Past Arc Part4

0 0 0
                                    

A tarde caiu quente sobre o Píer Lótus, com o sol implacável dominando o céu sem nenhuma nuvem para suavizar o calor. As flores de lótus flutuavam preguiçosamente no lago, e o ar estava pesado, abafado, tornando cada movimento um esforço maior do que o habitual. Jiang Cheng, sempre atento ao bem-estar de Jin Ling, verificava o pequeno no berço, que dormia tranquilamente, alheio ao calor que dominava o ambiente. Era um clima perfeito para híbridos que estão acostumados com os climas mas quentes como tigres ou panteras.

Enquanto estava distraído, sentiu um puxão leve na perna. A-Yuan, que até aquele momento estava brincando de forma silenciosa, agora se agarrava a ele com olhos preocupados. Cheng, surpreso pela aproximação repentina, abaixou-se para ficar à altura do menino.

— A-Yuan, o que foi? — Cheng perguntou, sua voz mais suave do que o habitual, sem a dureza que normalmente mostrava.

A-Yuan o olhou com uma mistura de ansiedade e medo, seus olhos grandes e úmidos transmitindo mais do que suas palavras poderiam.

— Rico-gege... — começou ele, hesitante, referindo-se a Wangji com o apelido infantil que havia adotado. — Algo está errado com ele...

Jiang Cheng franziu o cenho, o tom preocupado do pequeno ômega o alarmando. Wangji raramente demonstrava fraqueza, e a ideia de que algo estivesse errado o incomodava mais do que ele gostaria de admitir. Deixando A-Yuan no chão, ele foi até o quarto onde Wangji estava, com o coração acelerado, embora tentasse manter a expressão neutra.

Ao entrar, o ar pesado do quarto o atingiu, e seu olhar foi imediatamente para a cama onde Wangji estava deitado. O alfa, que normalmente exalava uma presença imponente e reservada, agora parecia encolhido, encharcado de suor, as orelhas de raposa baixas contra a cabeça, em um sinal claro de exaustão. Sua respiração era superficial, e sua pele, normalmente fria e pálida, estava úmida e pegajosa.

Jiang Cheng se aproximou com cuidado, ainda cauteloso, mas sua preocupação crescente ultrapassou qualquer hesitação. Ele se ajoelhou ao lado da cama e estendeu a mão para tocar o braço de Wangji. Assim que os dedos encostaram na pele dele, um arrepio percorreu Cheng. A pele de Wangji estava quente, suada e... quase gosmenta. Ele parecia estar sufocando no calor do quarto.

— Wangji... — murmurou Cheng, mais para si mesmo do que para o outro, enquanto tentava avaliar a gravidade da situação. As raposas de neve, como Wangji, eram feitas para climas frios, e o calor excessivo podia ser perigoso para elas. “Maldição...” pensou ele, sentindo o desespero rastejar por sua mente. “Gusu Lan é praticamente feito de gelo. O que eu vou fazer aqui?”

Sem perder tempo, Cheng se levantou rapidamente e saiu do quarto. Ele precisava agir rápido. Sabia que a única maneira de ajudar Wangji era resfriando seu corpo o mais rápido possível. O Pier Lótus, claro, não tinha o luxo de uma floresta gelada como Gusu Lan, mas ele poderia improvisar.

Rapidamente, Jiang Cheng dirigiu-se até o depósito onde guardavam grandes blocos de gelo para conservar alimentos e trouxe consigo um balde cheio de água gelada e gelo. Seus movimentos eram ágeis, quase desesperados. Ao voltar para o quarto, ele não hesitou em despir Wangji, com uma concentração silenciosa, consciente de cada segundo que passava. Wangji mal reagiu, seu corpo frágil demais para lutar contra o calor que o dominava.

— Isso vai ajudar — murmurou Cheng, mais para si mesmo, enquanto derramava a água gelada sobre o corpo de Wangji.

A água fria entrou em contato com a pele quente de Wangji, criando um contraste imediato. O alfa de Gusu Lan estremeceu, seus olhos dourados abrindo-se brevemente, mas seu olhar estava nublado pela exaustão. Cheng, sem hesitar, começou a passar as mãos molhadas por seus braços, peito e rosto, esfregando delicadamente, permitindo que a água gelada fizesse seu trabalho e trouxesse alívio.

𝐋aços 𝐒ilenciosos Onde histórias criam vida. Descubra agora