O Dia de Perrengues

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Capítulo 4: O Dia de Perrengues

Amélie chegou ao campus com uma sensação de ansiedade. O reencontro com Jacques tinha lhe dado um novo ânimo, mas a realidade da faculdade logo a atingiu. Após um fim de semana emocionante, o peso das responsabilidades acadêmicas a aguardava.

Na primeira aula do dia, a professora anunciou um teste surpresa. Amélie sentiu um frio na barriga. Ela não havia estudado como deveria, e as perguntas pareciam desafiadoras. Ao olhar para o papel, seu coração disparou. Cada questão parecia mais difícil que a anterior.

Após a aula, ainda atordoada pelo teste, ela se apressou para a biblioteca. Com tantos trabalhos acumulados, precisava urgentemente se organizar. No caminho, sua mochila escorregou de seu ombro, e todos os seus livros despencaram no chão. Algumas pessoas riram, e a vergonha a fez sentir-se menor.

“Ótimo, mais um perrengue”, murmurou para si mesma, enquanto começava a recolher os livros. Foi então que um grupo de garotas que passava parou.

“Ei, você está bem? Precisa de ajuda?” uma delas perguntou, mas o tom da voz parecia mais sarcástico do que solidário.

“Não, obrigada”, respondeu Amélie, tentando manter a dignidade enquanto terminava de juntar suas coisas. Com um último olhar para o grupo, apressou-se em direção à biblioteca.

Quando finalmente se sentou em uma mesa, as horas seguintes foram marcadas por uma série de frustrações. O trabalho em grupo que precisava entregar estava bagunçado. Ninguém parecia comprometido, e as discussões só aumentavam a tensão. Amélie sentiu-se impotente ao tentar organizar as ideias, mas a falta de cooperação do grupo a deixava exausta.

Ao final do dia, Amélie saiu da sala, seu ânimo completamente abalado. Ela se sentia drenada, como se todo o peso do mundo estivesse em seus ombros. Enquanto caminhava pelo campus, seu olhar se perdeu em pensamentos sombrios.

Foi então que, ao virar uma esquina, encontrou Jacques encostado em uma árvore. Seu sorriso iluminou a cena, e, por um momento, todas as preocupações pareciam desaparecer.

“Oi, pequena Amélie!” ele disse, com um tom carinhoso que a fez sentir-se especial.

“Oi, Jacques. Meu dia foi um desastre total”, ela desabafou, soltando um suspiro pesado.

“Desastre? O que aconteceu?” ele perguntou, inclinando-se para ouvi-la com atenção.

Amélie contou sobre o teste surpresa, a mochila que havia escorregado e as brigas no grupo de trabalho. A cada palavra, Jacques a ouvia com empatia, validando suas frustrações.

“Olha, não se preocupe. Todos têm dias ruins. O importante é como lidamos com eles”, ele disse, tentando animá-la. “E você sempre dá seu melhor.”

“Obrigada, Jacques. Às vezes, só preciso desabafar”, ela respondeu, sentindo-se um pouco mais leve.

Ele sorriu, o olhar cheio de carinho. “Sabe, eu sempre vou estar aqui para ouvir você. E você é muito mais forte do que pensa.”

Amélie sorriu, sentindo um calor no coração. A presença dele sempre a fazia sentir que poderia enfrentar qualquer desafio. “Talvez você esteja certo.”

“Vamos fazer algo divertido para terminar o dia? Que tal um sorvete?” Jacques sugeriu, e os olhos de Amélie brilharam.

“Sim, isso seria perfeito!”

Enquanto caminhavam para a sorveteria, Amélie se sentia um pouco mais animada. Ao chegarem, Jacques começou a fazer piadas sobre os sabores excêntricos do lugar, fazendo-a rir.

Depois de escolherem seus sorvetes, Jacques se virou para ela com um olhar travesso. “Você sabe, às vezes eu esqueço o quanto você é forte e determinada. Mas no fundo, você sempre será a pequena Amélie que conheci.”

Amélie sentiu seu rosto esquentar ao ouvir aquele apelido. “Pequena Amélie? Isso é um elogio ou uma piada?” perguntou, rindo.

“É um elogio! Você pode ser pequena, mas tem uma força enorme”, ele respondeu, piscando para ela.

Amélie sorriu, sentindo-se mais leve. Naquele momento, rodeada de sorvete e da companhia de Jacques, percebeu que, apesar dos perrengues, sempre haveria espaço para momentos extraordinários em sua vida.

M.C.S

Oque estão achando da nova versão?
Nossa, eu falando como se muita gente fosse ler.

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