7. Momento Juntos

142 11 15
                                    

André 

André levava Anna para o jardim, sua mão ainda segurava a mão da garota e a outra segurava moleza com tanta força que se o mesmo falasse, com certeza iria reclamar de dor. 

Mas não estava nervoso por causa de Penélope… Estava na verdade, pela sua interrupção bruta na biblioteca mas principalmente por causa do que o moreno iria fazer. 

André nunca sentiu tanta vontade de beijar uma garota como sentiu com Anna, era avassalador o quanto queria aquilo. Senti os lábios de Anna nos seus, descobrir o sabor deles … Céus, estava ficando maluco 

A questão é que Anna estava muito pouco tempo no colégio, não queria que a mesma pensasse que ele era um tarado ou qual assim. 

“Então talvez deva soltar a mão dela, assim ela pode andar sem ninguém a puxando como um louco” 

Uma voz foi ouvida na cabeça de André, que logo realizou o comando e soltou a mão da Salvatore 

-Desculpa 

-Tudo bem 

Já estavam no jardim, André sentou em um banco sendo seguido por Anna que fez o mesmo ato. Mesmo com o quase beijo à alguns minutos atrás, não estava um silêncio constrangedor, pelo contrário. Estava bastante confortável 

-André… Porque a Penélope te trata como se ainda fosse sua dona? Eu soube que vocês terminaram a meses 

André olhou para Anna, que fazia uma expressão confusa. O rosto da garota é extremamente delicado mas era tipo sabia que muito bem se defender quando precisava 

-Eu realmente não sei, ela nunca gostou de mim de verdade. Nosso término foi horrível, não era nem pra ela tá conversando comigo 

-Como terminaram? 

A mesma arregalou os olhos com a própria pergunta e balançou a cabeça negativamente 

-Desculpa, não precisa responder se não quiser 

-Tá tudo bem, eu não me importo mais com isso. Eu peguei ela me traindo 

Anna pareceu muito surpresa com a revelação, abrindo a boca levemente em um perfeito formato em O. André riu daquilo, já tinha percebido que sempre relaxava e ria quando estava na presença da morena 

-Sério? Que vaca!  

Foi a vez de André ficar surpreso, nunca pensou em ouvir Anna chamar alguém de vaca, mesmo Penélope merecendo. Resolveu se abrir mais, sentia que podia confiar completamente em Anna 

-Eu já tinha pegado ele dando em cima dela, mas acreditei nas palavras bonitinhas que ela tinha me falado uma vez. Depois eu peguei eles aos beijos em um dos corredores 

-Que nojo. Sinto muito André, imagino como deve ter se sentido 

-Mal, eu quase beijava o chão que ela pisava, era doido por ela, mas ver aquilo foi como um soco no estômago. A Mia, minha irmã, a Lavínia e o Pedro me ajudaram muito, foram os únicos que ficaram sabendo da história toda, pros outros disse que tinha sido só um término normal e que precisamos ficar longe um do outro 

-Entendi… Obrigada por confiar em mim André 

O moreno abriu um sorriso, que fez Anna abrir outro. A vontade de André em beijar a Salvatore voltou com força para o coração do garoto, mas não podia fazer tal ato sem ter certeza se ela queria. 

Quando estavam na biblioteca, presos um no outro, ele se aproximou muito e ela não negou nada, mas André ainda tinha medo de a deixar mal ou desconfortável se repetisse o que eles iriam fazer ali. 

Mesmo André a conhecendo a pouco tempo, já priorizava o bem estar da garota antes de suas vontades. 

Se ajeitou no banco para Anna não perceber seus pensamentos. E Anna voltou ao assunto que estavam falando 

-Um relacionamento tóxico nunca é bom, principalmente por causa de chifre 

Anna fechou os olhos com força, se calando rapidamente. O moreno riu de leve mais uma vez, de repente, uma curiosidade genuína em perguntar se ela já teve algum relacionamento apareceu em si, mas deixou essa ideia de lado pois não queria parecer intrometido. Logo voltou ao assunto 

-O que aconteceu foi bom, no final eu descobri que era mais uma dependência emocional do que amor de verdade 

-Entendo 

A curiosidade voltou para a mente de André, até que ele não se aguentou e fez a pergunta que tanto queria fazer 

-Já teve algum relacionamento antes, Anna? 

Ela pareceu tímida mas respondeu a pergunta do moreno 

-Nunca, mas sei como é, meu pai já conversou comigo várias vezes. Acho que por não poder conversar com minha mãe sobre isso, ele quis adiantar 

-E estar tudo bem sobre isso - disse André, não querendo que a mesma se sentisse envergonhada. Até que notou algo estranho na frase dita pela mesma - Porque não pode conversar com sua mãe sobre?

Anna pareceu refletir se contava ou não, mas então respirou fundo e respondeu 

-Ela morreu quando eu tinha três anos 

André arregalou os olhos, não sabendo como reagir com aquilo. Perder a mãe era uma perda muito maior e dolorida do que uma namorada. Sem notar os seus próprios atos, pegou uma das mãos de Anna, entrelaçando seus dedos nos dela.  

Se sentiu como se estivesse passando um fio elétrico entre eles, os chocando e os deixando entrelaçados. Era uma sensação incrível que fez o coração de André acelerar mais do que já estava.  

-Eu sinto muito Anna 

-Eu não lembro muito bem dela, mas lembro de uma canção de ninar que ela sempre cantava e que suas flores favoritas eram lírios, ela enchia a casa com essas flores 

André sorriu levemente, se perguntando se era por isso que o perfume vindo de Anna era igual ao cheiro de lírios 

-Ela devia ser uma pessoa incrível 

-Ela era, gostaria de ter passado pelo menos mais uma hora com ela 

André não disse mais nada, tomando uma iniciativa que nem o próprio esperava, mas torcia para Anna não se sentir desconfortável.

Beijou a bochecha da morena e logo depois sua testa, podia jurar que viu Anna corar, mas ela logo deu um sorriso tímido e deitou a cabeça no ombro do garoto, ainda com suas mãos unidas. O moreno também apoiou sua cabeça na dela e fez um leve carinho em sua mão. 

Quem os visse ali com certeza acharia que eles eram um casal, mas nenhum dos dois se importava. Só queriam aproveitar o momento juntos sem mais nenhuma  interrupção. 

Autora 

Norma pulava feliz da vida em sua sala. 

Tinha recebido uma ligação de um tal Mateus, amigo de Paulo, com a notícia que o amigo desapareceu em missão. 

A diretora nunca se sentiu tão feliz na vida, mas como o famoso ditado dizia… 

Felicidade de pobre dura pouco 

Como herdeira do colégio Rosa dos Ventos, Anna iria continuar estudando no colégio normalmente enquanto as buscas de Paulo aconteciam a todo vapor. Mateus tinha sérias esperanças de encontrar o amigo. 

Antes de Norma dissesse que podia contar a verdade para a garota, Mateus disse que ele mesmo ia contar. Então no momento ele devia estar procurando um avião direto para Milagres. 

Norma não esperava a hora do momento  chegar, do momento em que um dia, se tornaria a futura e única dona do colégio interno rosas dos ventos, o desejo daquilo estava pregado em suas veias. E faria de tudo para conseguir.
.
.
.
Espero que tenham gostado,
Continua ❤️‍🩹🦥
.
.
.

Conexão de almas Onde histórias criam vida. Descubra agora