Depois do sucedido com David, decido passar o resto da tarde trancada no quarto, evitando ter que explicar aos meus amigos o que acontecera. Não queria que eles pensassem que eu sou uma miúda insegura que chorou ao ouvir umas ofensivas palavras do seu parvo ex-namorado. Michael tinha vindo ao meu quarto pouco tempo após a discussão. Após me desculpar com dores menstruais (também conhecido como a desculpa mais antiga do mundo), o meu primo certificou-me que iria pedir aos restantes moradores temporários da minha casa para não me incomodar.
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Acordo com o ruído da porta do quarto a abrir-se. Viro o meu corpo para encarar quem acabara de entrar, mas a claridade vinda do corredor impedia-me de saber quem era. Apenas quando a porta é fechada é que consigo reconhecer o rapaz tatuado à minha frente. O corpo tonificado senta-se na minha cama e eu encosto-ms contra a cabeceira da mesma.
"O Michael não embirrou contigo por vires aqui?" rio-me de leve.
"Um bocado. Mas eu tinha que vir na mesma." ele sorri "Como estás babygirl?" Calum pergunta.
"Bem e tu?" pergunto, como se não soubesse a que ele se referia.
"O gajo é um parvo." o moreno ignora totalmente a minha pergunta. "Mereces bem melhor que ele." ele afirma, pousando a mão em cima do cobertor que me tapava o corpo.
"Calum, a tua mão!" arregalo os olhos quando reparo no estado dos nós dos dedos dele, vermelhos e inchados devido ao soco que ele havia dado a David.
"Como tu dizes sempre, isto amanhã passa." ele promete. O meu olhar continuava fixado nos seus punhos, que tinham um pequeno corte. A sua veia saliente habitual continuava... bem, saliente. O meu polegar passava delicadamente por cada um dos nós feridos de Calum.
"Anda, vamos pôr um penso nisso." digo, pegando na mão do rapaz e arrastando-o até à casa de banho.
"Não é preciso babygirl. As miúdas gostam, dá um ar de durão." ele diz, enquanto iamos para a divisão anexa ao quarto.
Solto uma risada e abano a cabeça. Calum sorri, verificando que a sua intenção de me fazer rir tinha sido bem sucedida.
Abro a gaveta de medicamentos e afins da casa de banho e retiro de lá um penso e betadine. Pego na mão de Calum e aplico o produto encarnado na sua ferida. Ele geme de dor.
"Sim, muito durão." gozo.
Ele sorri e a sua língua espreita entre os dentes.
Acabo o tratamento ao colocar o penso no corte.
"Pronto senhor durão, está feito. Oh e se te perguntarem como arranjaste isso, diz que te cortaste ou assim." peço.
"Não te preocupes. Como é que estás?"
"Já te disse, estou b-"
"Deixa-te de tretas Nana. Como é que estás depois do que ele disse?" o australiano encara-me sério.
Encolho os ombros.
"Como eu digo, isto amanhã passa. E obrigada por me defenderes."
"Faria tudo por ti, miúda." arrepio-me com o nome simples, mas que eu adorava ouvir na voz de Calum.
Saimos do compartimento e eu volto a sentar-me na cama.
"Posso ficar aqui contigo?" ele pergunta.
"Calum, isso não é boa ideia." olho para as minhas mãos.
"Porquê? Eu não estou a falar em coisas dessas, só quero ficar aqui deitado contigo. Como em casa do Luke, lembras-te?" ele sorri-me.
Quero sorrir ao relembrar essa noite, mas não o faço. Se Calum ficar aqui deitado ao pé de mim, sei que ambos não vamos ficar a conversar sobre o clima e politica.
"A Mindy não vai achar boa ideia. Para além disso, prefiro estar sozinha agora." minto. Queria que ele ficasse comigo. "Desculpa."
"Eu entendo. É só que... eu tenho saudades nossas. E não estou a falar dos beijos e afins. Estou a falar de nós mesmo. Como quando fomos áquela vila juntos. Como quando cantávamos juntos no carro. Tenho saudades tuas. Nossas."
"Eu também Calum. Eu também... Mas às vezes as pessoas têm que se afastar umas das outras para não se magoa-"
"CALUM VEM JANTAR! E CHAMA A NANA!" a voz do rapaz mais velho da casa faz-se ouvir, do andar de baixo. Agradeço metalmente. Já ia falando demais.
"O que queres dizer com isso?" ele olha-me confuso.
"É melhores ires jantar. Diz-lhes que eu não tenho fome." peço.
"Já vou. Como assim, para alguém não se magoar?" ele insiste.
"MEXE-TE THOMAS, A COMIDA ESTÁ A FICAR FRIA." Ashton volta a chamar.
Calum bufa. "JÁ VOU!" ele vira-se para a porta. "A conversa ainda não acabou Clifford." ele diz, olhando para mim.
Calum sai do quarto, resmungando do quanto era esquisito ele ter que chamar o mesmo apelido a mim e a Michael.
****
Acordo com os raios de sol a entrar pela janela do meu quarto. Verifico as horas no despertador da mesa de cabeceira: 9h00. Reviro os olhos ao aperceber-me que era cedo, considerando que os meus amigos se tinham deitado bastante tarde. Após perceber que não iria conseguir dormir mais, retiro os cobertores de cima de mim e saio da cama, tentando não acordar as minhas colegas de quarto.
Desço as escadas e vou para a sala. Ligo o televisor e um programa matinal português passava na televisão. Pego no telemóvel para verificar as minhas mensagens e leio as duas mensagens visíveis no ecrã. Uma delas dos meus pasi e outra de Mali.
Mali: Hey Nana! Como estão as coisas por aí? O meu irmão anda a portar-se bem? Ahah beijinhos e divirtam-se :)
"Tirando o facto de ter dado um soco a um rapaz ontem, sim." penso para mim própria. Contudo resolvo responder à mensagem sem mencionar esse pormenor.
Eu: Hello :) Bem! Claro, nós tomamos conta dele ahah. Beijinhos e Bom Natal
Bloqueio o telemóvel e volto a concentrar-me na televisão.
-"-
Hello!
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babygirl | calum hood
Fanfic'e eu prometi a mim mesma que não ia deixar-te completar-me.' #129 em ficção de fãs