Conexões Renovadas.

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Capítulo 5: Conexões Renovadas

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Capítulo 5: Conexões Renovadas.

Ainda consigo sentir a tensão do reencontro enquanto caminhamos pela cidade que um dia conhecemos tão bem. Any estava tão próxima, mas ao mesmo tempo, tão distante. Era como se um abismo se formasse entre nós, preenchido por anos de silêncio e sentimentos não resolvidos. O sol se punha, tingindo o céu de laranja e rosa, mas meu coração estava em um estado bem mais complexo.

Quando a vi ali, diante da casa dos meus pais, uma avalanche de memórias inundou minha mente. Lembro-me dos dias em que éramos crianças, correndo pelo jardim, subindo em árvores e compartilhando segredos sob o céu claro. Qualquer lugar onde estivéssemos, nossa conexão era inegável. Então, quando a vi agora, a realidade daquela conexão parecia quase surreal.

— Você e Triz... ainda tão juntos? — A pergunta dela me pegou de surpresa. Não esperava que ela se importasse, mas uma parte de mim queria que ela quisesse saber. O tempo tinha se passado, mas ainda havia algo ali, uma fagulha de esperança que não se apagou.

— Não. Nós terminamos há alguns meses. — Falei, tentando manter a voz firme. Não queria parecer afetado, mas a verdade é que qualquer menção a Triz ainda me deixava um gosto amargo na boca. O relacionamento tinha sido uma tentativa de seguir em frente, mas sempre me senti preso a algo, a alguém. E essa pessoa era Any.

A expressão dela não passou despercebida. Vi a surpresa, seguida de alívio — ou talvez isso fosse apenas a minha interpretação do que desejava ver. A verdade é que eu queria que ela se importasse. Queria que soubesse que, mesmo após tudo, o que tínhamos ainda importava.

— Sinto muito. — A forma como ela disse isso fez meu coração apertar. O que eu realmente queria era que ela visse que eu havia seguido em frente, mas, em parte, isso era uma mentira. A presença dela, tão perto agora, revelava tudo o que havia sido reprimido por anos.

Continuamos a andar, e o silêncio entre nós se tornou uma espécie de conforto. As ruas eram familiares, mas a sensação de estar ao lado dela tornava tudo novo novamente. Qualquer coisa poderia acontecer ali. O futuro era incerto, mas naquele momento, havia uma pequena esperança de que talvez pudéssemos encontrar um caminho de volta.

— E você? Como foi sua vida longe daqui? Tua carreira tá bom, fico feliz com isso. — A pergunta estava na ponta da língua, e, por um momento, eu hesitei. Queria saber, mas também tinha medo do que ela diria. Afinal, a vida dela continuara, e eu fui deixado para trás.

— Foi... bom, eu acho. Fiz muita coisa. Estudei, trabalhei, fiquei mais famosa com as músicas, você sabe... mas nunca me senti completamente em casa. — O olhar dela estava distante, como se estivesse revivendo os dias que passou longe. Aquilo ressoou em mim, como se suas palavras fossem um reflexo do que eu também sentia. Eu havia encontrado meu lugar em várias partes do mundo, mas nenhuma delas me deu a mesma sensação de pertencimento que eu sentia ao lado dela.

— Acho que, de certa forma, nunca me desliguei daqui. — Any admitiu, e eu vi uma faísca de vulnerabilidade em seus olhos. O que ela disse era verdade; eu também não conseguira me desligar. Os dias em que passávamos juntos eram parte de quem eu era. Ao mesmo tempo, eu precisava aprender a lidar com essa conexão que parecia não se apagar.

Ecos do passado. - APOLLO MCOnde histórias criam vida. Descubra agora