nos dias que se seguiram, donghyuck sentiu que não haviam mais palavras no seu vocabulário que pudessem se encaixar no que precisava dizer.
— que inferno! — praguejou, amassando mais uma folha de papel e jogando com força no lixo. começava a se formar uma pequena montanha.
estava sozinho em seu quarto, surtando, e ainda era o início da tarde. em um impulso, ligou para jaemin, o convidando para dar uma volta. talvez pudessem passar na floricultura da dona zhong e encontrar chenle também. assim, poderia se distrair um pouco.
procurou uma camiseta decente no armário, mas tudo estava uma bagunça. sua vida estava uma bagunça.
donghyuck teria de apresentar um trabalho de conclusão de semestre, e isso estava o enlouquecendo.
trocou de roupa, colocou o all star amarelo e pegou um casaco cinza para o caso de esfriar na rua. costumavam voltar meio tarde.
caminhou até a casa de jaemin, que o esperava na frente da porta.
— hyuck, tem como a gente pegar o mark na casa dele antes? — indagou.
— por quê? o que o mark vai fazer junto com a gente? — tentou fingir não estar desconcertado, mesmo que ainda não tivesse esquecido aquilo que ocorreu no aniversário do amigo.
— relaxa... ele só gosta muito de flores, e precisa comprar mais algumas. — donghyuck assentiu.
jaemin os direcionou até a casa do outro lee, enquanto haechan se esforçava para não demonstrar sua irritação. onde já se viu, jaemin simplesmente o colocar cara a cara com a única pessoa que beijou em tanto tempo? só podia estar de brincadeira consigo.
— oi, nana! — o garoto cumprimentou, o abraçando — oi, donghyuck. — apenas o ofereceu um sorriso, que foi levemente retribuído por uma linha fina nos lábios.
— 🤍🌼
ao entrar pela porta de vidro da floricultura, jaemin e haechan observaram as novas mudinhas de plantas e os belos arranjos de flores que a senhora havia feito desde a última vez.
— oi, dona zhong! — eles a chamaram atenção — vamos ali dentro procurar o chenle, tudo bem? — donghyuck avisou, recebendo um aceno positivo.
enquanto entravam na casa do garoto, haechan pôde ouvir a voz de mark.
— oi, senhora! eu preciso de mais flores, qualquer uma que seja bonita. e, por favor, escreva um "eu te amo. estou com você, e vamos passar por isso juntos". — ele disse.
ao ouvir, donghyuck apenas se afastou e adentrou ainda mais o local, encontrando chenle sentado na mesa da cozinha, tomando café.
— oi, gente. não sabia que vinham... — o zhong falou de boca cheia — sentem, vem!
— dá pra fazer um pão e café preto? meu dia tá um porre. — haechan comentou, puxando uma cadeira.
— claro! mi casa és su casa, sabem disso.
tomavam café e conversavam alegremente, exceto por donghyuck, que não conseguia desfazer a carranca impregnada no rosto. sua cabeça estava andando em círculos entre pensamentos sobre o outro lee e a faculdade. duas coisas que, juntas, formaram um grande estado estável de instabilidade.
— teu dia tá tão ruim assim mesmo, haechannie? — jaemin o questionou, preocupado.
— além de ter que apresentar um trabalho importantíssimo e nem saber por onde começar, eu não consigo nem mais escrever, gente! escrever!!
— vixi, tá feia a coisa mesmo. — chenle acrescentou — ia fazer uma piada sobre você ter molhado seu pão no café sem querer, mas acho que nem tá na hora...
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flowers !markhyuck
Fiksi Penggemardonghyuck procura sentido na vida através das palavras, e desde o primeiro momento em que viu aquele garoto na floricultura, ele soube que nenhum outro poema seria tão estonteante.