Em uma noite cintilante em Mônaco, uma jovem modelo promissora, sente-se entediada e deslocada em um evento de luxo até que um encontro inesperado com o carismático piloto de Fórmula 1, Charles Leclerc, que transforma seu mundo. Entre um beijo arden...
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O salão estava impecável. Lustres de cristal pendiam do teto altíssimo, suas luzes refletindo nas paredes douradas e nos espelhos que multiplicavam o brilho até quase cegar. As pessoas ao meu redor, vestidas em trajes absurdamente caros, riam e conversavam como se aquilo fosse a coisa mais fascinante do mundo. Eu, no entanto, não conseguia fingir entusiasmo.
Em Monaco, tudo parece feito para impressionar. Os vestidos de seda deslizando pelo chão de mármore polido, o tilintar discreto das taças de champanhe e o murmúrio suave de vozes em múltiplos idiomas. Mesmo assim, enquanto eu me encostava em uma das colunas de mármore branco, sentia um tédio esmagador me envolver, como se estivesse presa em uma bolha de luxo estéril.
O sorriso no meu rosto já começava a doer, uma máscara que eu mantinha apenas por educação. Lá fora, pela janela do salão, eu via o brilho das luzes do porto refletindo nas águas escuras, e por um segundo, pensei em como seria simplesmente sair dali, andar pela marina deserta e deixar esse desfile de vaidades para trás.
Mas, aqui dentro, era onde eu tinha que estar. Fingindo interesse em conversas vazias, rindo de piadas que não eram engraçadas. Alguém passou por mim, o perfume caro envolvente, e me perguntou algo sobre o último leilão de arte em Paris. Eu sorri, acenei, mas minha mente já estava longe, afundada naquele mar de apatia luxuosa.
Desvencilhei-me das conversas, deixando o salão com um sorriso vago e algumas desculpas murmuradas. Meus pés deslizaram pelo mármore brilhante enquanto eu seguia em direção à sacada. Um refúgio improvável, mas necessário. Ao atravessar a porta de vidro, fui recebida por uma lufada de ar fresco, uma brisa salgada vinda do mar que me envolveu como um alívio imediato.
A sacada estava quase deserta. Uma ou duas pessoas ao longe, entretidas em suas próprias conversas discretas, sem me notar. Era perfeito. Encostei-me na grade dourada e olhei para baixo, para a praia iluminada pelas luzes difusas dos postes ao longo da costa. O som das ondas, embora distante, conseguia penetrar a barreira de murmúrios e música vinda de dentro.
Respirei fundo, deixando o cheiro do mar invadir meus pulmões, como se pudesse purificar toda a superficialidade daquele evento. As luzes da cidade refletiam no mar calmo, ondulando como um espelho líquido. Lá embaixo, a vida parecia mais simples, mais real, longe do ouro e das joias que brilhavam no salão às minhas costas.
A solidão daquele momento era estranhamente reconfortante. A praia vazia, as ondas quebrando suavemente, e o silêncio que envolvia a sacada pareciam me puxar para um lugar onde eu podia ser eu mesma, sem precisar manter o sorriso forçado, sem precisar ouvir o som constante de copos de cristal tilintando. Era quase como se o mundo tivesse parado por um instante, me permitindo respirar.
Eu nem queria estar aqui esta noite. Tentei escapar até o último minuto, inventei desculpas, falei sobre compromissos que nem existiam. Mas minha mãe foi inflexível, como sempre. "Uma oportunidade dessas, minha querida, é impensável deixar passar." Ela adorava esse tipo de evento, onde podia se exibir entre a nata da sociedade, desfilando em trajes impecáveis, sempre a mulher sofisticada que todos admiravam. E, claro, me levar junto fazia parte do seu show.