quatro.

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NOTAS

oie!!! desculpem qualquer erro, boa leitura e espero que gostem <3

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Dizer que sua cabeça estava doendo era um eufemismo. Para Kelvin, mais parecia que uma escola de samba havia resolvido fazer um show particular em seu crânio.

A luz da manhã machucava seus olhos e fazia sua ressaca ficar ainda pior. Maldita hora que ele e Daniel esqueceram de fechar as cortinas quando chegaram em casa.

— Dan? — chamou, meio baixo. O primo parecia uma bolinha de pelos: só a cabeça para fora da coberta felpuda, com os cabelos se destacando no branco da fronha do travesseiro. O infeliz tinha uma daquelas máscaras de dormir que cobria os olhos. — E é claro que você não acordou com o sol.

Resmungou, revirando os olhos e começando a se ajeitar para levantar. Daniel sempre teve o sono mais pesado entre eles dois, então Kelvin decidiu que seria melhor ir logo para casa receber a bomba do dia do que esperar não sei quanto tempo para ver se o garoto levantaria. Ele mandaria uma mensagem para avisar onde estava quando chegasse e ele poderia ver quando acordasse.

Enquanto calçava os sapatos e procurava suas chaves, o ruivo relembrou dos acontecimentos da noite passada e cobriu o rosto com as mãozinhas, grunhindo.

— Não acredito que passei aquela vergonha de livre e espontânea vontade. — murmurou para si mesmo, se referindo a tentativa falha de ficar com o cacheadinho bonito da balada para que Daniel pudesse filmar. — Levei um toco na cara dura e ainda por cima dei meu telefone para aquele desconhecido...

Quando lembrou da amiga do cacheadinho rindo da situação, Kelvin automaticamente ficou mais vermelho de vergonha do que antes. Por que diabos esse tipo de coisa só acontecia com ele e Daniel não fazia nada para impedir?

Ligando o carro, o garoto aproveitou para dar uma olhada rápida no telefone, vendo algumas ligações perdidas do seu pai e algumas mensagens vindas não só dele mas também da sua mãe. Suspirando, ele mandou uma mensagem rápida para sua prima, pedindo para que a morena fosse em sua casa mais tarde — seu pai gostava bastante de Petra, tê-la por perto com certeza amansaria a fera.

Sendo CEO de uma empresa e não tendo que se preocupar em ser demitido caso chegasse tarde, nem sempre Dr. Antônio ia para o trabalho cedo. Ao estacionar em frente das portas altas de madeira e colocar os pés no hall de entrada, alguns instantes depois o moreno notou que — infelizmente — era um desses dias,

— Espero que você tenha se divertido ontem gastando o meu dinheiro e sendo irresponsável, como um adolescente revoltado e sem obrigações. — fora recebido com essas palavras no momento que chegou em uma das salas de estar (por onde tinha que passar para subir as escadas para seu quarto).

Respirando fundo, Kelvin se virou para encarar o pai.

— Bom dia para o senhor também, pai. — disse, com um sorriso cínico no rosto. — Frank já ligou falando que saímos juntos e pedindo sua parte no acordo? A promoção?

Pela forma como seu pai piscou os olhos e hesitou antes de responder, o mais novo sabia que o havia pego de surpresa. "Um ponto para mim.", pensou.

— Olha, Kelvin...

— O senhor não cansa de tentar controlar todas as áreas da minha vida não? — Kelvin o interrompeu. — Quer dizer, querer controlar a parte da faculdade e do emprego eu até entendo um pouco por causa da empresa, mas quem eu namoro? Sério? Eu não sou um objeto, você não pode me oferecer e me vender para os outros igual você faz com seus grãos na exportadora.

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