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Musica sugerida: Earned it - The Wekend
Bella on
- O chefe quer que esteja pronta em uma hora, senhorita. - A voz de Simon soou fria ao abrir a porta, os olhos evitando o contato direto.
Eu estava encolhida na cama, o corpo preso na confusão e no cansaço que o dia tinha trazido. A noite caía lentamente, lançando sombras por todo o quarto preenchendo cada canto que a luz não alcançava.
- Eu não estou animada para nada hoje, Simon. - Minha voz saiu baixa quase um sussurro, mas ele ouviu.
O medo pulsava em mim misturado ao arrependimento por ter subestimado Sylus. E agora... eu sabia que não podia errar de novo. Não estava pronta para outro show de horrores, para enfrentar as promessas sombrias que ele sempre cumpria.
- Senhorita... não dificulte as coisas. - Simon insistiu.
- Simon, por favor...! - Minha voz se quebrou carregada de desespero. - Não estou pronta para isso. Eu... eu não posso ser esse monstro. - Meu olhar encontrou o dele, mas não vi resposta. Apenas o silêncio que parecia me engolir. - Como você consegue ficar aí agindo como se nada tivesse acontecido? Ele te paga o suficiente para vender a sua alma assim?
As palavras saíram como veneno, e nem me importei com o impacto. Mas no fundo, eu sabia que ele não merecia isso.
Não era culpa dele.
Simon abaixou a cabeça sem dizer nada.
- Não se iluda, senhorita - Simon murmurou após um momento. - Isso nunca foi sobre o dinheiro. O chefe sempre... - Ele parou como se as palavras o traíssem. - Ele nunca falha em conseguir o que quer. E você não vai ser a primeira a mudar isso.
- Me dê mais tempo, Simon... só mais alguns minutos. - Minha voz tremia.
O mesmo me lançou um último olhar antes de virar as costas, sua expressão impassível. - Uma hora. Nem um minuto a mais. - E a porta se fechou atrás dele, deixando-me sozinha com meus próprios demônios.
(...)
Eu conseguia escutar a movimentação no andar de baixo. A casa vibrava com vozes, risos e passos apressados. Carros entravam pelo portão da frente sem parar.
Mais uma festa.
Mais um espetáculo de poder.
- Ele nunca se cansa dessas festas? - Murmurei para mim mesma.
A vida de Sylus era uma constante exibição de excessos. Um ciclo infinito de celebrações, como se ele não tivesse preocupações reais - trabalho, família, responsabilidades... nada.
Para ele, o mundo girava ao seu redor, e todos estávamos presos em sua órbita.
Olhei para o espelho. Vestia o de sempre: um vestido curto e apertado, vermelho, desenhando meu corpo de forma provocante.
