Não o conheça.

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Os problemas na vida de um adolescente são inevitáveis; ninguém leva uma vida perfeita, por mais que tente aparentar. No entanto, muitos disfarçam suas dificuldades baseados na confiança.

A confiança, aliás, compõe 90% da vida. O interessante sobre ela é que, independentemente de ser genuína ou não, ninguém pode realmente discernir a verdade.

Para alguns, as maiores preocupações podem ser uma gravidez precoce, notas baixas na escola ou a ausência de um relacionamento amoroso. Dificuldades que, embora pareçam enormes no momento, tornam-se insignificantes quando comparadas aos desafios enfrentados por Park Jimin.

O rapaz não pregou os olhos durante toda a noite; por mais que o quarto fosse confortável, não lhe proporcionava o verdadeiro alívio que só o lar, do qual nunca mais voltou, poderia oferecer.

Com o tempo, Jimin passou a nutrir uma profunda mágoa, estendendo sua revolta até mesmo aos próprios pais. Ele os culpava por todo o sofrimento que carregava: o sentimento de abandono, o exílio forçado, a marginalização. Não foi apenas Thornhill que ele transformou em um inferno, mas também o império que construiu ao longo dos anos.

Seu nome se espalhava entre as pessoas como o sibilo de uma cascavel. Embora carregasse o veneno em seu âmago, sua presença sempre trazia um misto de fascínio e apreensão.

Lentamente, Jimin se sentou na cama, observando o ambiente ao seu redor. Com as mãos no rosto ainda inchado, soltou um suspiro pesado. Não estava com disposição para encarar mais um dia repleto de aulas.

Na verdade, raramente havia um dia em que sentisse ânimo para qualquer coisa. Se pudesse, viveria em seu próprio canto, sem ter que suportar os olhares de desgosto de todos que conheciam seu passado.

Encostando os pés no chão frio, calçou suas pantufas e, por um breve instante, seus olhos repousaram sobre o retrato da família ao lado da cama. Um sorriso fraco curvou seus lábios, mais uma lembrança distante do que qualquer outra coisa.

Levantou-se, ainda com pouca pressa, usando apenas uma camiseta e cueca, e saiu pelo corredor em direção à cozinha para preparar seu café da manhã. No entanto, deu um salto ao se deparar com Jungkook já na cozinha, ocupado com o fogão.

— Ai, meu Deus! Porra!

Jimin levou a mão ao peito, surpreso, enquanto encarava o moreno que soltava uma risada divertida enquanto mexia em algo que parecia ser ovos.

— Bom dia, flor do dia — Jungkook o cumprimentou, debochado.

— Merda, esqueci que você estava aqui — resmungou Jimin, indo direto para a sala e se jogando no sofá.

De lá, observava Jungkook ainda na cozinha, que logo terminou de cozinhar e serviu apenas um prato. O ômega arqueou uma sobrancelha, levantando-se em seguida.

— Não fez nada pra mim? — perguntou, sem acreditar.

— Faz você mesmo, não sou seu empregado — respondeu Jungkook com despreocupação.

Jimin o encarou, incrédulo com a atitude desleixada. Seu rosto ficou levemente vermelho de irritação, mas, ao ver Jungkook indo pegar o bacon, puxou o prato para si.

— Eu que comprei isso — disse, mordendo uma tira de bacon. — Mas se quiser comer essa gororoba, fique à vontade.

Jimin caminhou até o armário, procurando algo para comer antes de se arrumar para as aulas. Quando avistou seu pote de biscoitos favoritos na prateleira mais alta — uma prateleira que raramente usava, por não conseguir alcançar — soltou um xingamento baixo.

— Jungkook! Se foi você que colocou isso aqui, juro que vou jogar esse pote na sua cara.

Ele esticou-se nas pontas dos pés, tentando alcançar o pote que mal roçava a ponta de seus dedos. Antes que conseguisse agarrá-lo, sentiu de repente o corpo de Jungkook pressionar-se contra o seu por trás. O alfa estendeu a mão com facilidade, pegando o pote para ele.

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⏰ Terakhir diperbarui: Oct 14 ⏰

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Coração Rebelde [Jikook]Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang