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Extra Fu Yan & Hulang Parte 8

Extra Fu Yan & Hulang Parte 8

Posso suportar qualquer coisa se segurar minha mão parte 2

— E vai mudar alguma coisa... Se eu gritar?

Fu Yan tornou a lhe dar as costas, conversar era inútil e ele não tinha a menor vontade de falar sobre o que sentia.

Era exaustivo como ter que resolver um labirinto, ou andar perdido em círculos, o que fazia com que se sentisse ainda mais tolo.

Mesmo assim, foi seguido por todo caminho por Hulang.

O Marquês não se pronunciou, assemelhando-se a um cão fiel seguindo seu dono.

Assim que Fu Yan chegou ao seu quarto alugado, prestes a mover a porta corrediça e passar por ela, Hulang se pronunciou num tom humilde sombreado de culpa:

— Fu Yan, se não quer falar... Eu entendo. Apenas me deixe explicar.

O cultivador em trajes de agricultor ficou pensativo e apenas disse, antes de entrar, sem olhar para trás:

— Preciso trocar de roupa... Estou com frio. Encontro Hulang na beira daquele rio.

Quando Fu Yan entrou em seu quarto, encarou a manga que tinha rasgado para impedir que o ferimento à lâmina no ombro de Hulang sangrasse demais.

Era por ser espontâneo, um tolo solícito, era por dizer sim quando deveria dizer não, a razão de continuar se magoando.

Ele não teve pressa em retirar as roupas úmidas do corpo e ainda estendeu as peças numa pequena varanda que fazia parte do quarto, para secarem durante a madrugada.

O tempo que demorou para chegar até a beira do rio, foi o suficiente para Hulang acender uma fogueira num ponto estratégico, com pedaços de troncos secos para se sentarem.

Era miseravelmente nostálgico estar mais uma vez perto de uma fogueira ao lado dele, tal como a primeira vez que tinham saído juntos para caçar, o dia em que Hulang provocou o primeiro beijo.

Uma raiva confusa se apossou de Fu Yan ao pensar que ele nunca teria tido coragem de tomar a iniciativa, ele nem fazia ideia do que beijar outro homem poderia lhe causar.

Quando fechou suas palmas que descansavam sobre suas pernas, os dedos se dobrando com força, pensou que tudo poderia ter sido evitado se jamais tivesse sido beijado.

Diferente do dia da caçada, não estavam sentados no mesmo tronco, mas um de frente para o outro, separados pelas chamas crepitantes da fogueira.

No lugar do pântano, havia o rio.

E no lugar do dia, havia a noite.

— Fu Yan... Lembra da noite que me levou até o platô? Que me perguntou sobre a razão de ter subido a montanha?

O cultivador adoraria dizer que não, que tinha apagado de sua mente.

— Sei... O que tem a ver com este instante? — Fu Yan inquiriu pouco receptivo.

— Eu disse para você... E não menti, que estava me sentindo sem propósito, sem saber o que fazer com a minha vida e que... Acima de tudo, estava desesperado para não retornar à Capital Imperial.

Fu Yan preferiu olhar aleatoriamente para a luz do fogo se refletindo na água do rio, comentando vagamente:

— Eu me recordo... Achei que tinha relação com seu amor antigo.

— E tinham em parte... Mas, também sobre o fato do título nobiliárquico de marquês que recebi há cerca de dez anos, com o passar do tempo... Da Wang Shan Yitian¹, decidiu que eu estava em idade de me casar.