Entre jogos e destinos - REBI

Sozinha

Narrador
A vibração dentro da arena após a vitória sobre a Turquia era ensurdecedora. Gabi estava ofegante, mas um sorriso largo iluminava seu rosto enquanto se jogava no abraço coletivo das suas companheiras de time. Elas haviam lutado com tudo o que tinham, e o bronze era delas. A medalha, ainda quente do esforço físico, parecia quase surreal ao redor de seu pescoço. Era a concretização de semanas, meses, anos de trabalho árduo. Gabi respirou fundo, saboreando o momento. A dor da derrota na semifinal ainda estava lá, mas aquela medalha trazia alívio e, acima de tudo, orgulho.
Enquanto a equipe se encaminhava para as celebrações oficiais pós-jogo, ela sentiu seu celular vibrar no bolso do short. Com as mãos ocupadas segurando a medalha, Gabi não deu muita atenção. Sabia que provavelmente teria uma tonelada de mensagens de amigos, família e fãs comemorando a vitória. Aquilo teria que esperar.

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Algumas horas depois, no apartamento da Vila Olímpica...

De volta ao apartamento, Gabi e suas companheiras decidiram fazer a festa. Elas abriram algumas garrafas de vinho e começaram a beber em um clima de pura euforia. Carolana, Thaisa e Rosamaria não paravam de contar piadas e relembrar os momentos tensos do jogo, agora vistos sob uma luz completamente diferente com a vitória garantida.

— Bora jogar alguma coisa? — sugeriu Rosamaria, já segurando uma garrafa de vinho e com um sorriso travesso no rosto.

— Verdade ou desafio! — Thaisa gritou, já pegando algumas fichas e distribuindo entre as meninas.

— Vamos começar, meninas! — Carolana disse, pegando uma garrafa de vinho quase vazia e girando no centro da mesa improvisada.

A garrafa girou algumas vezes antes de parar, apontando para Rosamaria, que riu ao ver o foco nela.

— Tá, tá, eu vou de verdade! — ela disse, jogando as mãos para cima, como se já esperasse uma pergunta indiscreta.

Carolana, com um brilho travesso no olhar, perguntou sem hesitar:

— Rosamaria, é verdade que você já recebeu uma mensagem inesperada de alguém famoso e flertou de volta?

A roda explodiu em risadas, e Rosamaria fingiu pensar seriamente por alguns segundos.

— Bem... talvez? — ela disse com um sorriso de canto, o que gerou uma onda de gargalhadas das meninas.

— Quem era, quem era?! — Gabi pressionou, curiosa.

— Segredo! — Rosamaria piscou, mantendo o mistério.

As risadas continuaram enquanto a garrafa girava de novo, e dessa vez, parou em Thaisa. Ela riu, já esperando o desafio que viria.

— Desafio! — ela disse, corajosa.

Carolana deu uma piscadela para as outras meninas antes de propor o desafio:

— Você tem que ligar agora pro técnico e dizer que tá pensando em trocar o vôlei pelo balé clássico! — ela disse, explodindo em gargalhadas logo em seguida.

Thaisa arregalou os olhos.

— Tá de brincadeira, né?! — ela disse, mas pegou o celular entre risadas nervosas. — Só pra vocês verem, eu sou mulher de palavra!

O grupo caiu na gargalhada, e elas ficaram em silêncio enquanto Thaisa, incrivelmente séria, discava o número do técnico. Quando ele atendeu, as outras meninas seguraram o riso, apertando travesseiros na boca para não estragar a brincadeira.

— Ei, coach, então... preciso te contar uma coisa — Thaisa começou, com a voz trêmula de tanto segurar a risada. — Tava aqui pensando, depois de tanto tempo no vôlei, acho que chegou a hora de mudar... tô pensando em tentar balé clássico. O que você acha?