𝐂anibal Camping - Mison

Cinco

West valley

A penumbra já indicava que era tarde, porém, a enorme placa brilhante no céu escuro, com a escrita "acampamento West Valley" os mostrava que também haviam chegado em seu destino.

Se esgueirando por seu banco, Mason deu uma olhada na janela dos fundos do ônibus, vendo mais alguns dos grandes veículos, de fato levando as turmas do oitavo até segundo ano.

— Esse acampamento vai ser uma bagunça. — murmurou o loiro, que chamou a atenção de Miguel sentado ao seu lado.

— Bom, um monte de adolescente juntos, sem supervisão por um mês, você realmente pensou que fosse ser tranquilo? — o Moreno riu.

Thames deu de ombros.

— Não sei, mas se eu escutar adolescente copulando de madrugada eu vou dedurar. — Mason não parecia estar brincando quando disse isso, porém, de qualquer forma arrancou mais risadas de seu "amigo".

Linda de repente apareceu e começou a falar.

— Com suas duplas desçam do ônibus, e fiquem lá fora, lá fora de placas, cada uma com o número de cada turma, fiquem na área das suas turmas, caso o contrário vai virar uma bagunça. — a mulher avisou. — Não posso mais perder nenhuma criança de novo. — a loira murmurou.

Os alunos se levantavam apressados, pegando suas enormes mochilas, provavelmente com mais coisa doque precisaria pra um mês.

Ambos os meninos fizeram o mesmo, e assim que Thames sentiu o vento em seu corpo ele logo reclamou.

— Sério, porque tá tão frio aqui. — o cacheado resmungou.

Miguel o olhou por uns segundos.

— Quer meu casaco? Eu nem tô usando. — o moreno de qualquer forma realmente não iria usá-lo.

Mason, sem saber dizer negar as coisas, assentiu.
( de qualquer forma ele realmente queria o casaco, apenas ficou nervoso).

O moreno pôs o casaco sobre os ombros do loiro, em seguida se sentando no chão.

— Animado pra ficar no meio do mato? — A ironia na voz de Miguel já entregava que ele provavelmente foi obrigado a estar lá.

Thames deu de ombros, se sentado do lado de Cazarez.

— Não sei, acho que ficar longe de casa... da cidade, pode ser bom. — e pra surpresa de Miguel, Mason deitou a cabeça sobre seu ombro.

— Eu... tipo... eu. — por razões óbvias o moreno ficou extremamente nervoso.

Algumas pessoas em volta, uns conhecidos, os olhavam e murmuravam coisa como:
"Mas aBrooke disse que o irmão não gostava de toque físico" "alguém tem coragem o suficiente pra ser amigo do Mason?"
"Amigo? Tá mais pra bichinho, ficou a viagem toda implorando atenção pra ele"
"Des de quando o irmão da Brooke tem amigos?"
"Eu falei que essa coisa de não gostar de ser tocado era drama"

— As pessoas não sabem cuidar da própria vida não? — Mason falou em um tom elevado, mais como uma afronta, fazendo os murmúrios pararem.

O lado bom de ser conhecido por ser estranho, é que as pessoas também tem medo de você por ser estranho... exceto por um garoto específico.

— Esse é seu novo namoradinho Mason? É ele quem vai fuder' você o mês inteiro? — Jason, que estava a umas cinco ou seis pessoas de distância disse para que todos ouvissem.

A atmosfera se encheu de risadas francas, presas esperando pela resposta de Thames.

O loiro se virou sem expressar emoção alguma.

— Só de escutar a sua voz eu sinto um desgosto tão grande, que estou começando a entender o seu pai. — o de cachos sorriu forçadamente, logo deitou sua cabeça no ombro de Miguel novamente.

O clima ficou pesado, as pessoas pareciam rir por trás de suas mãos, mas ninguém queria apanhar de Jason.

Falando no diabo, o mesmo avançou feito um trator na direção de Mason, por em, a diretora chamou sua atenção.

— Jason Sanchez, não pense em fazer nada com esse garoto, mais uma assinatura sua na lista de atas e você é expulso, penso que talvez você não queira repetir todo o seu último ano não é mesmo? — Julie Rose, conhecida como a diretora da escola, sempre arrumava um jeito de defender Mason.

De acordo com algumas falas da mulher "Mason se parece com o meu filho, mas meu filho já não está mais vivo"

Talvez seja uma forma de lembrá-lo ou sei lá.

Dando uma olhada de canto, Thames viu Sanchez resmungar algo e logo recuar.

— Se você disser que não ficou apavorado em momento nenhum, eu raspo meu cabelo. — Disse Miguel.

— Alguém vai ficar careca. — Mason sorriu.

Realmente, tem que ser algo como um demônio pra dar um leve sustinho no loiro, o garoto já viu de tudo e mais um pouco, já passou de tudo e mais um pouco, dois ou três socos não são nada.

Linda logo chamou a atenção de todos.

— Muito bem, eu vou chamar o nome de apenas um participante da dupla, vou lhe dar duas chaves, as duas abrem a porta do chalé numerado, não percam, não temos chaves reservas. — e logo o mulher começou a chamar os adolescentes.

Miguel e Mason ficaram com o chalé 14A, por ironia do destino era o chalé que ficava mais perto de uma floresta densa e que facilmente daria pra esconder um corpo, ou só se perder mesmo, floresta essa que todos foram estritamente proibidos de entrar.

Ao entrar dentro do chalé, Thames se sentiu como uma criança novamente.

O piso de madeira velha, as partículas de poeira pelo ar, o cheiro de mofo, mesmo não tendo mofo nenhum pelo quarto.

Seguindo, haviam duas grandes camas, uma em cada canto do quarto, lado esquerdo e direito.

Haviam dois grandes armários de madeira velha, sendo ela bem mais escura que o tom do chão e das paredes.

Mais à frente, uma porta, que deduziu ser o banheiro.

Porém, oque mais lhe intrigava, era que ao lado do cômodo que deveria ser o banheiro tinha um vão, dando uma olhada ele observou um alçapão.

— Não é possível que aqui tenha até um porão. — Miguel sorriu, mas parou quando viu Mason simplesmente paralisado.

Ele se aproximou do de cachos, chamando por seu nome, porém ele não respondia, mora então pos suas mãos no ombro do menor.

Isso realmente tirou uma reação de Mason, que se assustou obviamente.

— Tá tudo bem? — o moreno realmente tinha se preocupado.

O loiro assentiu.

— Tá... Tá tudo bem sim...