Casada com o Inimigo

Casamento Consumado

Hinata Hyuuga

Contar para Neji o que havia acontecido comigo fora uma decisão repentina, de alguma forma ter seu apoio com o conselho enquanto lidamos com a rejeição de alguns membros me levara a me abrir e contar o que ele tinha percebido na cozinha mais cedo. Ter o seu toque amistoso em meu ombro fora mais do que o esperado e suas palavras carregadas de confiança eram um alívio para meu coração.

—O que pretende fazer de imediato agora que é o líder? — Perguntei enquanto prendia meus cabelos num coque.

—Vou passar a noite aqui, a pessoa que fez isso a Akane pode aparecer para silenciá-la.

—Conseguiu ver se Tayka ou Hioshi estavam com seus aneis?

—Não, ambos têm o hábito de esconder as mãos naqueles quimonos, mas não vai faltar oportunidade.

Não me sentia segura de contar a Neji que fora Tayka quem abusara de mim, e que ele ainda era o meu primeiro suspeito. Não sabia como meu pai ou Hanabi agiria se soubesse o que eu passara com alguém que eles julgavam de extrema confiança.

Após deixar Reiko tomando conta do quarto de Akane naquela tarde, Neji me convidou para darmos uma volta pelo clã, entretanto minha surpresa maior foi quando adentramos o clã secundário, eu nunca estive daquele lado do muro e a diferença era absurda. Enquanto eu crescia numa casa grande e com criados, Neji vinha de uma casa humilde, uma parte do distrito que nem mesmo o Hokage tinha acesso, casas simples ou pequenas comportando famílias de quatro a cinco membros. Vivendo em situações precárias.

—Parece que tem poucas pessoas. — Comentei em voz alta ao ver casas fechadas e abandonas.

—Nos últimos cinco anos, mais de oito membros foram executados.

—O que? — Perguntei sem esconder o espanto.

—Eles não estavam de acordo em receber ordens e ter de servir a família principal, quando eu estava em missão no deserto com meu time Daiko e os outros vieram até aqui e eliminaram eles como exemplo.

Senti meu estômago revirar.

—Meu pai? ...

—Sim, ele sabia disso. 

Observei três crianças correndo, brincando com carrinhos feito a mão e roupas de segunda mão, seus rosto sujos de terra e suas marcas na testa me deixaram incomodada. Porém disfarcei e abri um sorriso quando um deles se aproximou com uma flor para me dar.

Me agachei e pus a flor em meu cabelo.

—Obrigada rapazinho. Qual é seu nome?

—Masaru. — Respondeu tímido. Não devia ter mais que cinco anos.

—Um nome lindo. Sabe o significado dele?

Ele negou com um movimento de cabeça.

—Significa Vitorioso.

Seus olhos tão semelhantes aos meus se abriram iluminados.

—Vitorioso?

—Exatamente. — Peguei um de meus lenços e limpei suas bochechas com cuidado.

O garotinho se pôs a correr gritando aos outros seu nome, sua mãe que não devia ser uns três anos mais velha que eu se aproximou, um sorriso acanhado e seus cabelos escuros estavam presos por uma fita branca. Não era uma lutadora, apenas uma civil, com olhos amistosos.

—Você é realmente linda Sra Hinata. — Disse a mulher ao estender a mão suja de farinha sem jeito, mas logo a recolhendo. — Ah me desculpe, não precisa tocar, minhas mãos estão...