NigthClub

0.4

JIMIN

A proposta de Jungkook ficou ecoando na minha mente. Dois meses. Eu nunca tinha imaginado que alguém como ele pudesse me querer por dois meses. No fundo, eu me perguntava se isso era realmente possível.

— Vamos lá, Jimin, você consegue. — murmurei para mim mesmo, tentando afastar as inseguranças que começavam a surgir.

— O que você acha de começarmos com um café? — Jungkook sugeriu, quebrando o silêncio.

Olhei para ele e vi um brilho genuíno em seus olhos. Um misto de curiosidade e expectativa. Ele realmente não me queria apenas para sexo, não era só meu corpo que o atraía. Mesmo exalando uma certa posse, Jungkook parecia querer me conquistar primeiro, construir algo antes. Isso mexia comigo de um jeito que eu não esperava.

Será que, depois de tantos anos, eu finalmente encontraria a felicidade? O amor?

Enquanto esses pensamentos misturavam-se à nossa conversa, percebi que minha mente estava repleta de esperanças que eu não me permitia sentir há muito tempo. Havia algo nele que despertava uma chama dentro de mim, a possibilidade de que as coisas pudessem ser diferentes.

— Jimin? — a voz de Jungkook me trouxe de volta à realidade.

— Desculpe, estava apenas pensando. — respondi, tentando disfarçar a intensidade das minhas emoções.

— Não se preocupe. Às vezes, é bom deixar a mente vagar. — ele disse com um sorriso compreensivo. — Só quero que você se sinta à vontade.

A forma como ele falava, a maneira como me olhava, tudo parecia tão novo e refrescante. Era como se eu estivesse começando a sair de uma neblina que me envolvia há anos. Finalmente, começava a ver uma luz.

— Café sounds good. — respondi, tentando soar mais confiante do que realmente me sentia.

— Uma ótima escolha! Eu gosto muito do café de lá — concordou Jungkook, animado.

— Então, combinado, certo? — perguntei, e ele assentiu com a cabeça. — Tudo bem, amanhã nos encontramos lá.

— Eu te busco e te mando uma mensagem no horário certo. — disse ele, com um sorriso despreocupado. Isso me pegou de surpresa.

— Como você tem meu número? — perguntei, meio hesitante, surpreso de verdade. — E não precisa, posso ir de ônibus.

— E deixar você andando sozinho por aí? Jamais. Eu vou te buscar. — disse de forma simples, mas firme. — Sobre o número... você meio que trabalha pra mim, então, consequentemente, preciso do seu número e endereço. — Ele riu, como se fosse óbvio. Faz sentido, pensei. Por um momento, esqueci que ele era dono da casa noturna.

Balancei a cabeça, aceitando. Não sabia o que pensar daquilo. Era reconfortante, mas também assustador ter alguém tão atento a mim.

— Tá bem, então. Amanhã nos vemos. — sorri, sentindo uma estranha mistura de ansiedade e antecipação.

Ele sorriu de volta, e eu soube que amanhã seria o começo de algo.

...

Naquela noite, enquanto tentava dormir, minha mente estava cheia de possibilidades, perguntas e, principalmente, inseguranças. O que exatamente Jungkook queria comigo? Por que ele parecia tão interessado em me conquistar quando poderia ter qualquer pessoa? O peso dessas questões se misturava com uma esperança que eu não sabia se deveria alimentar.

Entre um pensamento e outro, ouvi um som suave vindo do quarto ao lado. Era Minah. Ela sempre fazia pequenos barulhinhos durante a noite, e eu me acostumei a verificar se estava tudo bem. Levantei-me e fui até o quarto dela, encontrando-a dormindo tranquilamente, com seu cabelinho espalhado pelo travesseiro e um ursinho de pelúcia firmemente abraçado. Olhar para ela sempre trazia uma mistura de paz e responsabilidade. Eu era tudo o que ela tinha, e faria de tudo para garantir que fosse feliz.