Gatilho

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Hinata Hyuuga



Eu precisava falar com Naruto, tentar explicar, não fazia ideia do que Neji poderia ter dito a ele e isso estava me angustiado, olhei a porta de janelas duplas aberta, as cortinas balançavam com a brisa matutina, o sol brilhava lá fora, um convite quase irresistível para correr floresta adentro, porém meus olhos pousaram na mala que estava no chão da sala, eu conhecia cada marca e risco no couro daquela bagagem velha, eu mesma as fizera aos longos dos anos, um item tão simples, mas que eu guardava pelo simples fato de ter pertencido a minha mãe.

Ele se dera ao trabalho de passar no clã e pegar isso, mesmo estando machucado, sejá lá onde ele tinha ido fazer, pensara em mim antes de chegar aqui essa manhã, observei suas costas enquanto estava preparando nosso alimento e isso me doeu, ele tinha me protegido e cuidado de mim, me fizera companhia no hospital e agora estava exausto, não precisava usar o Byakugan para saber disso, estava acordado a mais de vinte e quatro horas. Fui até a mala e busquei um de meus lenços, o molhei com água e fui até ele.

Mesmo com as mãos espalmadas no balcão olhando para algo lá fora, perdido em pensamentos o chamei. Era difícil manter uma aproximação com alguém tão silencioso, que sabia ocultar seus sentimentos melhor do que ninguém.

—Neji-kun?

Não pude deixar de notar a surpresa por me ter tão próxima. Aqueles olhos estavam vulneráveis de um jeito que nunca havia visto e isso me dava uma certa coragem para limpar o machucado no canto de sua boca.

—Achei que iria ir atrás dele.

Ergui meus olhos para olha-lo com firmeza.

—Meu dever é com você e nosso clã. Quero que me deixe ajudá-lo com isso.

Eu precisava aprender a liderar e ser mais participativa e não só uma sombra do meu pai. Estava disposta a mudar e conviver com ele permitiria analisá-lo e ter mais segurança, pois Neji era alguém direto e racional, totalmente o meu oposto.

Algo à nossa volta foi mudando gradativamente, era como se a cozinha tivesse diminuído e meus olhos se prenderam em sua boca, me fazendo lembrar do beijo no hospital.

Como uma conexão, sou puxada para seus lábios com desejo. Seu toque era firme em minha cintura e seus lábios eram exigentes. Deixei que ele me conduzisse nessa dança tão intima.

Sou depositada em cima do balcão como se não pesasse quase nada, abriu minhas pernas para se encaixar enquanto eu ficava a sua altura. Fui guiada pela vontade de tocar-lhe os cabelos, arranhei com minhas unhas sua nuca antes de enterrar naqueles cabelos sedosos e castanhos.

Suas mãos procuraram minha pele por debaixo da camisa me dando leves apertões, fazendo uma eletricidade percorrer meu pescoço, algo que nem mesmo quando beijara Naruto havia sentido antes. Aquela sensação era quente e intensa.

Seu toque para na curva do meu seio e todo aquele calor é substituído por um pavor silencioso, fazendo eu travar imediatamente depois de afasta-lo de mim pegando ambos de surpresa.

—Hinata? — pergunta preocupado, sua voz faz um eco distante.

—Se... afasta! — Falo descendo do balcão e caminhando de costas.

Meus olhos estavam frenéticos e tudo à minha volta tinha tomado a coloração branca e cinza, me permitindo ver através de Neji enquanto meu coração se acelerava e um suor frio começava a me fazer transpirar.

Casada com o InimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora