Prólogo

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[Haverá cena remetendo a assédio neste prólogo, nada totalmente grave mas tome cuidado caso tenha gatilho]

Quando se nasce em uma família rica, muitos enxergam isso como o ápice do privilégio. "Você pode ter tudo o que quiser", costumam dizer. E sim, não é uma mentira. Você pode ter tudo o que deseja, mas o preço pago por esse luxo muitas vezes é alto. Sua saúde mental, suas emoções... tudo se fragmenta aos poucos, ferindo o psicológico de forma invisível.

Park Jimin nasceu com esse "privilégio". Um belo ômega lúpus, ele trouxe alegria à família quando chegou, há cinco anos. Seus pais, Park Katerine e Park Owen, o tratavam como o filho perfeito, uma joia rara. Os vizinhos comentavam, quase em coro, que ele seria incrível em todos os aspectos da vida. Talvez eles estivessem certos. Talvez ele realmente fosse demais para este mundo.

Seus pais, um casal de ômega e alfa simultaneamente, eram orgulhosos do filho. Exibiam Jimin como se fosse um troféu, adorando os elogios e a admiração que recebiam de quem via aquele pequeno e adorável ômega. Mas tudo tinha seu limite.

Naquele dia, a casa dos Park estava em festa. Todos celebravam o aniversário do primogênito, e Jimin brincava despreocupado com seus amigos no gramado, saltitando de um lado para o outro, enquanto o sol iluminava o jardim. Era o dia perfeito, com refrescos gelados, picolés e bolo de morango, o favorito do pequeno ômega.

— Ele é como um anjo, dá para sentir seu cheiro de âmbar daqui. Não é um cheiro comum — comentou uma mulher ao lado de Katerine. — Aposto que muitos alfas vão se interessar por ele no futuro.

— Ainda é apenas uma criança — respondeu Katerine, sorrindo e levando sua taça de champanhe aos lábios. Embora adorasse exibir seu filho, ela o amava profundamente, como qualquer mãe ômega.

De longe, uma voz aguda e desagradável fez Katerine revirar os olhos internamente. Era Elise, uma beta que sempre aparecia em suas festas, mais por obrigação social do que por afinidade.

— Kate! Que festa maravilhosa, mas fiquei decepcionada por não ver uma fonte de chocolate! Sabe que adoro, não é? — disse Elise, em um tom levemente provocador.

— Boa tarde para você também, Elise. E, sinto muito, mas meu filho não é tão fã de chocolate assim — mentiu Katerine com um sorriso controlado, sabendo bem que Jimin amava chocolate mais do que qualquer coisa.

— Ah, tudo bem, trouxe meu filho, Lucian, para entregar o presente a ele. Onde está o aniversariante?

Katerine olhou o jovem alfa de quinze anos que acompanhava Elise. Lucian já exalava a típica dominância de um alfa, algo que incomodava até a mãe ômega.

— Ele está com as outras crianças, logo ali — respondeu, apontando para o jardim onde Jimin brincava com os amigos.

Lucian, com um sorriso no rosto, caminhou em direção ao pequeno grupo de crianças. Jimin estava absorto em sua brincadeira, montando algo com blocos coloridos, quando sentiu um toque suave em suas costas.

— Oi, Jimin. Trouxe um presente para você. Quer abrir comigo? — perguntou Lucian, sua voz doce e amigável.

Os olhos de Jimin brilharam com a menção de mais um presente.

— Outro presente? Eu quero! Obrigado! — exclamou o pequeno ômega, se levantando animado.

Lucian o pegou pela mão e o guiou para um canto mais afastado da festa, longe da confusão. Sentou-se em uma poltrona e puxou Jimin para seu colo, entregando-lhe uma grande caixa embrulhada.

Jimin, concentrado, rasgava o papel do presente com entusiasmo infantil, mas não percebeu que estava vulnerável. Lucian o observava de perto, o cheiro fraco de âmbar já começando a mexer com seus instintos. O lobo dentro de si se agitava, sentindo a presença do jovem ômega.

Coração Rebelde [Jikook]Donde viven las historias. Descúbrelo ahora