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Manhã Inesperada

Capítulo 8: Manhã Inesperada

A noite passada foi tranquila e cheia de calor, mas para Amélie e Jacques, a presença um do outro tornava tudo mais especial. Enquanto dormiam, seus corpos se encontraram de forma natural, como se sempre tivessem feito aquilo. Amélie se viu abraçada a Jacques, que repousava a cabeça suavemente em seu pescoço, enquanto ela se aninhava em seu abdômen. A sensação de segurança e conforto os envolvia, e ambos estavam completamente alheios ao mundo exterior.

Quando os primeiros raios de sol começaram a entrar pela janela, Amélie abriu os olhos lentamente, sentindo a luz quente em seu rosto. A sensação de estar envolta em braços seguros fez seu coração disparar. Um sorriso involuntário brotou em seus lábios ao perceber quem estava ao seu lado.

Porém, a realidade logo a atingiu. “Oh não! Estamos atrasados!” pensou, enquanto olhava para o relógio na mesinha de cabeceira. O coração dela acelerou ainda mais. O que seus pais diriam ao encontrá-los assim?

Tentando se desvencilhar sem acordá-lo, Amélie se virou levemente, mas a manobra apenas fez Jacques puxá-la para mais perto, seu abraço se apertando involuntariamente. O calor dele a envolveu, e ela sentiu uma onda de conforto misturada com nervosismo.

Justo quando ela pensou em tentar se levantar novamente, a porta do quarto se abriu. Amélie congelou ao ver seus pais entrando. A expressão deles de surpresa foi inegável ao se depararem com a cena: Amélie e Jacques, ainda agarradinhos, no meio da cama.

“Amélie!” sua mãe exclamou, enquanto o pai parecia tão atônito que as palavras lhe faltaram.

Amélie sentiu a vergonha tomar conta dela, e, num impulso, tentou se levantar, mas Jacques ainda não tinha acordado. Ele apenas murmurou algo, mantendo a cabeça repousada em seu pescoço, enquanto Amélie se esforçava para liberar o espaço entre eles.

“Desculpe! Não queríamos interromper!” disse seu pai, fechando a porta rapidamente, mas o olhar de surpresa ainda estava impresso em seu rosto.

A situação parecia surreal. Amélie, com as bochechas ardendo, finalmente conseguiu despertar Jacques, que piscou os olhos sonolentos e olhou em volta, claramente confuso.

“O que está acontecendo?” ele perguntou, ainda sem entender.

“Jacques! Nós estamos atrasados! E meus pais…” Amélie começou a explicar, mas a imagem da porta se fechando a fez rir nervosamente.

Ele se sentou rapidamente, seus olhos se arregalando ao perceber a situação. “Oh não! Eu não queria…” Ele estava tão aturdido quanto ela.

“Nem eu! O que eles vão pensar?” Amélie se levantou, tentando arrumar o cabelo desordenado e disfarçar a confusão.

“Eu deveria ter ido para o quarto de hóspedes”, Jacques disse, um sorriso embaraçado se formando em seus lábios.

Amélie riu, aliviada pela leveza da situação. “Você realmente deveria. Agora estamos em apuros.”

Ambos se levantaram da cama, e o clima de nervosismo rapidamente se transformou em risadas nervosas. Eles se vestiram apressadamente, ainda trocando olhares significativos que faziam o coração de Amélie disparar.

“Prometo que da próxima vez vou ser mais discreto”, Jacques brincou, enquanto tentava se arrumar.

“E eu prometo que vou me certificar de que meus pais não entrem sem bater”, ela respondeu, tentando não pensar no que aconteceria quando finalmente se encontrassem com eles.

Finalmente prontos, os dois saíram do quarto, ainda um pouco inquietos. Ao encontrarem os pais de Amélie na cozinha, ela percebeu que eles estavam apenas tomando café da manhã, como se nada tivesse acontecido.

“Bom dia, crianças!” sua mãe disse, com um sorriso que parecia um pouco mais largo do que o normal.

“Bom dia!” Amélie respondeu, tentando soar natural, mas sentindo a tensão no ar.

“Espero que tenham dormido bem”, seu pai disse, lançando um olhar significativo para Jacques, que apenas sorriu nervosamente.

“Sim, foi… uma noite tranquila”, Jacques respondeu, evitando olhar para Amélie.

Enquanto tomavam café da manhã, o clima estava leve, mas Amélie não pôde deixar de sentir que havia algo a mais pairando no ar. A lembrança de como eles haviam acordado juntos ainda a fazia sentir um frio na barriga, mas, ao mesmo tempo, uma emoção nova e emocionante.

Depois de um café da manhã apressado, Amélie e Jacques finalmente saíram para a faculdade, trocando olhares cúmplices que falavam mais do que palavras poderiam. A experiência havia os aproximado ainda mais, e, embora estivessem nervosos, um novo entendimento estava se formando entre eles.

A jornada estava apenas começando, e Amélie sabia que, independentemente das surpresas que viriam, tudo parecia extraordinário ao lado de Jacques.

M.C.S