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Novembro de 2022sexta-feira

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Novembro de 2022
sexta-feira

2:00 AM

Eu não conseguia dormir de jeito algum. A insônia estava batendo na porta com força, como se quisesse me lembrar de cada problema ou pensamento que eu tentava afastar. Estava exausto. Sabia que, daqui a algumas horas, precisaria levantar cedo para encarar o dia, mas os olhos teimavam em ficar abertos, e o sono parecia uma miragem distante.

De repente, meu celular começou a tocar freneticamente, vibrando na cabeceira como se tivesse vida própria.

Olhei para a tela, um pouco incomodado com a luz brilhante em plena madrugada, e vi o nome de Carol piscando ali. "Por que a Carol está me ligando a essa hora?", pensei, enquanto o relógio marcava impiedosamente duas da manhã.

— Oi, linda! — Atendi, usando o apelido carinhoso que sempre a fazia sorrir, mesmo que, naquele momento, não fosse o mais apropriado.

Por alguns instantes, a linha ficou estranhamente silenciosa, o que me deixou um pouco desconfiado.

— Carol? — Chamei novamente, tentando quebrar o silêncio inquietante.

Do outro lado da linha, a voz dela surgiu, mas algo estava diferente.

Gavi? — Ela disse, e imediatamente percebi que havia algo errado. Sua voz estava arrastada, como se ela estivesse lutando contra o sono ou... a bebida.

— Oi, por que você está me ligando a essa hora? — Perguntei, agora preocupado, enquanto me sentava na cama, já sentindo que algo complicado estava prestes a acontecer.

Digamos que... Eu e a Nati saímos para a balada... — Ela começou, dando pequenas pausas. — E... a gente bebeu muito. Agora, não sabemos como voltar... Você pode nos ajudar?

A confirmação veio: Carol estava completamente bêbada. Eu podia ouvir as risadas descontroladas dela e de Nati ao fundo, o que só reforçava minha preocupação.

— Onde vocês estão? — Perguntei, já me levantando da cama e começando a trocar de roupa o mais rápido possível.

Eu não sei... — Ela respondeu, a voz embolada, dificultando a comunicação.

— Assim fica difícil, Carol. Você consegue me descrever onde estão? Alguma referência?

Estamos em uma... praia? Tem água e areia... Ah, tem uma placa aqui! — Ela disse, mas logo se calou por alguns segundos.

— O que está escrito na placa? — Pressionei, torcendo para que ela conseguisse ler algo útil.

Espera, espera... D O H A S A N D S... Não sei como se fala. Aí! — Ela gritou de repente, me fazendo saltar de susto.

— O que aconteceu? — Perguntei, com o coração acelerado.

Eu tropecei na Nati... — Ela respondeu, seguida por mais risadas, o que indicava que, apesar do susto, estava tudo bem.

Destino | Pablo GaviraOnde histórias criam vida. Descubra agora