de Haerin ajudou Danielle a enfrentar aquela dor com mais coragem do que jamais imaginara ter.

No entanto, nem tudo era sobre dores e desafios. Momentos doces e marcantes preenchiam o cotidiano. Quando Danielle começou a trabalhar em uma creche, seu coração parecia se encher de luz. As crianças a adoravam; seu jeito paciente e carinhoso fazia com que os pequenos corressem para seus braços todos os dias. Haerin, que sempre visitava o trabalho da esposa quando podia, observava de longe com um sorriso orgulhoso, encantada com a forma como Danielle brilhava ao cuidar dos pequenos. “Você nasceu para isso”, Haerin costumava sussurrar no final do expediente, quando iam juntas para casa, cansadas, mas felizes.

Juntas, elas conquistaram tanto. Aquele pequeno apartamento que no início parecia grande demais para duas, aos poucos, foi se transformando em um lar acolhedor, cheio de plantas, livros e memórias. E cada vitória pessoal – desde a promoção de Haerin até os projetos voluntários que Danielle começou a liderar com as crianças – era celebrada com jantares improvisados e noites de filmes.

Certa noite, exatamente cinco anos após terem decidido que ficariam juntas para sempre, Danielle e Haerin se sentaram na varanda, relembrando como haviam chegado até ali. Havia algo de especial naquela data, algo que prometiam fazer desde o início. E então, Danielle puxou debaixo da cama uma pequena caixa enferrujada — a cápsula do tempo que haviam enterrado juntas quando tudo começou.

Rindo e um pouco nervosas, abriram a caixa. Dentro, estavam pequenas cartas que haviam escrito uma para a outra. Danielle, ao abrir a sua, leu em voz alta: “Espero que a gente ainda esteja aqui, nos amando e cuidando uma da outra. Espero que a Haerin do futuro ainda saiba cozinhar o prato favorito da gente, e que a Danielle do futuro ainda seja desastrada, mas tão amorosa quanto agora”. Elas riram entre lágrimas. A cápsula continha também pequenos objetos: uma foto de seu primeiro encontro, uma pedra que pegaram na praia, e um pedaço do lenço que usaram no dia em que se mudaram para o primeiro apartamento.

“Conseguimos tudo isso e mais, né?” disse Haerin, segurando a mão de Danielle.

E ali, enquanto o sol se punha, perceberam que aquele não era o fim, mas o começo de um novo capítulo.

Cinco anos se passaram desde que Danielle e Haerin iniciaram essa jornada juntas, e cada uma cresceu em seus próprios caminhos. Haerin, após anos de dedicação e noites insones de estudo, finalmente se formou na faculdade de Enfermagem de Cuidados Intensivos. O orgulho que Danielle sentia ao ver sua esposa alcançar essa conquista era imenso. "Você vai salvar vidas, meu amor", Danielle dizia com os olhos brilhando, sempre ao lado de Haerin, apoiando-a em cada etapa. Agora, Haerin estava pronta para atuar nos hospitais, onde seu cuidado e compaixão poderiam fazer a diferença em momentos críticos.

Enquanto isso, a vida de suas amigas Minji e Hanni continuava a dar voltas inesperadas. Depois de anos juntas e um relacionamento que parecia inquebrável, elas passaram por um término difícil. Cada uma seguiu seu caminho por um tempo, se envolvendo com outras pessoas, mas nunca encontrando o mesmo tipo de conexão. Os novos relacionamentos não duraram, e agora, para surpresa de todos, Minji e Hanni estavam em uma espécie de "enrolação" — trocando mensagens, saindo esporadicamente, mas ainda sem se assumirem novamente como casal. "É complicado", Hanni dizia quando perguntavam, mas todos sabiam que o amor entre elas nunca tinha morrido. O destino, parecia, queria que elas encontrassem o caminho de volta uma para a outra.

Hyein, a mais nova do grupo, também estava vivendo sua própria história de amor. Agora, aos 20 anos, ela namorava Leeseo, uma jovem advogada linda e cheia de vida. As duas eram inseparáveis, e o sorriso de Hyein ao falar de Leeseo era inconfundível. O relacionamento das duas trouxe uma leveza para a vida de Hyein, e suas amigas não poderiam estar mais felizes em ver o quanto ela havia crescido e amadurecido. Leeseo, com sua inteligência afiada e charme discreto, era a companheira perfeita para a alma doce e vibrante de Hyein.

Em meio a todas essas mudanças, os planos para o futuro eram muitos. Danielle e Haerin conversavam sobre a possibilidade de adotar uma criança no futuro. Entre uma visita à creche e uma noite tranquila no sofá, elas sonhavam em expandir sua família, oferecendo a mesma segurança e amor que construíram juntas ao longo dos anos.

Haerin, agora formada e pronta para encarar os desafios de sua carreira, planejava se especializar ainda mais na área de cuidados intensivos. O desejo de abrir uma clínica com Danielle, onde pudessem unir seus talentos — ela como enfermeira e Danielle com seu amor por crianças —, começava a ganhar forma em suas conversas noturnas.

Minji e Hanni, embora ainda indecisas sobre o futuro do relacionamento, também pareciam inclinadas a retomar a vida juntas. "Talvez um dia a gente volte a ser 'nós'", Minji disse recentemente, cheia de esperança.

Agora, olhando para o que construíram e para os desafios que superaram, todos se sentiam gratos. A vida, com todas as suas reviravoltas, seguia seu curso, e o futuro parecia promissor. Entre risadas, abraços e sonhos compartilhados, o grupo seguia unido, prontos para o que viesse.

Apesar de todas as conquistas e momentos felizes, Haerin ainda carregava uma dor profunda: a perda de sua mãe, que havia falecido há cinco anos. Essa ausência ainda pesava em seu coração, e, mesmo com o tempo passando, a saudade não diminuía. Sempre que algo a fazia lembrar da mãe — uma música, uma receita, ou até mesmo o cheiro de flores que ela gostava — as lágrimas vinham sem aviso. "Ainda dói como no primeiro dia", Haerin confessava em voz baixa para Danielle, que a abraçava com todo o carinho que podia oferecer. Ela sabia que essa dor jamais desapareceria por completo, mas tentava encontrar conforto nas memórias felizes que compartilhavam.

Sua irmã Carly, no entanto, estava lidando com a perda de uma forma diferente. Após anos de negação e sofrimento silencioso, Carly finalmente buscou ajuda e começou a fazer terapia. Haerin, que acompanhou de perto o processo, sentia um imenso orgulho da irmã. Carly se transformou em uma mulher ainda mais forte, encontrando maneiras saudáveis de lidar com as próprias emoções. Além disso, agora ela era mãe, e essa nova fase na vida de Carly parecia trazer luz e força para ambas.

"Ela é uma mãe incrível", Haerin dizia com um sorriso, sempre admirando como Carly equilibrava sua própria cura emocional com os desafios de criar uma criança. O vínculo entre as irmãs cresceu ainda mais, e Carly se tornara um apoio importante para Haerin, assim como Haerin era para ela. Juntas, mesmo na ausência da mãe, elas mantinham viva a essência daquela que as havia criado, compartilhando histórias, receitas antigas e rituais que sempre as lembravam de onde vieram.

Ainda que a dor fosse constante, Haerin encontrava alívio em sua família — Danielle, Carly, e até nas amigas que se tornaram irmãs ao longo do tempo. Cada pequena vitória, cada novo passo em direção ao futuro, era também uma homenagem àquela que nunca deixou de ser parte de suas vidas.






Fim.

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Acabou. Achei o final meio merda, porém eu já não tinha mais ideia do que fazer, então vai ficar assim mesmo ok? Talvez depois de um tempo se vinher a vontade eu faço mais algum capítulo bônus.

Bjão 💋

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