𝟎𝟏. westover hall

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capítulo 01.
"westover hall"

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Helena's pov

Na sexta-feira anterior às férias de inverno, Heitor e eu arrumamos as nossas mala e, graças ao amor que nossa avó nutria por nós, conseguimos sair em viagem. Desde que não aparecessemos em rede nacional para estragar a reputação dela novamente, Margaret não se importaria.

Dessa vez, no entanto, não iríamos para Nova Iorque. Saímos do aeroporto internacional de Los Angeles e embarcamos em um voo de oito horas para Bar Harbor.

A viagem passou num piscar de olhos. Heitor dormiu a maior parte do tempo, usando o meu ombro de apoio, enquanto eu terminava um livro ou assistia um filme. Meu TDAH estava atacado, eu facilmente teria percorrido toda a extensão do avião se não soubesse o quanto meu irmão estava cansado.

Quando desembarcamos já estava entardecendo. Heitor chamou um táxi o mais rápido que conseguiu. Nos abrigamos no banco traseiro do carro, dando o endereço para o motorista e seguindo caminho em direção a um novo internato.

O inverno já era ruim. Mas em Maine? Era terrível. Estacionamos na frente de Westover Hall ao anoitecer e não sei o que me fez estremecer mais: o vento cortante e gélido ou a visão tenebrosa do castelo maligno. É, esse apelido definitivamente funcionaria. Era todo de pedras pretas, com torres e janelas em fenda, e um grande conjunto de portas duplas de madeira. Ficava sobre um penhasco nevado que dava para uma grande floresta gelada de um lado e o oceano cinzento e turbulento do outro.

Estão vendo? Castelo Maligno.

Nós não podíamos entrar ainda. Tínhamos que esperar Percy, Annabeth e Thalia, que vinham juntos de Nova Iorque. Então, por hora, éramos apenas eu, Heitor e um frio congelante. Criei uma esfera de luz para ficar à nossa frente, grande o suficiente para ao menos não deixar os nossos dedos congelarem e iluminar ao nosso redor sem chamar atenção.

    — Deixa eu ver se entendi direito — falei, apertando o casaco de neve em volta do meu corpo na tentativa de me esquentar mais —, você e Annabeth se beijaram no último verão, mas não conversaram sobre desde então?

    — Quase — corrigiu — Nós quase nos beijamos.

    — Ah, sim. Claro — Mordi o interior da bochecha para conter um riso.

Em todos os meus anos de vida, eu nunca tinha visto Heitor agir daquela forma por uma garota. As meninas que normalmente babavam por ele – uma das grandes vantagens de ser filho de Apolo – eram educadamente ignoradas, mas sempre recebendo um flerte não proposital a ponto de deixá-las ainda mais malucas. Meu irmão era a versão humana do meu pai, não havia discussão.

Então, para mim, era no mínimo cômico ver ele se atrapalhando todo. Especialmente por uma garota com a qual ele conviveu a vida inteira.

    — Tudo bem. Vocês quase se beijaram depois da corrida de bigas... — disse provocativamente.

    — ...nós não nos beijamos, Helena!

Gargalhei — ...e você não falou nada? Nem em nenhuma das várias mensagens de íris que vocês trocaram ao longo do ano? — meu irmão negou — Por Artemis, você é um idiota.

    — Ei!

    — O que foi? Você está esperando ela falar alguma coisa?

    — Não, eu só...

DAUGHTER OF LIGHT | percy jackson ²Onde histórias criam vida. Descubra agora