Capítulo 8

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A sexta-feira passou um pouco confusa. Eu tinha reuniões, relatórios para fazer e estatísticas para revisar, e fiquei ocupado o dia todo. Eu notei que a linda garota ruiva que tinha falado comigo ontem agora sorriu para mim no corredor, e Helena e Caio me cumprimentaram com um — Oi Júlio — quando entrei na sala de descanso na hora do almoço.

Fiquei um pouco dolorido nos ombros e quadríceps por causa do treino da manhã anterior, mas era o que eu chamaria de uma dor agradável. Não era debilitante. Era apenas um gentil lembrete de que meu corpo estava mudando, melhorando, e eu gostei disso.

Quando cheguei em casa depois do trabalho, sair pra beber com Anne foi a última coisa que tive vontade de fazer. Anne tinha me mandado uma mensagem mais cedo para me lembrar, o que era realmente uma ameaça velada para não furar com ela. Então, como um bom melhor amigo, arrastei minha bunda até o armário e tirei um jeans escuro e um suéter preto. Eu não conseguia me lembrar da última vez que saí. Certamente não com Gabriel. Preferia passar os fins de semana em casa, com jantares ou noites tranquilas com um bom livro e uma taça de vinho. E eu resmunguei enquanto me trocava, até vestir minha calça jeans.

E puta merda. Além de não estarem justos, eram até um pouco grandes na cintura! Eu poderia fechar o botão facilmente com espaço de sobra, e ele era até um pouco largo em volta da minha bunda e coxas.

Saí para me olhar no espelho de corpo inteiro, um sorriso lento se espalhando cobrindo meu rosto.

Oh meu Deus.

Não notei nenhuma mudança em minhas calças de trabalho. Bem, elas estavam um pouco frouxas, o que dei um jeito com um cinto. Achei que elas estavam ficando velhas ou algo assim. Eu nem pensei muito sobre isso, para ser sincero. Mas isso, esse jeans, era a prova de que minha mudança na dieta e meu novo regime de exercícios estavam funcionando.

Peguei meu celular e abri a câmera. Tirei uma foto do meu reflexo, com uma mão puxando o cós da minha calça jeans, mostrando o espaço extra que não existia há apenas três semanas atrás. Rapidamente encontrei o número de Felipe, mandei a foto e digitei uma mensagem animada.

J: Caramba, olha isso!

Sua resposta foi quase imediata.

F: Excelente! Bom trabalho. Eu sabia que você poderia fazer isso!

Eu ri de sua resposta. Acho que não sorria tanto há semanas…

J: Desculpa te incomodar numa sexta à noite. Só queria compartilhar minha emoção.

F: Não é nenhum incômodo. Na verdade, você acabou de fazer o meu dia. É bom saber que todo esse trabalho duro valeu a pena.

J: Você está dizendo que eu sou um trabalho duro?

Sorri para o meu celular, esperando sua resposta. Mas em vez de uma mensagem, meu celular tocou na minha mão. O nome de Felipe apareceu na minha tela e apertei Atender, ainda sorrindo. Não houve um ‘oi’ nem nada.

— Por favor, me diga que você estava brincando?

— Sobre eu ser um trabalho duro?

— Sim!

Eu ri. — Eu estava, sim. Embora nós dois saibamos que gosto muito de reclamar e reclamo de tudo que você me obriga a fazer.

Ele riu. Foi um som aliviado. — Bem, é verdade. Mas você faz tudo o que eu mando, não importa o quanto você sabe que vai doer.

— Isto é verdade. Nunca me considerei um masoquista antes. Na verdade, estou gostando bastante das dores musculares e das pontadas.

— Oh?

O Peso de Tudo (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora