A ilha

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To de olho nos comentários ein!
Boa leitura.

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Agatha despertou com o coração acelerado, pulsando em um ritmo frenético que parecia ecoar pelas paredes da mansão. O quarto, luxuoso e ao mesmo tempo opressivo, a envolvia em uma sensação de claustrofobia. A luz da manhã filtrava-se pelas cortinas pesadas, mas ela preferia o abrigo da escuridão. Cada respiração era um lembrete de que estava presa ali, vítima de Rio, a mulher que um dia amou.

Ela hesitou em sair da cama, o desejo de se esconder e ignorar a realidade lutando contra a necessidade de enfrentar sua nova vida. Após longos minutos de conflito interno, Agatha finalmente decidiu que não podia permanecer ali para sempre. Levantou-se, sentindo os pés frios tocarem o chão gelado.

Assim que abriu a porta, um homem robusto apareceu à sua frente, como uma sombra que a seguia a cada passo.

-Quem é você?O que você está fazendo aqui? - Agatha perguntou, a irritação transparecendo em sua voz.

-A chefe mandou eu ficar de olho em você.- homem respondeu com uma expressão impassível. -Ela disse que você pode sair caso queira, mas eu estou aqui para garantir que tudo fique sob controle.

"Típico de Vidal querer me manter vigiada" Pensa Harkness.

-E onde está a Rio?- Exigiu saber, tentando ignorar a sensação de impotência que crescia dentro dela.

-Ela está cuidando de negócios no vilarejo.-O rapaz respondeu sem emoção.-A mesa com o café da manhã está preparada, deve comer, ordens da chefe.

Com um movimento brusco, Agatha caminhou pelo corredor, sua mente fervilhando com pensamentos confusos sobre o que significava tudo aquilo. Ao chegar à cozinha, seus olhos se arregalaram ao ver uma mesa imensa coberta com uma variedade impressionante de pratos: frutas frescas, pães quentes e café fumegante.

O contraste entre a abundância da comida e seu estado emocional era quase insuportável. Por que Rio estava fazendo isso? Era uma tentativa de reconquistá-la ou apenas uma maneira de mantê-la sob controle? Com um suspiro pesado, a mulher se aproximou da mesa, lutando contra a revolta crescente dentro dela enquanto pensava em como poderia escapar daquela armadilha.

Agatha sentou-se à mesa, as cores vibrantes das frutas e o aroma do café fresco quase a atraindo. No entanto, a relutância ainda pulsava dentro dela. Cada garfada era um lembrete de que aquele banquete era oferecido por Vidal, e isso tornava tudo mais amargo. Ela mastigou sem vontade, o tédio se instalando enquanto olhava pela janela, onde o sol brilhava intensamente sobre as águas azuis.

Do outro lado do salão, o rapaz permanecia lhe encarando, causando um certo desconforto em Aggie.

-Você não pode, sei lá, ir dar uma respirada lá fora? Precisa ficar me observando feito um obsessor?

-Desculpe madame, mas a chefe foi específica em suas ordens.

-Mas eu estou comendo, não vou fazer nada. Tá achando que vou te atacar e tentar fugir? - Ele ficou em silêncio. A indignação toma conta da morena. -Eu não vou fazer isso!

-Desculpe mas não posso te deixar sozinha.

Irritada Agatha decide apenas terminar logo sua refeição.Após alguns minutos de silêncio e solidão, a ideia de ficar trancada na mansão a consumia. Com um suspiro resignado, Harkness decidiu que precisava sair. O tédio era insuportável e, além disso, precisava explorar a ilha - quem sabe encontrasse uma pista, uma oportunidade de escapar daquela vida forçada.

Assim que terminou o café, levantou-se e caminhou até a porta da cozinha. O capanga ainda estava à espreita no corredor, mas Agatha não se importava mais com ele.

DEVOÇÃO • Agathario Onde histórias criam vida. Descubra agora