O Silêncio Caído
O sol da manhã, pálido e hesitante, mal conseguia romper a névoa que pairava sobre a cidade. O silêncio era ensurdecedor, quebrado apenas pelo vento sibilando entre os prédios destruídos. Era o dia seguinte à invasão. As hordas de criaturas aladas, com seus olhos vermelhos e garras afiadas, haviam varrido a cidade como um furacão, deixando para trás um rastro de destruição e terror.
Lucas, um garoto de 12 anos, se encolhia em seu quarto, aterrorizado. Sua família havia desaparecido durante a invasão, e ele estava sozinho. O cheiro de sangue e pólvora impregnava o ar, e o medo o oprimia como um peso. A cidade que antes vibrava com vida agora era um cemitério silencioso.
A Solidão do Confinamento
Lucas passou os dias seguintes escondido em seu apartamento, comendo os poucos alimentos que encontrou e bebendo água da torneira, torcendo para que alguém o encontrasse. A comida estava acabando, e a sede o atormentava. O medo de sair para procurar ajuda era maior que a fome e a sede.
Um dia, ouvindo um barulho na rua, ele arriscou uma espiada pela janela. Era a Sra. Helena, sua vizinha de cima, uma mulher de cabelos grisalhos e olhos azuis que sempre o tratava com carinho. Ela estava tentando abrir a porta de seu apartamento, mas parecia ter se machucado o pé.
Lucas, com o coração batendo forte no peito, decidiu ajudá-la. Ele desceu as escadas com cautela, seu corpo tremendo. A Sra. Helena, ao vê-lo, soltou um grito de alívio.
“Lucas! Graças a Deus! Você está bem?”
“Sim, Sra. Helena,” respondeu Lucas, aliviado por ter encontrado alguém que conhecia. “O que aconteceu com seu pé?”
“Eu tropecei em um pedaço de vidro,” respondeu a Sra. Helena, fazendo uma careta de dor. “Não consigo me mexer.”
Lucas, com a força de um leão, carregou a Sra. Helena para seu apartamento. Ela se sentou na cama, e Lucas foi até a cozinha para procurar água e comida.
A Amizade Inesperada
Os dias se transformaram em semanas, e a cidade continuava silenciosa. Lucas e a Sra. Helena ficaram presos em seu pequeno apartamento, comendo os poucos alimentos que conseguiram reunir e esperando que a ajuda chegasse.
A Sra. Helena, apesar da dor e da solidão, sempre encontrava palavras de conforto para Lucas. Ela contava histórias de sua infância, de sua família, de um mundo que parecia distante e quase irreal.
Lucas, por sua vez, se apegava à Sra. Helena como se ela fosse sua própria avó. Ele a ajudava com as tarefas domésticas, a fazia companhia, e a protegia de qualquer perigo.
Um dia, enquanto observavam o céu cinzento pela janela, a Sra. Helena disse: “Lucas, você sabe, eu sempre admirei sua força e sua coragem. Você é um menino muito especial.”
Lucas ficou envergonhado. “Sra. Helena, você é quem é especial. Você é forte, inteligente e sempre me faz sentir seguro.”
“Você também me faz sentir segura, Lucas,” respondeu a Sra. Helena, sorrindo. “Você é como um neto para mim.”
A Esperança Renascida
Um dia, ouvindo um barulho distante, Lucas correu até a janela e viu um grupo de pessoas caminhando em direção à cidade. Eram sobreviventes, vindos de outras cidades, trazendo consigo a esperança de reconstrução.
Lucas, com o coração batendo forte no peito, correu para contar a Sra. Helena. Ela, apesar da dor, sorriu com alegria.
“Lucas, finalmente! A esperança voltou!”
O Novo Começo
Os sobreviventes chegaram à cidade, trazendo consigo alimentos, água e ferramentas. Eles começaram a limpar os escombros, a reconstruir as casas e a organizar a vida em comunidade.
Lucas e a Sra. Helena se juntaram aos sobreviventes, ajudando na reconstrução da cidade. Lucas, que antes era um garoto assustado e solitário, se tornou um líder, inspirando os outros com sua força e sua esperança.
A Sra. Helena, apesar da idade avançada, também se tornou uma fonte de inspiração, compartilhando sua sabedoria e sua experiência com os mais jovens.
A cidade, que antes era um cemitério silencioso, começou a renascer. O silêncio foi quebrado pelo som de marretas, de risos e de esperança. Lucas e a Sra. Helena, unidos pela tragédia, encontraram um novo lar, uma nova família, e uma nova esperança.
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MEUS CONTOS PROIBIDOS
General FictionMergulhe em um mundo de fantasia e emoção. Histórias que te levarão a lugares mágicos e te apresentarão personagens inesquecíveis. OBS- VOCÊ PROVAVELMENTE VAI ODIAR ESSAS HISTÓRIAS.