Dos

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Louise pov

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Louise pov

Carlos fica sem palavras, o seu olhar escuro não se desvia de mim enquanto ele aguarda a minha reação, ele fala, sua voz agora suave como seda.

—Eu não estou tentando te diminuir, querida. Estou apenas sendo verdadeiro, você é uma imigrante ilegal. Isso é um fato, quer você goste ou não.

—Nunca neguei isso, eu sei o que eu sou nesse país e para os moradores daqui.—Meu olhar irritado não desviava de seu olhar vazio. —A única coisa que eu disse é que não precisava do seu desprezo e muito menos da sua dó.

Carlos permanece calado enquanto falo, seu olhar continuando vazio, após alguns segundos, ele volta a se pronunciar, a sua voz suave ainda mais zombeteira

—Você se importaria de me explicar qual é a diferença entre desprezo e ser verdadeiro? Eu acho que você não tem uma opinião muito boa de si mesma. Eu não sinto uma gota de desprezo por você, apenas estou sendo honesto.

—Não se faça senhor Sainz, sabe bem a diferença entre os dois termos—Eu me levantava da cama onde estávamos sentados, sem tirar o contato visual. — Falar que alguém não passa de algo que vocês não gostam ou não são de seu agrado é desprezo, agora ser honesto e apresentar pontos ou coisas da realidade de alguém que não aceita isso, e em momento algum eu neguei minha posição neste país.

Seu olhar permanecendo neutro  enquanto ele ouve as palavras. Ele responde, uma sombra sarcástica no olhar escuro enquanto ele permanece imóvel.

—Acho que você precisa aprender a lidar com a verdade que às vezes pode ser dura. Eu simplesmente disse o que você era, sem rodeios nem enfeites. Se você considera isso desprezo, então talvez seja você que tem problemas de auto-estima.

—Ou talvez você tenha faltado nas aulas básicas de convívio humano e consciência de classe—Eu odiava o jeito com que ele zombava do que estávamos falando—Talvez a história de alguns imigrantes ilegais também seja algo que devesse aprender. —Rebato rapidamente antes que ele tenha mais alguma outra resposta na língua.

Meu comentário sobre o "convívio humano" parece irritar levemente Carlos, embora a irritação não se reflita bem em seu rosto.
Ele fica sem responder por uns segundos, pensando no que falar, até a sua voz aparece, parecendo um pouco mais seca.

—Eu não odeio seu povo, eu odeio quando eles agem com orgulho e se acham os grandes heróis da história.

—Acabou se assumir o que eu estava falando desde que lhe vi, você não suporta que temos tanta grandeza quanto os nativos daqui, quanto vocês.—Carlos fica quieto enquanto escuta, sem protestar em momento algum, seu rosto demonstrando estar mais escuro e frio do que o normal, ele já carregava outro tipo de sentimento.

—Você fala como se nós não tivéssemos sido os responsáveis pela construção desse país. Como se fosse tão fácil para alguém vir ao nosso país, sem qualquer respeito pelas leis, e se aproveitar dos benefícios que somente os legais são merecedores.

SPANISH WEDDING - Carlos SainzOnde histórias criam vida. Descubra agora