Daphne Hale
Eu mal consigo acreditar no que aconteceu. As imagens de Marcus crowe, parado no meio da estrada,com seu olhar penetrante e sua presença fria, estão gravadas na minha mente. O que ele estava fazendo lá? Como ele sabia onde me encontrar? Ele estava me esperando, eu sei disso. E o pior de tudo, ele não fez nada. Apenas... me observou.De volta ao meu apartamento, ainda sinto a adrenalina correndo nas minhas veias, mas o cansaço também me atinge com força. Jogo minhas chaves na mesa e me jogo no sofá. Pego meu notebook, tentando me concentrar no caso, buscando algo que eu tenha deixado passar, qualquer coisa que me ajude a entender o próximo movimento de Marcus.
Enquanto a tela brilha à minha frente, as lembranças daquela estrada começam a me invadir. O jeito como ele falou meu nome... como se já fôssemos velhos conhecidos. Como ele pôde saber tanto sobre mim? Mesmo que ele esteja nos observando há meses, eu nunca pensei que ele se arriscaria a uma abordagem tão direta. Ele está brincando comigo, e isso me deixa furiosa.
Abro o arquivo da investigação, revisando cada pedaço de informação que temos sobre ele, cada vítima, cada padrão. Ele é meticuloso, sempre planejando cada movimento com precisão cirúrgica. Marcus não comete erros. Mas esse encontro... foi proposital. Ele queria que eu soubesse que ele estava por perto. Ele quer me testar.
Eu suspiro, esfregando os olhos. Estou cansada, física e mentalmente, mas não posso me permitir parar agora. Se eu parar, ele vence. Fecho os olhos por um segundo, apenas para relembrar os detalhes da cena de hoje.
Aquela jovem mulher na estrada. O sorriso retorcido no rosto dela, cortado com precisão. Era a assinatura de Marcus, claro. E eu sabia que ele não estava longe. Ele nunca está longe das cenas dos seus crimes. Era quase como se ele estivesse esperando, pronto para se aproximar assim que baixássemos a guarda.
Mas ele não fez nada ali. Não me atacou, não deixou nenhum recado direto... exceto o próprio encontro. Um encontro que me deixou com mais perguntas do que respostas.
─ "O que você quer de mim, Crowe?"─ murmuro para o nada, folheando os arquivos no computador.
Meu celular vibra, e vejo uma mensagem de Jacob. Ele está preocupado, como sempre. "Está tudo bem?", pergunta ele. Hesito por um momento antes de responder com um simples "Sim". Não há muito que ele possa fazer por mim agora, e a última coisa que quero é que ele saiba que Marcus esteve tão perto. Eu preciso lidar com isso sozinha. Dou mais uma olhada no arquivo. A última vítima, a mulher que encontramos hoje, tinha o mesmo perfil das outras. Jovem, bonita, vulnerável. Mas havia algo no jeito que Marcus a deixou... Como se ele estivesse aumentando a intensidade de seu jogo. Como se quisesse me mostrar que a próxima será ainda pior.
Eu preciso dormir, mas as imagens do corpo, e de Marcus na estrada, continuam me assombrando. Levanto-me do sofá e vou até a janela, observando a cidade adormecida lá fora. Lá fora, em algum lugar, ele está me observando também. E isso me deixa desconfortável, mais do que nunca.
De repente, sinto uma onda de medo que não estava lá antes. Pela primeira vez, percebo que esse não é apenas um caso. Não é apenas mais uma perseguição de um serial killer. É pessoal. Ele me escolheu. E agora, ele não está apenas matando para satisfazer sua própria fome. Ele está matando para me provocar, para me desafiar.
Eu fecho os olhos por um momento, tentando me recompor. Eu não posso deixar isso me consumir. Não agora. Não com ele tão perto.
De volta à mesa, começo a organizar meus pensamentos. Marcus sempre deixa pistas. Cada crime é uma obra macabra, mas há lógica em tudo o que ele faz. Se eu conseguir entender seu padrão, talvez consiga antecipar seu próximo movimento.Mas antes que eu consiga focar de verdade, meu celular vibra novamente. Uma nova mensagem de Jacob. "Precisamos conversar. Amanhã de manhã." Algo no tom dele me alerta, e sei que não vai ser apenas sobre o caso.
Fecho o laptop, cansada demais para continuar esta noite. Amanhã é um novo dia, e, com sorte, eu conseguirei alguma pista para nos levar mais perto de Marcus. Dou uma última olhada para a escuridão além da janela antes de me afastar.
O jogo começou, Marcus, penso comigo mesma enquanto caminho até o quarto. Mas eu não vou deixar você ganhar.
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sᴜsᴜʀʀᴏs ᴅᴇ ᴜᴍ ᴀssᴀssɪɴᴏ
AcakDaphne Hale é uma detetive renomada, conhecida por sua frieza e precisão ao desvendar os mais complexos crimes. Mas, quando uma série de assassinatos brutais começa a assolar a cidade, ela se vê mergulhada em um jogo macabro, onde o assassino deixa...