— Carmem! — Graça chamou a garota, sua voz ecoando na floresta. — Você tem certeza de que seguimos a seta corretamente?— É claro que tenho! — respondeu Carmem, sua confiança quase palpável. — Se quiser, pode perguntar à Maria Joaquina; aposto que ela fotografou todas as setas que encontramos... Pergunta lá pra ela, vai que ela se lembrou de alguma.
Os olhares se voltaram para Maria Joaquina, que estava mais preocupada em ajustar o cabelo para a foto perfeita do que em se certificar da trilha.
— MJ! — chamei, tentando chamar a atenção dela. — Você não vai verificar as setas?
— O que? — Ela olhou para nós, claramente distraída. — Estou aqui me preparando para a selfie perfeita, gente. Uma ponte dessas precisa de um look!
O clima era descontraído, mas uma leve ansiedade pairava no ar à medida que nos aproximávamos da ponte.
— Oh, gente! — eu chamei, um pouco entediada. — A ponte tá ali, galera! Ou pelo menos uma coisa velha que se parece com uma ponte, que provavelmente tá tão deteriorada que alguém pode cair dela e se machucar seriamente na queda... ou talvez não, quem sabe?
Tirei o braço de Paulo dos meus ombros, percebendo que ele não gostou muito do que fiz, mas foda-se, pensei. Olhei para baixo, para o abismo que se estendia sob nossos pés.
— Quem tem medo de altura se ferrou, gostosin, hein, galera? — disse, provocando risadas nervosas.
— Ah, dá licença! — Paulo falou para MJ, que estava criando coragem para andar pela ponte. — Som na caixa, japonês! — E Koki começou a imitar os sons de uma batida que não consegui identificar.
— Você vai arrasar na pista de dança! — alguém gritou, fazendo todos rirem ainda mais.
Paulo, então, avançou pela ponte, seu passo confiante. Mas isso não durou muito; ele escorregou, e todos nós gritamos em uníssono, a adrenalina subindo instantaneamente.
— Você tá bem, Paulo? — perguntei, preocupada. Ele me deu um joinha, indicando que estava tudo sob controle, e um suspiro de alívio escapou dos meus lábios.
— Que bom! — sorri, mas Graça estava visivelmente assustada.
— Minha gente, segura aí, bixin! — Graça disse, seus olhos amplos refletindo a tensão da situação.
— Sashimi, para com essa barulheira e vem me ajudar aqui, caramba! — Koki gritou. Assim que ele disse isso, parou com a "música" e começou a correr pela ponte, tentando ajudar Paulo. Ironia do destino, acabou abrindo um buraco e quase caiu também. As risadas explodiram entre nós, um misto de alívio e diversão.
Os dois ficaram lá, Koki tentando se equilibrar e Paulo segurando a ponte. Quando foi a minha vez, decidi ser gentil e dei um beijinho na cabeça dos dois, pedindo desculpas pelo ocorrido, e passei por cima deles com um sorriso malicioso.
— Ufa, todo mundo já passou por cima da gente! — disse Koki, ofegante.
— Do que você tá rindo, sua estranha? — Paulo perguntou, com um olhar confuso.
— Bom, nem todo mundo passou por cima de vocês! — respondi, dando uma piscadela e notando a confusão em seus rostos. — Ainda tem a Laira, lembram dela? Pode vir, Laura, tá tudo limpo!
— Exatamente, ainda falta eu! — assim que ela disse isso, todos a encararam, e um coro de gritos desesperados ecoou: "não!".
— Eu vou! — Laira gritou, desafiadora.
— Boa sorte! — brinquei, rindo enquanto observávamos sua tentativa de atravessar.
Depois de finalmente todos termos passado pela ponte, andamos mais um pouco e paramos para respirar. O cansaço começava a se fazer presente, enquanto a adrenalina que antes nos movia dava lugar a uma leve exaustão.
— Aí, gente, eu não tô mais podendo com isso não! — Graça comentou, sua voz carregada de frustração. — Desgrama da moléstia, olha só pra isso. Onde é que eu fui amarrar meu jegue? Tu pode me dizer?
— Não faço ideia! — respondi, um sorriso travesso no rosto. — Se você não consegue, talvez seja hora de chamar um especialista!
— Especialista em jegues? — Koki perguntou, rindo. — Quem você acha que eu sou, um veterinário?
— Paulo, você pode me pegar um pouquinho de água, por favor? — Graça pediu, e Paulo acenou com a cabeça, se afastando para buscar um copo de água.
— Bom menino, né? — Graça disse, e eu concordei com a cabeça, rindo da situação. Logo, Paulo voltou com dois copos, um para Graça e outro para mim.
— Graça! — Paulo a chamou de novo, e eu prestei atenção, curiosa. — Você tem medo de centopeias?
— Centopeia? Aquele bichinho meio nojento, cheio de patinhas? Anda sacolejando as cadeiras? — Ela perguntou, e nós todos concordamos, rindo.
— Ih, minha gente, eu vou ter medo desses bichinhos? Tudo inofensivo, eu tenho certeza! — Graça disse, mas havia uma leve tremura em sua voz que não passou despercebida.
— Então ainda bem, porque tem uma no seu braço agora! — falei, e o efeito foi imediato. Graça deu um pulo da cadeira, correndo para um canto, apenas para dar de cara com uma teia de aranha, o que fez ela gritar ainda mais.
— Socorro! Uma aranha! — ela gritou, e todos nós a seguimos, alguns gritando desesperados e outros apenas rindo.
— Calma, Graça! — tentei acalmá-la. — É só uma aranha!
— Só uma aranha? — ela respondeu, ofegante. — Eu sou uma pessoa que não lida bem com isso!
Estávamos correndo tanto que nem percebemos que logo à nossa frente havia um lago. Com um estrondo, todos caímos nele. Para piorar, derrubamos nossa bandeira, mas só percebi isso depois que já estávamos na água gelada.
— Vamos logo, gente, em um minuto podemos alcançar o time roxo! — Carmem falou, tentando manter o ânimo, mas já visivelmente cansada.
— A gente realmente precisa da bandeira? — perguntei, mesmo já sabendo da resposta.
— Precisa, é óbvio, né, Brooke? — todos responderam em coro, começando a se agitar.
— Então, galera! — disse, rindo sem graça enquanto todos me olhavam com expressões de confusão. — A bandeira afundou.
Assim que eu disse isso, um frenesi tomou conta do grupo, e todos começaram a mergulhar, tentando achar a bandeira que se foi com a correnteza. Risadas e gritos de incentivo se misturavam ao barulho da água.
— Vamos lá, gente! — eu gritei, mergulhando junto com eles, a adrenalina voltando a subir. — Não podemos deixar o time roxo ganhar essa!
— Se eles ganharem, nunca mais vamos ouvir o fim disso! — Koki gritou, mergulhando ao meu lado.
— Vamos lá, todo mundo! — Carmem incentivou, enquanto todos nadávamos freneticamente.
A energia do grupo era contagiante, e mesmo com a situação cômica, a determinação nos unia.
— Precisamos de um plano! — sugeri, ofegante.
— Que tal um plano de resgate? — Paulo brincou, fazendo todos rirem enquanto continuávamos a busca pela bandeira....
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Este é um capítulo novo da qual foi dividido da parte anterior (espero q gostem)
O que estão achando da atualização da história??
Capítulo atualizado e revisado
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ONLY YOU ◇ PAULO GUERRA
Fiksi Penggemar𝐂𝐀𝐑𝐑𝐎𝐒𝐒𝐄𝐋 ━━━━ 𝒫𝒶𝓊𝓁𝑜 𝒢𝓊𝑒𝓇𝓇𝒶 ━━━━ 𝑼𝑴 𝑨𝑪𝑨𝑴𝑷𝑨𝑴𝑬𝑵𝑻𝑶, PANAPANÁ.. nas férias os alunos da Escola Mundial foram para o acampamento do avô de Alicia • • • Pode parecer algo normal de férias, porém para esses adolescentes nã...