Uma péssima pior impressão, ou não...

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Ah não, de novo não! Aquela já era o que? A quadragésimo terceira vez? Não é possível! Será que só ela estava incomodada com aquilo? Nenhum outro vizinho bisbilhoteiro e chato não estava ouvido? Ela tinha que tomar uma atitude. Se não ela? Quem mais seria a heroína da rua? Com certeza Dahyun se enquadrava no papel de paladina da justiça, defensora do bom sono e silêncio.

Ainda xingando quem quer que fosse seu novo vizinho, Dahyun vestiu uma calça moletom e uma jaqueta esportiva, calçou um tênis e foi em busca de justiça. Ela acabaria com aquela farra.

Quando botou os pés para fora de sua casa percebeu como a vida de um super-herói era difícil, aquele frio todo, ela devia ter se agasalhado melhor. Talvez a neblina deixasse a sua rua que antes era calma, um pouco assustadora tambem. Mas, já que ela tinha usado a capa, ela iria a luta.

Caminhou bem pouco até a casa ao lado da sua. Era dali que vinha o maior vilão de sua noite, aquele barulho alto que não deixou ela dormi nada até aquele momento. Ela nunca mais ouviria Somethings do Girl's Days na vida.

Apertou a campainha com toda a força que seus pequenos dedos poderiam ter, uma vez, duas vezes, ok! Na quarta vez ela resolveu que bater na porta poderia ser mais eficiente. Só que ela não bateu, ela praticamente espancou.

Demorou uns dois minutos até que ela finalmente viu que uma luz de dentro foi ligada. Ótimo, ela estava pronta, aquele seria seu momento, ela iria levar uma boa parte da mente de quem quer que fosse seu vizinho que estava até às 1h da madrugada ouvindo a mesma música sem parar.

Para sua surpresa, apareceu uma mulher, cabelo no ombro, franjinha, grandes olhos escuros, bem bonita claro, mas estava horrível, com certeza uma noite bebendo e ouvindo a mesma música não deve fazer bem a ninguém.

– Olá, boa madrugada, Senhorita seja lá quem for. Talvez você não deva estar muito por dentro da lei, mas perturbação do sossego é crime neste país e temos aqui um claro caso dele. Eu realmente não quero perder o resto nossa madrugada em uma delegacia, então se você virar suas costas e for até aquele maldito som e desligá-lo para sempre. Eu posso esquecer isso e não te processar. O que acha?

Dahyun esperou, mas nenhuma reposta veio. O que veio na verdade foi deprimente. A mulher a sua frente caiu de joelhos chorando desesperada, ela falava coisas desconexas como “Volta pra mim” e “Eu quero a minha mamãe”. A garrafa que estava na mão dela acabou caindo no chão espalhando o líquido tinto.

Quando Dahyun pensou que aquela cena não tinha como piorar, a mulher virou para o lado e vômitou o que com certeza era o conteúdo de umas três garrafas de vinho. Ao acabar apenas caiu para o lado contrário apagando.

Ok! O que ela faria agora? Seria de bom tom deixar aquela mulher ali e voltar para sua casa? Ela deveria ajudá-la? Ainda existia o problema da música. Não seria errado entrar e desligar o som não é? Se ela tivesse a permissão da dona da casa...

– Oh, será que eu poderia entrar na sua residência e desligar seu som? – Dahyun protagonizava uma cena para ela mesma. – Claro, querida vizinha, você tem total permissão para entrar. – Desta vez ela engrossou sua voz para soar como de outra pessoa.

Depois de seu pequeno teatro, feito para ela mesma, apenas para alívio de sua mente. Dahyun entrou tentando não pisar na mulher, no vinho ou no vômito que estava no chão. Fechou a porta com cuidado como se tivesse medo de fazer barulho.

A primeira coisa que fez foi desligar o som. Nossa que alívio! O som do silêncio era belíssimo, ela com certeza daria mais valor no silêncio a parti daquele momento. Agora ela precisava decidir se ajudava a sua nova vizinha ou não. O que será que ela ia pensar?

Como conquistar seu amor. - Dahmo - Twice.Onde histórias criam vida. Descubra agora