Lia Yoshida escreveu três cartas de amor, uma para cada garota que ela gostou. Cartas cheias de coisas que Lia nunca teria coragem de falar em voz alta. Até que um dia essas cartas, que deveriam ser secretas, são misteriosamente enviadas aos destina...
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𝑃𝑂𝑉 𝑅𝑎𝑦𝑠𝑠𝑎 𝐿𝑒𝑎𝑙 19/08/2024: 09ℎ25𝑚𝑖𝑛
O intervalo era esquisito sem Cecília por perto. Eu não lembrava como era minha vida sem uma loira mandando em mim, talvez eu tivesse nascido pra ser pau mandado de mulher ou realmente estivesse muito fodida da cabeça.
Eu tinha recebido algumas mensagens da Ceci na sexta, depois que eu deixei ela plantada no meio do corredor. Mas depois nada, parecia que eu precisava gerar um incômodo para que ela me notasse. E eu até tinha tentado durante o fim de semana fazer coisas que ela não gostava e postar nas redes sociais para que ela visse, mas ela tinha ignorado.
Vi a Lia Yoshida vindo em minha direção, ela chamava atenção, não havia muitos descendentes de asiáticos na escola e eu sempre a achei bonita. Eu acho que eu nunca tinha visto ela no refeitório, então devia ser algo importante. Quando ela passou, Laura a seguiu com o olhar, indicando que a situação ainda não havia sido resolvida.
— Eu topo. - Ela disse simples, assim que parou na minha frente.
Não consegui evitar o sorriso convencido que surgiu nos meus lábios. Eu estava encostada na mesa do refeitório, em um movimento simples e rápido, levei a minha mão até a sua cintura e a puxei para mais perto, encostando seu corpo no meu. E em seguida, selei seus lábios em um selinho demorado.
Quando nossas bocas se separaram, a garota me olhava com os olhos levemente arregalados, as bochechas coradas, provavelmente não esperava por aquela atitude. Lembrei que quando eu era mais nova, eu amava deixar a Lia daquele jeito, as bochechas coradas, sorri largo ao notar que isso não havia mudado.
— A gente precisa conversar.. - A garota segurou minha mão e me puxou levemente para fora do refeitório, no caminho eu vi a Cecília fuzilar nós duas com os olhos. Então era isso que irritava a garota.
Lia só soltou minha mão quando paramos em frente a sala do clube de jornalismo da escola, ela tirou uma chave do bolso e abriu a porta, fazendo sinal para que eu entrasse.
— Quantas garotas você já trouxe aqui? - Perguntei enquanto adentrava a sala.
— Só a Rosado, é um bom lugar para matar aula e só eu e a professora de português temos a chave, então é seguro. - Lia entrou logo depois de mim e fechou a porta. — Se a gente quer que esse seu plano maluco dê certo, a gente vai precisar de algumas regras.
— Você era bem mais divertida a uns anos atrás, sabia? - Senti a garota me fuzilar com os olhos. — Mas é válido, que regras você pensou? - Ela pegou o celular, acho que ela tinha escrito no bloco de notas.
— Primeira regra: nada de beijos.
— Foi tão ruim assim? E outra, quem vai acreditar que a gente está ficando se eu não te beijar?
