6 - Confissões

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Nas últimas semanas eu e Taeil mal nos falamos. Não ficavamos sozinhos por muito tempo e nos evitavamos bastante. Isso me fez chorar baixinho nas noites em que ele não visitou meu quarto furtivamente com um sorriso bobo no rosto. Aqueles pensamentos me torturavam, sentia saudade do seu sorriso, dos seus beijos, dos abraços debaixo da coberta... eu estava sofrendo.

Acordei naquela manhã como havia acordado todos os dias desde aquele acontecimento, olhos inchados de tanto chorar, travesseiro molhado e uma enorme falta de disposição pra levantar da cama. Levantei já querendo voltar, fiz o que tinha que fazer coloquei uma camiseta e desci as escadas.

- Mal dia? - perguntou Pyo assim que me viu.

- Um pouco.

Essas foram minhas únicas palavras pelo resto do dia. Me tranquei no quarto com alguns pacotes de salgadinho, cervejas e fiquei lá até anoitecer, quando fui obrigado à sair para pegar mais comida. Cheguei na cozinha escura e acendi a luz.

- Aish!

- Taeil?

- Quem mais seria? - se levantou do canto onde estava sentado e tentou sorrir. Ele também parecia triste.

- Desculpa, não sabia que ainda estava acordado.

- Não consegui dormi e vim beber água, acabei sentando aqui pra "pensar".

- Já estou voltando pro quarto... - peguei mais cerveja e alguns biscoitos. Estava me virando pra sair da cozinha quando o menor segurou em meu braço.

- WooJi...

Ouvir aquele apelido que só ele usava me fez sentir um calafrio, senti meus olhos marejarem mas segurei as lágrimas, não queria chorar na frente dele.

- Sim. - respondi com a voz embargada.

- Eu... - ouvi um suspiro e me virei para ele, estava com a cabeça baixa mas me olhou quando viu que eu o olhava.

- Você...

- Eu... eu te amo...

Minha visão ficou embaçada e senti as lágrimas rolarem pelo meu rosto. Não consegui dizer uma palavra, apenas o olhava nos olhos, e assim fiquei por alguns segundos até soltar tudo o que segurava no chão, fazendo um barulho alto, e o segurar pelos braços com força.

- Por que? - falei alto.

- Eu não sei - me olhava nos olhos e também deixou cair suas lágrimas.

Olhei dentro daqueles olhos castanhos e tive a maior certeza da minha vida. Eu o amava. Não qualquer tipo de amor, mas um amor real, um amor de verdade. Eu senti que daria minha vida por ele, ele era o motivo para que eu acordasse todas as manhãs, era a razão da minha vida. Eu não conseguiria viver sem seu sorriso doce, sem sua voz risonha, sem seu olhar carinhoso e profundo. Ele era meu mundo, meu sentindo, minha metade, meu maior desejo, meu melhor sonho... era tudo o que eu precisava para viver, era a peça que faltava no meu quebra-cabeça. Era meu amor verdadeiro. Apenas meu...

O puxei para mais perto, colando nossos corpos, e o beijei. Um beijo apaixonado e verdadeiro, sem malícia. Senti o gosto dos seus lábios misturado com o gosto das nossas lágrimas, mas isso não me incomodou, porque eu estava ali agora o beijando, sem medo de ser descoberto, sem medo de ser julgado, era apenas eu e ele.

Beijo ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora