Cap 09-SENTIMENTOS

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Julia-
Tudo o que Hande tinha falado ainda passava na minha cabeça, todas as palavras que ela disse doíam como uma faca–Nossa Jujuba que depressão–Rosa falou entrando em meu quarto, eu estava com a música na caixinha de som no máximo–Tá parecendo até adolescente–Gattaz falou se segurando pra não rir.

Enquanto eu estava sentada olhando para as duas começou a tocar All The Things She Said, deitei e enfiei meu rosto no travesseiro–Caralho, acho que é um sinal pra você parar de pensar nas palavras dela sair desse quarto–Gattaz falou cruzando os braços, olhei para as duas–Ou é um sinal que eu vou continuar pensando nas palavras dela–Falei apontando para a caixinha de música.

Essa música define exatamente o que eu e Hande estamos passando, parecia que o universo tava conspirando para nós–Julia Isabelle Bergmann sua buceta, levanta dessa cama, vai comer, "Ah mas eu vou encontrar a Hande", manda ela tomar no meio do cu, vai num cabaré e pega a mulherada, você é bonita!!!–Rosamaria exclamou enquanto se sentava na beirada de minha cama Gattaz concordou–Verdade, tem um monte de mulher te querendo e você tá aí sofrendo pela Baladin–Gattaz falou fazendo uma careta–Mas pensando aqui, ela não tá sofrendo por qualquer uma, é a Baladin, eu até entendo, mas levanta vai–Rosa falou me puxando para fora da cama, finalmente eu me levantei.

Fomos para o refeitório, e para a minha infelicidade meus olhos se encontraram com os de Hande, o semblante dela parecia triste, os olhos dela estavam inchados e um pouco vermelhos, pera ela chorou a noite toda?–Parece que sua Turca chorou a noite toda por você, falou alguma merda?–Carolana disse no mesmo segundo em que eu sentei na mesa, respirei fundo–Eu não falei nada, na real, ela que me deu um tapa na cara, não literalmente–Contei para as meninas que pareceram surpresas–O que diabos ela falou?–Kisy perguntou enquanto comia um pão.

Eu cocei minha cabeça–Ela disse que nosso beijo foi um "erro", que ela era hétero, e se a gente tentasse algo não iria dar certo, e que nós somos apenas amigas–Resumi tudo o que Hande falou–Nossa eu me matava na frente dela–Kudiess falou com a mão no peito, as meninas tentaram segurar a risada e Rosamaria disse–Vai pra um cabaré depois dessa né? Sofrer por mulher é o mesmo que pedir pra sofrer a pior dor do mundo–Pensei e Nyeme disse com entusiasmo–Julia, fogo nos olhos no meio do jogo, pensa que as adversárias tem a cara da Baladin–As meninas riram alto.

–Se for assim quando a Julia for atacar a mão dela vai broxar, e o ataque vai ser fofo–Pri falou junto de Carol, as duas riram alto, olhei para qualquer canto para tentar disfarçar minha vergonha, meus olhos infelizmente se cruzaram com os olhos de Hande, os olhos dela estavam inchados e meio vermelho, pelo o que parece ela passou a noite todinha chorando e não dormiu, eu não julgo ela, passei a noite toda acordada pensando nas palavras dela.

Quando menos percebi–Julia–A voz de Zehra se fez presente perto de meu ouvido, o que me fez desviar o olhar de Hande–Caralho Güneş, vai me assustar na casa do caralho!–Falei com a mão no peito, ela riu, mas logo o riso dela morreu–Como se sentiu depois da Hande ter falado aquilo?–Ela questionou apoiando o cotovelo em meu ombro, respirei fundo e dei de ombros, Zehra revirou os olhos–A Hande só confusa, ela passou a noite pensando em você, acho que vocês deveriam conversar–Ela falou apontando para Hande discretamente, olhei para Hande, ela dava um sorriso falso para Karakurt, suas mãos estavam entrelaçadas, suas pernas tremiam–Ela que te mandou aqui não é Güneş?–Falei enquanto olhava entre Zehra e Hande.

Zehra riu baixo e disse–Na real, ela tentou em impedir de vir aqui, mas como nós duas somos amigas, ela sabia que eu ia te falar do mesmo jeito...Além disso, não toca no assunto dela chorar ontem, ela não muito bem pra isso–Concordei com a cabeça, eu também estava abalada, mas eu sabia que se não falarmos para resolver isso, iríamos nos afastar, como se nós nunca tivéssemos rido uma da cara da outra quando uma de nós caiamos em jogos, como se aqueles olhares de provocação nunca tivessem existido, como se o pouco que nós somos nunca tivesse sequer acontecido.

FAÍSCA DO DESTINO-Julia Bergmann & Hande BaladinOnde histórias criam vida. Descubra agora