𝟎𝟒. arrependimento

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capítulo 04.
"arrependimento"

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Percy's pov

As mães têm uma capacidade incrível de saber das coisas. Você não precisa contar a elas, elas conseguem sentir no ar quando algo está acontecendo.

Assim que entrei em casa no final do verão, depois de passar um mês sentado ao lado da cama de Helena na enfermaria, Sally percebeu que algo ruim tinha acontecido. Ela me deu um sermão sobre fugir do acampamento no meio da noite e me jogar para enfrentar o perigo, mas, quando não reagi a nada do que ela disse, nem mesmo um "ok", ela não insistiu.

Demorou meses para eu realmente falar sobre o que tinha acontecido. Voltei da escola um dia, chateado com mais uma pessoa chata da minha classe, e simplesmente explodi. Gritei — algo que nunca faço com minha mãe — porque ela estava perguntando por que eu não respondi nenhuma das várias mensagens que Helena havia deixado em nossa secretária eletrônica.

"Não somos mais amigos!", eu disse, minha voz falhando mais do que eu gostaria. "Não quero vê-la nem falar com ela tão cedo".

Depois dessa grande revelação, minha mãe entrou no modo terapeuta. Ela tentou arrancar de mim qualquer coisa que explicasse por que de repente eu não queria falar com minha (ex)melhor amiga.

Quando não contei a ela, quando não expliquei porque doía tanto até pensar em Helena porque minha mente não parava de reproduzir a cena dela em meus braços, tremendo de dor, com queimaduras de terceiro grau por todo o corpo, apenas aceitando que aquele era o seu fim, apenas desistindo, minha mãe deixou um único conselho:

"Ligue para ela. Você sabe ainda mais do que eu que os semideuses enfrentam perigos até mesmo na vida cotidiana. Você sabe que qualquer coisa pode acontecer. E eu sei que você vai se arrepender pelo resto da vida se algo acontecer com ela e vocês ainda não tiverem conversado."

Naquele momento, enquanto via minha melhora amiga e Annabeth caindo de um penhasco porque tentaram me proteger, eu estava me arrependendo de não ter ouvido minha mãe antes.

— Helena! — eu gritei, me forçando a sair do chão.

— Não! — escutei o grito de Heitor ecoar do outro lado do campo, onde ele havia caído durante um dos ataques da mantícora.

    Assim como ele, comecei a correr em direção a elas, me agarrando à ilusão de que eu conseguiria alcançá-la a tempo. Meu corpo decidiu me trair justo naquele momento. Os machucados feitos pela mantícora faziam cada fibra dos meus músculos latejarem. Eu estava fraco demais para correr, mesmo com a adrenalina correndo em meu sangue, e cai contra a neve.

    Naquele momento, houve um  snap-snap-snap vindo do helicóptero e percebi que nossos inimigos ainda tinham planos para nós. Barulhos de tiro.

A maioria das Caçadoras se dispersou em pequenos buracos na neve a seus pés, mas a garota de cabelo castanho avermelhado apenas olhou calmamente para o helicóptero. — Mortais — ela anunciou —, não têm o direito de testemunhar minha caçada.

Ela levantou a mão, e o helicóptero explodiu, sendo reduzido à poeira — não, não era poeira. O metal negro se dissolveu em um bando de pássaros — corvos, que se dispersaram na noite.

As Caçadoras vieram em nossa direção. Aquela chamada Zoë parou assim que viu Thalia.

— Tu — ela disse com repugnância.

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⏰ Última atualização: 5 hours ago ⏰

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