𝐂anibal Camping - Mison

Oito

Family Jewels
Brooke's pov

Vez ou outra me pego pensado se meu irmão seria "normal" caso tivesse tido uma infância comum.

Não interprete minhas palavras de forma errada, eu amo Mason, mas com certeza ele não é um adolescente comum.

Vez ou outra sinto uma extrema culpa, nossos pais sempre voltaram sua atenção pra mim, eu era o centro de tudo e as vezes sinto que ainda sou.

Meu irmão cresceu afastado dos pais, na casa do nosso agora falecido tio, e infelizmente teve de testemunhar o assassinato do mesmo. 
Oque me faz ter cada vez mais certeza de que Mason seria normal caso tivesse passado sua infância com a família.

Mas, eu tenho outras coisas pra pensar agora q, um exemplo é: Onde é que ta an Athena.

Aliás, por isso eu e alguns dos monitores e outros campistas estão fora dos chalés tarde da noite, estamos procurando por ela o dia todo.

Infelizmente, não tenho lanterna alguma comigo, oque me fez tropeçar em uma pedra e cair no chão ao lado de uma árvore.

Antes que eu pudesse resmungar ou xingar um objeto inanimado acabei reparando que estava perto do lago, nao só isso como também pude ver alguém sentado no píer.

Me levantei dando umas batidas em minhas roupas apenas pra tirar a poeira, dei alguns passos a frente e reconheci o garoto sentado.

— Oque você tá fazendo na beira do lago a essa hora Miguel? — por um momento ele pareceu se assustar, mas não durou muito.

Ele deu de ombros.

— O lago é bonito de noite. — Sua resposta me surpreendeu, pensei que ele também fosse um dos campistas atrás de Athena.

Pensei que ele estivesse pelo menos um pouco preocupado, até porque ela sua ex namorada, terminaram tem uns dois meses, talvez algum resquício de sentimento, não sei.

— Mas eu te pergunto a mesma coisa. — então ele puxa pra realidade. — oque faz aqui fora a essa hora?

— Tô procurando a Athena. — Me aproximei e sentei-me ao seu lado.

Ele tinha razão, o lago era bonito a noite.

— Boa sorte então. — ele parecia pessimista em relação a isso, mas também indiferente, como se algo não encaixasse.

— Mickey, você não tá nem um pouco preocupado? Você já foram ex namorados, a três meses atrás as pessoas não paravam de falar sobre como vocês eram bonitinhos juntos...

— Não, as pessoas falavam que eu parecia ter medo ou não gostar de estar perto dela. — o garoto disse me cortando.

É, realmente, o olhar dele não era o dos melhores, como se não quisesse estar ao lado dela.

— Bom, eu me lembro de quando éramos crianças, sempre que eu voltava pra casa de alguma viagem de apresentação o Mason ia ficar com nossa família e você por sermos amigos e vizinhos você também ia lá pra casa, o Mason ficava com a mesma cara toda vez que você chegava perto dele. — Ambos rimos.

— Éramos crianças, como eu ia saber que ele tava apavorado?

— Miguel você era OBCECADO no meu irmão, sempre que tava lá ficava correndo atrás dele querendo fazer amizade, e ele ficava apavorado, teve até aquele vez que não sei como mas ele se escondeu em cima do armário pra fugir de você, e ele tinha sei lá, um metro e vinte? E o armário tinha uns três metros de altura, até hoje não sei como ele subiu lá em cima. — sério, como ele não pensou que correr e gritar atrás de alguém os possivelmente assustar a pessoa?

— Tínhamos sete a seis anos de idade e ele era tão baixinho pra idade. — Sério que essa foi a única informação que ele absorveu? — Também me lembro de que como na época ele tava sempre com aqueles vestidos brancos e longos, parecidos com os de bonecas antigas, e o cabelo dele era muito longo e cacheado, tipo, era tão longo que quando tava solto cobria metade do rosto dele, mas na época ele era uma menina... não sei como falar isso sem parecer errado. — eu também não.

Mas realmente, Mason tinha uma aparência um pouco macabra na época em que era criança, era pálido e baixo, cabelos longos e vestidos de boneca, magro, se o visse de canto de olho é muito rápido poderia pensar que era uma alma de alguma criança que nao conseguiu passar para o outro lado.

Agora pense nessa mesma criança em cima de um guarda roupa de três metros, toda encolhida só tentando se esconder de um garoto, é, esse era o Mason com sete anos.

Pobre coitada da minha mãe que quando achou ele quase teve um ataque.

— coitado, você infernizava o pobre coitado do meu irmão. — voltei a conversa.

— Eu não infernizava! Eu era apaixonado tá, toda criança já teve um paixão. — ele contra diz.

— Uma coisa é paixão, outra coisa era ser o espírito obsessor que você era! — Então ele fingiu ofensa.

— Suas palavras são muito fortes senhorita Thames! — Que dramático, tinha que ser ator.

— Mas enfim, fiquei sabendo que você ficou com ele.

— Que? — Então o rosto dele ficou todo vermelho.

Esse lesado entendeu errado.

— Você ficou como colega de quarto dele, para de pensar coisa errada Miguel! — ele assentiu.

— Desculpa, eu fiquei como colega de quarto dele. — ele pensou por uns segundos. — Mas nada me impede de ficar com ele.

— Você não vai ficar com meu irmão Miguel, eu te proíbo. — respondi.

— você não manda em mim não. — o moreno sorriu.

— Mason é meu irmão mais novo, então é minha responsabilidade, sendo ele minha responsabilidade eu proíbo ele de ficar com você.

— Nem os professores conseguem mandar nele, imagina você! — Miguel debochou.

— Você tá começando a ficar obcecado no meu irmão de novo? — questionei.

Ele deu de ombros.

— E quem disse que algum dia eu parei de ser obcecado? Eu só fiquei mais velho, e quando se cresce você consegue disfarçar suas obsessões.

... isso foi estranho.