Capítulo 2

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Sussurros na Escuridão.

A escola estava em alvoroço. As notícias sobre o assassinato de Vanessa se espalharam como pólvora, deixando todos em estado de choque. No refeitório, um grupo de amigos se reuniu em torno de uma mesa, com olhares ansiosos e vozes sussurradas. Aurora e Jack estavam no centro da conversa, tentando manter a aparência de normalidade, mas a tensão era palpável.

"É tão trágico", disse Sarah, a amiga mais próxima de Aurora, com uma expressão de preocupação. "O que pode ter acontecido? Um assalto? Algo assim?"

"Sim, claro", disse Aurora, sua voz tranquila e controlada. "Devem ter sido uns ladrões que perderam a cabeça. Você sabe como a situação na cidade está. Acontece o tempo todo."

Jack observou Aurora, admirando a maneira como ela manipulava a situação com tanta facilidade. Ele sorriu para ela, um sorriso que não alcançava os olhos. "É verdade, uma tragédia como essa pode acontecer a qualquer um. É um lembrete de que o mundo é um lugar perigoso."

Ele se inclinou mais perto de Aurora, sussurrando suavemente: "Achei muito sexy esse lado seu, você sabe? Fria e calculista." Seus olhos brilhavam com uma mistura de aprovação e cumplicidade.

Aurora, sentindo a adrenalina pulsar em suas veias, virou-se para ele e, sem pensar duas vezes, deu-lhe um selinho rápido. A interação, embora breve, deixou uma energia elétrica entre eles, um momento que apenas eles dois podiam entender.

Sarah, no entanto, franziu a testa, percebendo que havia algo mais profundo naquela conexão. "Vocês dois parecem... diferentes. Como se soubessem mais do que estão deixando transparecer."

"Estamos apenas chateados com o que aconteceu, não é, amor?" Jack respondeu, sua voz suave, mas com um tom que escondia a verdade. Ele lançou um olhar rápido para Aurora, um sinal silencioso que só eles compreendiam. A manipulação estava em jogo, e ele era um mestre nisso.

Aurora assentiu, forçando um sorriso. "Exato, Sarah. O que aconteceu com Vanessa é horrível. Todos nós estamos tentando lidar com isso da melhor forma possível."

Sarah ainda parecia incerta, mas logo desviou o olhar para o grupo que começava a murmurar novamente sobre o crime. Aurora respirou fundo, sentindo a adrenalina do momento, enquanto Jack a observava com um brilho calculado nos olhos.

"Precisamos manter nossa cabeça erguida", ele continuou, virando-se para o grupo. "Ninguém deve nos ver abalados. Isso é exatamente o que querem que façamos." As palavras de Jack ressoaram como uma ordem, e os amigos assentiram, embora a preocupação ainda estivesse estampada em seus rostos.

Mas, por trás da fachada de normalidade, a dúvida e a paranoia começaram a crescer. Aurora e Jack estavam em uma corda bamba, dançando na linha tênue entre o amor e a destruição. E Sarah, a única que parecia intuir que algo estava errado, continuaria a investigar, mesmo que isso a colocasse em perigo.

Enquanto o dia avançava, a sombra do crime de Aurora pairava sobre eles, um segredo que poderia destruir tudo o que haviam construído. E, no fundo, ambos sabiam que a verdade estava se aproximando, e que, mais cedo ou mais tarde, suas manipulações poderiam não ser suficientes para mantê-los a salvo.

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