Conexão de almas

4. Crônicas de Nárnia e Lembranças

André

André estava na biblioteca, lia seu livro favorito, Crônicas de Nárnia, desde criança sempre foi obcecado por tudo que envolvia esse mundo mágico. Tinha diversos quadros dos personagens, bonecos, e quando pequeno, seu apelido era Edmundo, líder dos Luíses, até hoje seus amigos lhe chamavam assim de vez em quando

Estava tão concentrado que não viu uma certa garota de olhos verdes entrar na biblioteca

-André?

-Ah, oi Anna

André se virou para Anna, que sorria de leve, estava com uma trança no cabelo, o moreno tinha certeza que aquilo era ideia de Lavínia, mas Anna estava linda, não que ela já não fosse. O pensamento fez o estômago de André se revirar e suas bochechas ficarem levemente vermelhas, torcia para Anna não perceber

-O que tá fazendo aqui a essa hora?

Anna perguntou levantando uma das sobrancelhas, já era tarde da noite, tanto que Anna invés de estar usando o uniforme, estava quase pronta para dormir, com uma calça moletom branca e um moletom verde.

André também estava preparado para ir à cama, com uma calça moletom e uma blusa azul escura.

-Não consegui dormir e resolvi lê um pouco, não podia ligar a luz porque ia incomodar os meninos então vim pra cá

-Entendi

-E você?

-Não consegui dormir também e vim pra cá pra me distrair… Sabe como é…

André deu tapinhas no sofá que tinha na biblioteca, pedindo para Anna se sentar ao seu lado, que fez com um pouco de receio. O moreno não entendeu muito bem mas se ajeitou onde estava sentado, mantendo certa distância da garota

“Será que ela está desconfortável?”

Pensou André pegando novamente seu livro. Assim que Anna viu o livro arregalou os olhos, o moreno não conseguiu segurar uma risada ao ver a expressão da Salvatore

-Crônicas de Nárnia? Eu sempre quis ler mas nunca achava nas livrarias de Januária

-Sério? Quer ver?

Perguntou o garoto entregando o livro para Anna, que logo folheou página por página encantada, seus olhos verdes estavam ainda mais bonitos e brilhantes, fazendo André os admirar assim como admirou na sala de aula mais cedo

-Se quiser ler pode pegar emprestado

André se surpreendeu, nunca emprestava seus livros, sempre tinha medo de alguém estragar, era a única coisa que ele realmente não compartilhava com ninguém, nem mesmo com Penélope. Mas sua boca foi mais rápida do que qualquer coisa

-Sério? Obrigada André

Anna abriu um grande sorriso, um lindo e doce sorriso para André, que fez o garoto entender o porquê não estava nem um pouco arrependido de ter emprestado seu pequeno tesouro para a morena. Tinha definitivamente gostado aquele sorriso, principalmente por ter sido direcionado a ele

-Mas você estava lendo, não vai te atrapalhar?

-Claro que não, pode ler a vontade Anna

-Você mesmo disse que veio pra cá pra lê

-É, mas não me incomodo de emprestar

-Já sei então

Anna chegou mais perto de si, já sem nenhum receio, estavam tão perto que seus braços estavam se encostando e André conseguiu sentir um belo perfume de lírios vindo da mesma