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A Amélia com o Louis são muito fofos 🤧

Wednesday Addams

Depois de toda aquela cena que parecia um final dos filme da Disney, Louis convidou nós três para almoçarmos e conhecer a família do mesmo, que não era nem um pouco pequena.
A mesa estava completamente cheia, filhos, netos e até bisnetos. É bem estranho já que eu e a minha avó temos só uma a outra.

Amélia estava sentada ao meu lado e a Enid na minha frente, Louis, na cadeira que se posicionava no começo da mesa gigante. Ele que antes estava sentado, se levantou tocando um pequeno sino para atrair a atenção de todos que estavam ali.

- Se me permitem... Eu realmente não sei como me expressar. - ele ri, completamente nervoso. - Bom, hoje eu sai pra cavalgar como um homem velho e voltei como um adolescente.

A mesa inteira se pôs a rir.

- Estou muito feliz por conhecerem a Amélia, a neta dela Wednesday e a adorável amiga delas, Enid. - olhei para ela que estava concentrada no mais velho, porém, como um grande imã invisível o seu olhar se cruza com o meu. E eu não tenho a mínima vontade de desviar.

- Minha doce Amélia, você me disse que perdeu o seu Jack e sabe que eu perdi a minha Rose. Mas o destino quis que nos reencontrássemos. - ambos sorriram. - Obrigado destino!

Louis ergue a taça, sendo acompanhado pelo resto da mesa.

- Obrigado! - uma voz desconhecia grita.

- Saúde à família Bartolini.

- As Addams também, né?! - digo mais alto que o normal, erguendo a minha taça. - Saúde!

Sentamos novamente, agora, os olhos da Enid permaneciam acompanhando os meus.
Não sei por qual motivo ela estava mantendo isso, já que no carro mal olhou para mim.
Apenas desviei quando ouvi a voz da minha avó.

- Me desculpa pelo atraso. - ela diz para o
Louis.

- Não! Quando falamos sobre amor, nunca é tarde demais.

O senhor responde.

Deus, não pude deixar de encarar a Enid novamente após essa última frase. Eu queria tanto contar para ela sobre o que eu estou sentindo. As borboletas estão vibrando como loucas dentro da minha barriga e creio eu, que só irão se aquietar quando eu despejar todos os sentimentos novos que descobri nesses últimos dias.

O almoço já tinha terminado, a família do Louis se dividiu entre afazeres. Naquele gramado lindo só sobraram as crianças que estavam brincando de pega-pega ou polícia e ladrão. Não consegui definir qual porque a minha mente estava focada somente na figura pequena que estava sentada em uma cadeira do outro lado do jardim.

Juntei toda a coragem presente no meu corpo e me dirigi até ela, que percebeu a minha presença e se remexeu desconfortavelmente no assento.

- Que azar, hein? Não havia mais esperança ai ele chega no último minuto em um cavalo branco. Ninguém vai acreditar!

Comentei quando cheguei perto o suficiente.
Enid ergueu o olhar e me lançou um pequeno sorriso. Não foi um sorriso genuíno como todos os outros, foi um levantar de lábios.

Então, a mesma abaixou os seus olhos para os seus dedos que se mexiam involuntariamente.
Eu realmente, não sabia o que falar ou sobre o que falar. A Sinclair não queria falar comigo. Pude perceber e assim toda a minha coragem foi embora...

Resolvi me sentar à mesa posicionada em frente ao banco de madeira, afim de se aproximar mais dela.

- Você me promete? - pergunto e ela levanta a cabeça, me lançando um olhar como se perguntasse me promete o quê?. - Promete que que vai terminar a história. - completo.

Enid sorriu e seus olhos marejados olharam para os meus. Ela assentiu enquanto movia a sua mão até a minha, senti nossos dedos se entrelaçarem naturalmente. Como se aquele toque fosse totalmente e fielmente planejado.

Enid continuou me encarando, calada.
Apenas trocando o seu olhar de um olho para o outro, tentado segurar as lágrimas teimosas que queriam escorrer. Sinto dizer que eu também estava sensível, a mistura de sentimentos estava me consumindo e eu não podia contar pra ela naquele momento, e talvez em momento nenhum.

Apenas continuei a observando e Deus, eu não queria de jeito algum me despedir daquele olhar. Mas eu tinha que fazer.

- Acho que acabou, né? E eu estou triste por isso. - Quebrei o silêncio, encarando nossas mãos ainda unidas.

- É, eu também.

Enid finalmente disse algo. Ainda sim, com a voz falha.

- Enid , eu... - inclinei o pescoço, olhando em volta antes de voltar a olhá-la. - Eu não devia ter te beijado. Eu realmente passei dos limites. Você namora e...

Senti a mão da Sinclair apertar a minha antes de se desvincular totalmente. A mais baixa se levanta, usando a mesma mão para enxugar uma lágrima que escorria pela bochecha dela.

- Eu preciso ir. - ela me olha pela última vez antes de se virar - Adeus, Wednesday . Vou sentir saudades. - murmurou a mesma.
A vi andando em direção a minha avó. Não pude fazer nada além de vê-la se afastando cada vez mais.

cada vez mais...

Eu não tive coragem de contar o que eu sentia pra ela, não achava certo principalmente depois desse diálogo, da qual ela estava certamente arrependida da noite passada.

- Porra, Wednesday !

Enid Sinclair

Me despedi da Wednesday e segui em direção a Amélia sem olhar para trás. Eu não sabia decifrar o que era o aperto que eu sentia no peito. Só os céus sabe o quanto que eu queria voltar lá e beija-la, dizer que eu estava completamente apaixonada por ela. Mas eu não podia, não era certo comigo e não era certo com o Tyler.

E só Deus sabe o quão aquele olhar me prende a ela, eu juro que poderia me perder naquelas profundezas escuras.

- Oi, está anoitecendo. Eu preciso ir pra casa, Tyler está chegando. - avisei para Amélia.
Ela estava abraçada com o Louis, ambos estavam andando pelo jardim.

- Ah, sim. Claro! E onde está a Wednesday ? - aponto para trás, sem me virar. - Nós vamos levar você já que perdemos o voo.

- Não, não. - recuso - Amélia eu não posso tirar você daqui.

- Meu filho pode te levar. Eu irei chamá-lo. - Louis que ouvia a nossa conversa, propôs.

- Ok, obrigada.

Segui o senhor com os olhos enquanto ele andava em direção ao filho. Talvez fosse só uma distração para não ter que se despedir da Dona Amélia.

- Estou tão feliz por você! - exclamei, antes de encara-lá. Quando finamente o fiz, enxerguei o brilho no olhar dela que me olhou, preocupadamente. - Algum problema?

- Não! Não há nada, é só... sabe?- ela respirou fundo - Enid, um anjo trouxe você para mim. - Amélia tocou delicadamente os meus cabelos, fazendo um pequeno carinho antes de me puxar para os seus braços. - Obrigada!
Obrigada, eu serei eternamente grata -
Ela distribui beijinhos contra a minha testa, bochechas e cabelo enquanto me envolvia em um abraço confortável e, por minha percepção, cheio de carinho.

Era tudo o que eu sempre quis sentir da minha mãe. Amélia, com tão pouco tempo ocupou esse espaço.

Nos separamos quando o carro do Louis (filho) parou do meu lado. Com os olhos ainda embaçados, deixei um beijo na testa da Amélia me prontificando em entrar no carro antes dos meus olhos soltarem mais lágrimas.

- Você é muito gentil, obrigada Louis! -O agradeci.

Fechei a porta do veículo e me encostei no banco.

Eu vou sentir muita falta deles, principalmente dela...

Letters to Juliet •  Wenclair (Adaptação)Onde histórias criam vida. Descubra agora