Um segredo revelado

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Neji Hyuuga

Beija-lá passará a se tornar uma necessidade, me despertando um calor e uma fome por mais daquilo. Dava leves apertões em sua pele macia, saboreando com a língua aqueles lábios que me lembravam morangos na primavera. Podia sentir suas mãos me tocar de forma desajeitada, sua inexperiência me instigava, alimentava meu desejo por ela.

Eu sabia que era cedo demais para avançar num contato mais íntimo ao pôr minha mão por debaixo de sua camisa, mas ela estava tão receptiva, tão curiosa quanto que não contive, percorri suas costas em carícias lentas, descendo pelo contorno de sua cintura  apertando, entretanto cometi o erro de ser mais ousado. Assim que meu dedos esbarram na curva de seu seio a sinto travar e sou empurrado com força.

—Hinata?

—Se… afasta! — ela diz descendo do balcão e colocando uma distancia entre nós.

Hina respirava com dificuldade e isso me deixou inquieto sem conseguir entender de imediato o que estava havendo para ela ter mudado tão drasticamente.

—O que está acontecendo? — Pergunto ao tentar me aproximar quando ela desperta seu poder ocular. 

—Fique onde está!. — Não era uma ameaça, era um alerta.

Dei o espaço que ela me pedia, pois, pela primeira vez não sabia o que fazer, ela estava tendo um ataque de pânico, suas mãos tremiam e seus olhos frenéticos eram atormentados. Observei ela olhar para trás quando um pássaro voou pela varanda, seus olhos se voltaram para mim, ou melhor, para algo que apenas ela estava vendo. Num gesto de desespero a vejo se envolver, suas mãos esfregam os próprios braços como se quisesse limpar algo ao mesmo tempo que tentava se cobrir.  Imediatamente entendi o que estava acontecendo; alguém a tinha tocado de forma indevida. Os sinais de abusos estavam em cada gesto seu.

—Hinata! Está me escutando?  Você está segura, está em sua casa. Seja lá o que for que esteja vendo, não é real.

Falo com firmeza ao me aproximar sem tocar-lhe, mantendo minhas mãos elevadas. Como o esperado e com alívio a vejo enfim focar em meu rosto e quase a puxei para meus braços quando vi a vulnerabilidade em seus olhos.

—Neji-kun me desculpe. — Murmurou com a boca trêmula para conter o choro quando eu envolve suas mãos nas minhas.

—Não há com o que se desculpar, eu não deveria ter avançado dessa forma. Eu é que peço desculpas. 

Eu queria saber o que haviam feito a ela, queria lhe fazer perguntas, mas sabia que isso não era algo para ser discutido. Precisava ter paciência e esperar que ela se sentisse à vontade e confiasse em mim, para me contar o que de fato havia lhe feito. Porém, Reiko apareceu naquele exato momento. Eu sabia por que ele tinha vindo, tínhamos coisas para tratar no clã.

—Neji e Hinata, me desculpe incomodá-los. — disse ao fazer uma breve reverência —  mas os membros do clã estão reunidos como você tinha pedido.

—Certo.  Nos espere aqui Reiko, vamos só trocar de roupa.

Peguei as coisas dela e a levei para o quarto, respirei fundo e entrei no banheiro me trancando lá dentro, olho para meu reflexo no espelho e tento manter o controle de minhas emoções.

Hinata fora abusada sexualmente e ninguém sequer sabia disso. Tentei puxar em minhas memórias quem poderia ter sido o desgraçado e percebi que não havia ninguém, tentei observar se ela tinha ficado sem jeito ou demonstrado certa desconfiança, mas não. Não consegui lembrar de nenhum momento assim.

É claro que você não vai lembrar seu imbecil, passou boa parte afastado dela e ela não confiava em você, ainda mais depois da luta nas provas chunnin. Estava tão preocupado em odiá-la por ser quem era, do que em saber se ela sofria algo. Nunca a deixou se aproximar de você para que essa confiança fosse discutida.

Casada com o InimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora