"Liberdade" - Starlia

Cap 22

A tarde passou de forma tranquila, Natália aproveitou o restante para ajeitar algumas papeladas que dona Rosa precisava preencher. Enquanto isso, eu conferi as passagens e fiz os últimos ajustes para a viagem, Quando terminei, Natália ofereceu ajuda para arrumar minha mala, que estava uma bagunça por conta do fim de semana

Natália: Parece que inchou

Ela sorriu enquanto tentava fechar a mala com toda a força

Sofia: Com essas mãos desse tamanho e não consegue fechar?

Brinquei, provocando-a

Natália: Engraçado que quando essas mãos estão em outro lugar, você não reclama do serviço, né?

Ela riu, e eu fiquei em silêncio, envergonhada pela resposta

Sofia: Natália Rosa...
Natália: Sofia Starling

Ela disse enquanto me rodeava com os braços, Ainda era algo novo para mim ver Natália demonstrando carinho de forma tão aberta, Eu sabia que esse tipo de gesto não era algo que ela fazia naturalmente

Sofia: Preciso me acostumar com isso

Sorri, observando seu rosto através do reflexo no espelho

Natália: Com o quê?

Ela depositou um beijo suave em meu pescoço antes de se afastar e ir em direção à cama

Sofia: Lá no início, você me disse que não gostava de contato físico
Natália: E não gosto

Ela me interrompeu e completou

Natália: Mas você é exceção, sabe?

Caminhei até ela e me joguei ao seu lado na cama

Sofia: Me sinto lisonjeada

Sorri, e ela me abraçou por trás.

Senti um frio percorrer minha barriga, e essa sensação estava se tornando constante, toda vez que nossos corpos se aproximavam, eu sentia isso, Era como se fôssemos imãs, sempre atraídos um ao outro, incapazes de permanecer afastados por muito tempo

Natália: Por que o silêncio?
Sofia: Pensando alto
Natália: Hum...
Sofia: Você acha que sua mãe desconfia?

Natália riu

Natália: Não somos crianças, Sofia, mas acho que ela já chegou às conclusões dela
Sofia: Te pergunto isso porque tenho medo de que possa gerar alguma briga
Natália: Não se preocupe, dona Rosa já superou isso

Eu soltei um suspiro de alívio, me sentindo mais tranquila

Natália: E sua mãe? A gente sempre fala de mim, mas quase nunca de você
Sofia: Quer saber o quê?

Me virei para ela

Natália: Como ela se chama? O que faz? Onde mora? Essas coisas íntimas, sabe?

Sorri

Sofia: Bom... Minha mãe se chama Fernanda. Como eu já havia comentado, ela e meu pai se separaram quando eu tinha uns 10 anos, e desde então, ele se mudou e continuamos no Rio, Atualmente, ela continua morando lá, mas afastada de tudo, com meu irmão Lucas

Respirei fundo, organizando meus pensamentos antes de continuar

Sofia: Não mantemos muito contato frequente, Não que nossa relação seja ruim, mas ela sempre priorizou o trabalho. E depois que eu consegui meu apartamento, não fiz mais questão de ser tão presente, já que isso só vinha da minha parte, hoje em dia tento não pensar muito nisso. Ah, antes que me pergunte, ela trabalha em uma agência de modelos, é como uma espécie de "chefona".