Capítulo 15

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      Assim que desceu do táxi, Alejandra se viu completamente encantada e maravilhada com o que estava diante de seus olhos.

      Aquela parte de Nova Atlanta era um autêntico paraíso de casas coloridas com, no máximo, dois pisos, ar limpo e praia de areia fofa.

      Havia várias lojas de produtos artesanais e souvenir, as pessoas estavam quase sempre com trajes de praia, e o cheiro de maresia encontrava-se impregnado em cada canto.

      A co-capitã olhou para o céu azul sem nuvens, imaginando o quão lindo deveria ser obervá-lo à noite, quando estivesse cheio de estrelas.

      — Uau, aqui é lindo! — exclamou, olhando ao redor até encontrar o semblante sorridente de Castelo.

      — Você não viu nada ainda — falou, deslizando os óculos escuros para cima das tranças nagô recém-feitas.

      Assim como María, estava de short jeans, porém, diferente dela — que usava um cropped amarelo folgado —, estava com uma camiseta azul escura da Universidade de Nova Atlanta.

      — Vamos? — Estendeu a mão, à qual ela segurou. — É por ali.

      A morena direcionou o olhar para onde Castelo indicou. Logo à frente se seguiam vários coqueiros dispostos em fila, cercando parcialmente a praia — como um murro —, e bloqueando a vista de ambos os lados.

      Entre eles havia um caminho para chegar à areia. As duas atravessaram rapidamente, deparando-se com a imensidão azul-turquesa que se estendia além do horizonte.

       — Meu Deus! — proferiu María, boquiaberta. — Como eu não soube desse lugar antes?!

      Ela parecia indignada consigo mesma por morar havia quase dois anos na cidade e não saber da existência daquele pequeno paraíso bem perto de si.

      Contagiado com a alegria dela, Castelo mal teve tempo de assimilar quando Alejandra deixou para trás os chinelos, a mochila e a JBL, e saiu correndo pela areia.

      Aos gritos e gargalhadas, a co-capitã parecia uma criança quando ganha o presente que pediu por tanto tempo. Correu de uma ponta a outra, ergueu os braços e os olhos ao céu, sentiu o sol e respirou a brisa marítima e sentiu-se em paz.

      Noemi já tinha se instalado com a cesta de piquenique e os pertences em um canto, quando a morena voltou, ofegante e um pouco suada, exibindo um sorriso de quem tinha ganhado dia.

      — Vamos entrar na água? — indagou, sugestiva, mal se contendo de empolgação, as pupilas dilatadas e as bochechas levemente coradas.

      Diante daquele sorriso que andava fazendo o seu coração errar batidas, a resposta de Castelo não poderia ser outra que não fosse positiva.

      — Quem chegar por último é a mulher do padre — decretou e começou a se despir, revelando o biquíni preto e branco.

      Jogou as peças em qualquer lugar e começou a correr com Alejandra em seu encalço. Contudo, não demorou muito para que a morena a ultrapasse, caindo na água antes dela.

       De qualquer forma, já deveria imaginar que era uma batalha perdida, afinal, María de longe era o tipo de pessoa praticava mais exercícios físicos do que ela.

      Soltou um gritinho quando seus pés entraram em contato com a água fria, ao passo que ela nadava um pouco além, como se a temperatura da água não a afetasse.

      A maré estava baixa, como de costume, e não havia ondas.

      — Que delícia! — exclamou Maria, emergindo até superfície após um mergulho. — Bem, parece que não sou eu a mulher do padre.

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